25.8.11

Retrofuturismo oriental 4

Como eu anunciei por aqui, nesta correria que anda meu mês de agosto, a Sociedade Histórica Desterrense, um grupo reconstrucionista do qual faço parte, foi convidada para dar uma palestra sobre o tema deste blog em um evento de cultura japonesa, o Wasabi Show. Nunca fiz segredo para ninguém que mangás e animes estão longe de ser minha especialidade, mesmo os de tendência steampunk. Sorte que para esse fim, pude citar ao público presente (e foi a plateia mais participativa e interessada que encontrei nos eventos deste mês, devo dizer) o blog do colega de Steampunk - Histórias de um passado extraordinário Alexandre Lancaster. E por uma dessas felizes coincicências em que Murphy resolver tirar férias, o recomendado blog havia sido atualizado na véspera da palestra com mais um artigo de sua série sobre o modo nipônico de produzir varpo. Deixo vocês com o início do texto abaixo, sendo que a íntegra pode ser lida aqui:

O nome de Hayao Miyazaki dispensa apresentações entre os fãs da animação japonesa. Há muito o que se dizer sobre o seu trabalho, cujas obras em sua maioria foram – e são – voltadas ao público infantil. E é impossível falar sobre Steampunk no Japão sem passar por algumas obras desse autor.É claro que a mais importante obra do gênero produzida por Miyazaki é o clássico Laputa: Castelo no Céu, e a presença dela nessa série de artigos era uma carta marcada. Mas essa não é a única marca de dedão que Miyazaki deixou no cimento dessa sub-estética no Japão. É algo que já data de seus tempos de televisão, quando trabalhava para empresas como a TMS e Nippon Animation – mas antes vou falar de meu critério: steampunk, para o contexto de todos os artigos que venho escrevendo, é uma divisão da ficção científica. Ele até pode ser misturado a fantasia e similares – mas aí ele se torna outra coisa.LaputaPor isso não vou falar aqui de O Castelo Animado, com seus construtos movidos a magia, por exemplo, ou mesmo de Nausicäa – que apesar de sua retrotecnologia, pertence a outra vertente da ficção científica; é uma história pós-apocalíptica aonde o tecido social do mundo simplesmente despencou a níveis medievais e a tecnologia encontrou suas próprias soluções em meio a um novo e hostil habitat – como os aviões de cerâmica. Nesse sentido, Nausicäa é mais próximo à obras como Um Cântico para Leibowitz do que ao conjunto da ficção científicaSteampunk (o mesmo pode ser dito de sua mais importante série para a televisão: Future Boy Conan, baseada no romance de Alexander Key).Por outro lado, Miyazaki não se preocupa em dar explicações sobre nada além do necessário, e talvez esse seja seu maior trunfo em Laputa. Ninguém precisa explicar como uma lâmpada funciona para saber que um quarto escuro está sendo iluminado em uma cena. O que interessa é sua paixão por máquinas voadoras. Isso basta.

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