24.8.10

Bronze no lugar do silício

Falei do evento Invisibilidades, que ocorreu no último final de semana na capital paulista, lá no início do mês.

Adriana Amaral acaba de divulgar a programação do principal ciclo de debates sobre literatura de gênero do país: o Invisibilidades, já em sua terceira edição. Em pelo menos uma das mesas do encontro, estará em discussão a cultura steamer.

Hoje, a mesma Adriana Amaral postou em seu blog um resumo dos debates e, o que é melhor para os entusiastas do steampunk, o material de PowerPoint que ela utilizou em sua participação na mesa Ficção científica e Estudos Culturais: Uma história sem fim, que a pesquisadora compartilhou com Cristiane Busato Smith e que contou com a mediação de Fábio Fernandes, curador do evento patrocinado pelo Itaú Cultural. "Perfomance e estética steampunk" foi o nome da apresentação que Adriana fez à plateia do Invisibilidades. Entre as hipóteses que levantou, há um interessante questionamento, que bem define o subgênero: "E se a cibercultura tivesse sido feita de bronze e não de silício?" Via Twitter ela me adiantou que os tópicos listados no evento deverão ser reunidos mais tarde em um paper, algo que eu já havia anunciado por aqui.

Fiquem com as impressões de Adriana Amaral sobre a terceira edição de Invisibilidades e sobre a mesa da qual participou e não deixem de conferir a íntegra de seu post.



Conforme prometido meu resumo e breves comentários sobre o Invisibilidades III evento que ocorreu dias 21 e 22 de agosto no Itaú Cultural em São Paulo e reuniu pesquisadores, escritores, artistas, músicos, críticos, jornalistas em torno da temática da ficção-científica sob curadoria do Dom Corleone da sci-fi brazuca, Fábio Fernandes (...)

Domingo Mesa Ficção Científica e Estudos Culturais: Uma História Sem Fim


com Adriana Amaral e Cristiane Busato Smith

mediação Fábio Fernandes



Cris apresentou sua análise sobre elementos de Ficção Científica em Império do Sol de JG Ballard, apontando as questões de gênero entre novel e romance e as indefinições entre FC e autobiografia nessa obra a partir do conceito de Inner Space. Eu apresentei algumas hipóteses acerca da adoção do subgênero steampunk por uma geração mais nova e de como essa subcultura está calcada na questão da performance – a partir dos conceitos de engajamento do corpo de Paul Zumthor – em sua recepção. Pena que falamos tanto que acabamos sem tempo para as perguntas (...)
No geral o evento foi muito bem pensado, planejado e executado. As mesas e discussões foram de alto nível e o público estava qualificadíssimo e compareceu aos debates. Deu para trocar ideias, conversar, sem coisas fora do tom ou briguinhas de fandom. Acho que isso demonstra a maturidade e o crescimento dessa área no Brasil, além da super-curadoria do Fábio que reuniu diversidade, multiculturalismo e perspectivas distintas dando um sabor todo especial ao evento, que foi bem vanguardista em sua proposta. Por fim, foi ótimo reencontrar os amigos de sempre e conhecer outras pessoas que têm poucas oportunidades de se ver por estarem espalhadas por regiões diferentes do país. Agradeço também a Aline Naomi, o Caue e a Lidia Zuin que apareceram por lá. E que venha o Invisibilidades IV em 2012 antes do fim do mundo!

Em tempo: Uma notícia divulgada durante o evento agitou com justiça a comunidade de fãs de ficção científica brasileira na twittesfera. A Tarja Editorial revelou que vai lançar no país o romance mais prestigiado da New Weird: Perdido Street Station, do inglês China Miéville. Faço questão de registrar minhas congratulações aos sócios Richard Diegues e Gian Celli por mais essa vitória de sua editora.

5 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal apresentação dela. E nossa, o mais chato d emorar longe daí é isso de perder esses debates! Deve ser muito interessante ver essas palestras. Meu dia ficou menos doce agora.

Mas melhorou com a notícia de que veremos PERDIDO STREET STATION (sim, estou gritando o título) !!!

aê :D

Romeu Martins disse...

Arthur, do ponto de vista deste blog não é "mais longe daí" é "mais longe de lá", já que estou a uns 800 km ao sul de São Paulo ;-)

bibs disse...

ah, bem que vi um rebuliço sobre esse novo título!!!
e dei uma conferida no power point da Adriana, ficou muito bom

e estamos todos longe de SP, começo a pensar que SP é que tá no lugar errado! hauahuahaa

Romeu Martins disse...

São Paulo deveria ser uma cidade móvel e passar umas temporadas do ano em cada região do país ;-)

(dá um conto New Weird isso, hehehe)

bibs disse...

vamos sugerir ao jacques =]