26.4.12

Anjo Mecânico de Cassandra Claire

Um dos maiores sucessos do mercado Young Adult, a série 'Os Instrumentos Mortais' de Cassandra Clare trata da velha luta do bem contra o mal, com vampiros, lobisomens, nephilins, magos, bruxas e muitas cenas de ação em cenários fantásticos.

O sucesso foi tanto que gerou uma série 'spin off', passada na Inglaterra Vitoriana e colocando vapor em todos esses elementos. A saga de "As Peças Infernais" está chegando ao Brasil pela Galera Record, selo da editora Record dedicado à literatura para jovens.



Sinopse:


Anjo mecânico apresenta o mundo que deu origem à série Os Instrumentos Mortais, sucesso de Cassandra Claire. Nesse primeiro volume, que se passa na Londres vitoriana, a protagonista Tessa Gray conhece o mundo dos Caçadores de Sombras quando precisa se mudar de Nova York para a Inglaterra depois da morte da tia. Quando chega para encontrar o irmão Nathaniel, seu único parente vivo, ela descobrirá que é dona de um poder que capaz de despertar uma guerra mortal entre os Nephilim e as máquinas do Magistrado, o novo comandante das forças do submundo.

Booktrailer



E você ainda pode ler o primeiro capítulo aqui. O livro está em pré-venda nas principais livrarias online do Brasil, aproveite!

25.4.12

Promoção: The Immersion Book of Steampunk

Siiiiiiiiiiiiiiiiim, eu sei que sumi. Mas o blogger me odeia e a minha vida anda muito, muito confusa. Só que eu sei que vocês vão me perdoar - afinal, voltei em grande estilo, com uma PROMOÇÃO!


O autor brasileiro Jacques Barcia está participando do The Immersion Book of Steampunk - em companhia de vários excelentes autores, entre eles Paul di Filippo. E cedeu um exemplar para nossos leitores.

Porém, como eu não gosto de facilitar, não vai ser sorteio! Para concorrer ao seu exemplar, você terá que ir na nossa caixinha de comentários e dizer "o que é uma imersão steampunk" para você. A melhor resposta, julgada pelo nosso júri, leva!

Valendo até dia 10/05 - resultado no dia 15/05

Boa sorte!

Saiba mais sobre o livro aqui e aqui.

18.4.12

Entrevista para a revista seLecT

Em fevereiro fui procurado pela colega jornalista Nina Gazire, repórter da revista dedicada a temas como arte, design, cultura contemporânea e tecnologia seLecT, da Editora Três. O assunto de nossa conversa foi bem instigante: ela procurava fontes para uma matéria sobre o assunto principal da publicação para o bimestre de abril/maio, uma edição com um verdadeiro dossiê sobre a água. Especificamente, Nina estava preparando uma reportagem sobre o ponto de vista da ficção científica, como escritores daquele gênero haviam sido inspirados ao longo dos tempos, desde o pioneirismo de Jules Verne e suas 20 mil léguas submarinas, pelo principal fator ligado à vida em nosso planeta.

A matéria acabou de sair, fazendo parte do material chamado Código Água na capa da revista. A pauta sobre o legado da FC na área ficou particularmente ótima, contando com a contribuição sempre erudita e pop de Fábio Fernandes, que ajudou Nina em um completo levantamento do que de mais importante saiu da cabeça de uma infinidade de escritores com a inspiração aquática. Quero aproveitar a oportunidade para registrar aqui no blog a entrevista completa que dei à seLecT.





É possível dizer que o gênero Steampunk é um gênero embebido de um apelo estético maior do que os outros gêneros de ficção científica? Digo isso, pela especificidade imagética e que ele provoca ou idealiza na suas narrativas ao mesclar estilos históricos visuais com certo anacronismo.

Apesar de haver outros gêneros com forte pendor estético, como o cyberpunk, com suas roupas de couro e óculos espelhados, acredito que, sim, o steampunk é mesmo uma parte da ficção científica em que essa questão aparece com mais força. Tanto que existem muitas pessoas que se definem como sendo steamers (ou steampunkers) mesmo sem conhecer muito da produção literária do gênero, apenas pelo gosto de usar roupas de época reinventadas ou mesmo de customizar objetos, como fazer um computador parecer peça antiga, por exemplo. Existem no mundo e mesmo no Brasil estilistas que cuidam de lançar roupas, como corpetes e capas, indumentárias completas, com uma inspiração neovitoriana. Lili Angélika, estilista residente em São Paulo, é um bom exemplo disso, já tive a oportunidade de conferir dois desfiles promovidos por ela na capital paulista.



Dentro deste gênero, existe algum romance ou produção que envolva questões ligadas à ecologia ou catástrofes ambientais? Penso que por ser um gênero surgido a partir dos anos 1980 ao mesmo tempo que as questões sobre o meio ambiente começam ocupar a agenda política com maior ênfase, talvez algum autor tenha trabalhado isso dentro do gênero. Isso é possível? Se sim, quais autores trabalham essas questões?

Essa preocupação já apareceu logo no primeiro romance do gênero, escrito por Bruce Sterling e William Gibson em 1990 (e que vai ser finalmente publicado no Brasil agora em 2012), A Máquina Diferencial. Naquela obra a dupla de autores especulava o que poderia ter acontecido caso a máquina de cálculos complexos (uma espécie de antepassado do nosso computador) projetado por Charles Babage realmente fosse construído no séc XIX. No livro, vemos entre as consequências disso uma espécie de superpotência britânica e o aumento da poluição representada por uma espécie de fog criado pelo homem, envolvendo a ilha. Outro exemplo, publicado no Brasil, é uma história protagonizada por Sherlock Holmes escrita pelo inglês John Gribbin e publicada por aqui na Isaac Asimov Magazine 18. Em português, o conto levou o nome de "O caso do ácido carbônico", no original "The carbon papers". O famoso detetive investiga um caso que é considerado sigiloso pela sua implicação: ele descobriria evidências de que a Revolução Industrial em vigor em sua época iria acabar provocando desastres ambientais em um futuro não muito distante (ou seja, nosso presente).

Mas devo dizer que existe todo um subgênero influenciado pelo steampunk, mas à parte, em que as questões ambientais são o cerne: o greenpunk. A ideia é levar a sério o bordão punk do "faça você mesmo" e buscar soluções para os problemas ambientais. O Brasil vai ter uma coletânea baseada nessas ideias e ideais a ser publicada este ano pela editora Draco. O nome do livro será Solarpunk e sua organização ficou de responsabilidade do escritor carioca Gerson Lodi-Ribeiro (o mesmo que organizou duas outras coletâneas para a editora, Vaporpunk e Dieselpunk). Enviei um conto para concorrer a uma vaga nesse livro, ambientado na maior estufa do mundo, que trata de questões como manipulação genética para se fabricar armamentos e uso alguma tecnologia baseada em painéis solares.


A água sempre esteve presente na literatura fantástica ou de ficção científica de alguma maneira. Ou como histórias passadas em oceanos, ilhas ou os mares de planetas imaginários. Seja no livro de Jules Verne em Vinte mil léguas submarinas ou nos livros de Frederik Pohl e Jack Williamson, o oceano é algo tão inexplorado e perigoso quanto o espaço sideral. A ideia de navegação é usada para esses dois ambientes, que envolvem um imaginário que já foi metáfora para ideologias colonizadoras e etnocêntricas. É possível pensar em uma oposição entre esses dois “lugares” dentro da ficção científica? Essa questão acima não procede no âmbito do Steampunk ?

No livro Deus Ex Machina - Anjos e demônios na Era do Vapor, lançado pela editora mineira Estronho em 2011, tenho um conto steampunk chamado "A Conquista dos Mares". Eu tento explorar algumas metáforas possíveis para o papel dos oceanos em duas facções em guerra nele. Um outro autor que explorou o tema, remetendo diretamente ao caso do livro de Jules Verne que você citou, é o mineiro Flávio Medeiros Jr. na coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário. No conto "Por um fio" ele também enfatiza a importância dos mares, um território em disputa em uma guerra de duas potências imperialistas.

Existe alguma produção dentro do gênero que tenha alguma questão ligada a água ou tenha ambientes aquáticos como cenário? É possível falar de uma produção dentro do gênero ligada a este âmbito?

Fora esses exemplos que dei enquanto respondia as perguntas acima, não me ocorre nada tão específico assim. Talvez o Gerson Lodi-Ribeiro esteja recebendo contos em que a água tenha uma importância tão central assim, já que as questões ambientais são o centro da antologia que ele está organizando.

15.4.12

Novas histórias de um passado extraordinário

A mais bem sucedida, em termos de crítica e de repercussão, coletânea lançada pelo fandom de ficção científica nacional vai ganhar uma bem vinda continuação. Lançada com pioneirismo em 2009 pela Tarja Editorial, Steampunk - Histórias de um passado extraordinário recebeu algumas dezenas de menções e avaliações em blogs nacionais e estrangeiros, programas de TV e de podcasts, garantiu presença em livros como o Anuário de Ficção Científica e a Steampunk Bible. Agora, a mesma editora anuncia que chegará prevemente às livrarias físicas e virtuais Steampunk 2. Eu já estava sabendo e até já enviei uma noveleta para ser avaliada pelos organizadores, agora, que a notícia se tornou pública, vou compartilhar a nota publicada pelo site do Conselho Steampunk de São Paulo

.

Depois do indiscutível sucesso de público e crítica que foi “SteamPunk ~ Histórias de um Passado Extraordinário”, a Tarja Editorial resolveu lançar uma continuação com noveletas de autores selecionados tratando o SteamPunk cada um a sua maneira.

O período Vitoriano é o foco da obra, o que limita os contos entre 1837 e 1901, mas certa flexibilidade é dada nas circunstâncias ficcionais anacrônicas cabíveis.

Segundo o editor Gian Paolo Celli – também responsável pelo primeiro volume – a intenção é reunir entre 8 e 12 obras de ficção científica que provoquem a reflexão acerca do subgênero literário.

O elenco de autores presentes na primera coletânea impressionou bastante e houve inclusive repercussão internacional graças ao competente resultado literário.

Na nova coletânea todas as obras deverão se ater ao formato “noveleta” de narrativa livre, sendo deixadas de fora outros formatos como poesias e estruturas afins.

Como é do feitio da Tarja Editorial, nenhum valor é cobrado aos escritores e não há qualquer compromisso para além da divulgação da obra e cada autor receberá três exemplares – cujo evento de entrega será oportunamente agendado.

A editora pretende lançar o livro em formato 14x21cm, reservando cerca de 30 páginas por autor – que perfazem 45 mil toques ou de 14 à 15 páginas no formato A4. Precederá cada conto uma página de apresentação com o nome do autor e breve introdução a obra, seguindo-se à obra breve biografia do autor e área para fixar um endereço de website e email para contato.

A Tarja Editorial, como editora responsável pelo primeiro lançamento SteamPunk do Brasil, é alvo de um carinho especial do Conselho SteamPunk e de entusiastas de toda parte, mas nosso coração à vapor é enorme e vai continuar abraçando cada uma das demais editoras que se juntarem à ilustre pioneira com o intuito de enriquecer a produção de Cultura SteamPunk no país.

Para mais informações sobre o projeto, os interessados devem entrar em contato com a
Tarja Editorial pelo email steampunk2@tarjaeditorial.com.br

13.4.12

Vikings no UniversoHQ

Este ano eu ainda não havia publicado resenha em um dos meus sites favoritos, o UniversoHQ. Nesta sexta-feira 13, pude retomar os trabalhos com uma crítica a respeito de uma série de quadrinhos que faz uma excelente ficção histórica. Northlanders, ou Vikings, como é chamada no Brasil, retrata os povos nórdicos que entraram para a História um milênio atrás. Criação de Brian Wood, esses quadrinhos muitas vezes respeitam mais a ambientação e seus personagens que as várias deturpações vistas em outras mídias, das montagens de óperas aos cinemas. Na resenha publicada hoje, falo sobre o encadernado A viúva do inverno, que agrupou oito edições da série mensal que já foi cancelada nos EUA. Boa leitura, bom final de semana, boa sorte.


Esqueça aquela imagem popularizada desde as primeiras montagens de óperas em que os vikings aparecem como guerreiros ensandecidos com capacetes cheios de chifres.
Na série Northlanders (traduzida e simplificada como Vikings no Brasil), criada por Brian Wood para a Vertigo, não faltam os guerreiros ensandecidos entre aqueles habitantes do norte. Mas o cuidado histórico que o escritor reservou a suas HQs evitou anacronismos como os tais capacetes cujos adornos nunca existiram.
Da mesma forma, o universo daqueles protagonistas que aterrorizaram a Europa mil anos atrás é bastante enriquecido por outros personagens e abordagens além dos costumeiros saqueadores, sempre com as espadas e machados nas mãos. O roteirista, conhecido também por sua série futurista ZDM - Terra de ninguém e pelas capas que fez para as 12 edições de Frequência global, de Warren Ellis, focou em outros aspectos do cotidiano dos antepassados dos escandinavos de nossos tempos.
Este encadernado, que reúne oito histórias da série mensal, é um ótimo exemplo. A ambientação mostra uma cidade fundada pelos nórdicos, com sua estrutura política organizada e com sua rede de comércio estabelecida. Os protagonistas já se mostram afeitos à fé cristã, ainda que guardassem memória dos antigos deuses que cultuavam.

Continua

12.4.12

Expandindo o círculo

No post anterior, falei sobre o projeto que Fábio Fernandes está capitaneando com a revista (e não editora, como a chamei) The Future Fire para uma coletânea internacional a respeito do Colonialismo, a partir do ponto de vista dos povos oprimidos. Agora vamos ter a oportunidade de conhecer em mais detalhes este e outros projetos dessa parceria na entrevista a seguir, com o próprio brasileiro, nosso conhecido, e com Djibril al-Ayad, o editor dessa engajada publicação.


Quais os objetivos e como está estruturada sua revista?

Djibril al-Ayad: The Future Fire é uma revista de ficção especulativa social e política, o que significa que estamos interessados em histórias *ao mesmo tempo* contem uma história bem, com uma bela linguagem e bastante ação ou uma trama cativante, *e* tenham uma consciência social explícita. Temos um foco particularmente voltado para histórias com conteúdo feminista, queer, racial ou ambiental, pós-apocalíptico ou de distopia política e assim por diante. Tentamos nos manter envolvidos com diversas comunidades online nessas áreas: os seminários #FeministSF no Twitter, o grupo de defesa por uma ficção especulativa queer The Outer Alliance, etc.

A revista é pequena e não foi criada para dar lucro. Temos uma equipe editorial pequena e informal, com membros que mudam periodicamente, e eu sou o editor-geral desde a fundação do zine em 2005. A TFF publica uma media de quarto edições online por ano, que estão disponíveis para leitura online free ou em PDF baixável ou formatos de -book.

Que outros projetos já foram desenvolvidos e ainda estão em aberto pela TFF?

DA: Além do lançamento periódico constante da revista gratuita, estamos atualmente lendo histórias para outra antologia temática, que será publicada em julho, intitulada Outlaw Bodes [Corpos Fora-da-Lei], que pode combinar temas cyberpunk, queer, trans e deficiências, bem como uma série de outros temas de políticas do corpo. Estou ansioso para ver como será a experiência de publicar essas antologias (incluindo a versões de edições limitadas de ebook e impressas para venda), e espero poder fazer mais disso no futuro.

 No caso da coletânea sobre Colonialismo, como se deu a aproximação entre Fábio Fernandes e a revista? De quem partiu a ideia para essa antologia temática?

DA: Esta pergunta na verdade é mais para o Fábio, que respondeu um anúncio que publicamos no ano passado solicitando temas para uma antologia, e enviou um dos dois tópicos que selecionamos (além do de Outlaw Bodies que acabei de mencionar). O tema de colonialismo era bem a nossa área de atividade, era uma proposta ponderosa, e Fábio estava obviamente muito entusiasmado e era bem qualificado para organizar e co-editar uma antologia sobre esse tema. Ele pode nos contar mais de onde veio essa ideia.

Fábio Fernandes: Essa ideia já estava na minha cabeça havia algum tempo, e bastou ler o anúncio da TFF para que a semente germinasse. O que eu sempre quis, desde o tempo em que só escrevia FC em português, era reunir vários nomes de qualidade para fazer um trabalho representativo da cultura brasileira, latina e ir aumentando o círculo. O anúncio me fez ver que havia chegado a hora de expandir esse círculo de uma vez. Para uma revista em inglês, não faz sentido pensar pequeno: é o mundo inteiro ou nada. Então vamos apostar no mundo. Vamos falar de colonialismo do ponto de vista do oprimido, ou no mínimo de quem teve ou tem a experiência cotidiana de viver num país que não vive dentro da esfera econômica anglo-americana, mas sofreu ou ainda sofre forte influência de sua cultura.

O projeto que está levantando recursos em sistema de crowdfunding já conta com o apoio de personalidades da FC mundial como o inglês China Miéville, o grande nome da weird fiction mundial, entre outros. Vocês esperam mobilizar também colaboradores com esse nível de experiência entre os autores a enviar textos?

FF: Certamente. Não esperamos que o próprio China colabore, pois um autor do calibre dele é extremamente ocupado (mas se ele pudesse, eu não recusaria, hehehe). Mas alguns autores já começam a se oferecer de forma muito generosa para colaborar. Paul Graham Raven, editor-chefe da Futurismic.com, se ofereceu para fazer o copy da edição, o que nos deixou maravilhados, pois ele é competentíssimo e muito ocupado. Temos também recebido e-mails de autores para tirar dúvidas sobre que tipos de histórias estaríamos procurando, mas isso ainda vamos explicar melhor daqui a pouco tempo em nosso call for submissions, e não temos dúvida de que muita gente boa (conhecida ou não) vai aparecer com ótimas histórias.

Como vocês avaliam a participação do mundo não-anglófono na ficção científica produzida hoje em dia? Em termos de qualidade, quantidade, relevância e consumo, há motivos para se comemorar ou ainda temos muito caminho a percorrer?

FF: Eu vejo essa participação com muito otimismo. O continente africano tem começado a aparecer cada vez mais com nomes como Jonathan Dotse e Lauren Beukes e projetos como a revista Jungle Jim [Jim das Selvas], cujo próprio nome é uma brincadeira e uma crítica ao imperialismo. O oriente, como China, Japão e Filipinas especialmente, sempre produziu muito em termos de quantidade, embora o mercado seja, assim como o brasileiro, mais fechado (o caso do Japão é diferente por causa da invasão dos animes e dos mangás, e nos EUA a editoria Haikasoru começou a traduzir, nos últimos anos, muitos livros de FC bem interessantes). Mas ainda há muito que avançar: nós brasileiros, e a América Latina em geral, somos muito isolacionistas, eu diria até mesmo elitistas, e está mais do que na hora de isso acabar. Eu gostaria muito de ver contos brasileiros e de outros países da América Latina entre as submissões desta edição.

10.4.12

Nós vemos uma fronteira diferente

Acabo de saber de um dos projetos mais interessantes que já vi desde que comecei a acompanhar o mundo da FC mais de perto, lá para o final de 2007, começo de 2008. Fábio Fernandes vai se coeditor de uma antologia que terá o controverso tema do Colonialismo e sob uma ótica bem distinta da que nos acostumamos a ver nos livros, cinemas, animações, seriados, games, enfim, na produção cultural que nos chega por diversas vias.

"Para esta antologia, vamos estar à procura de histórias a partir da perspectiva de pessoas e de lugares colonizados por regimes que não sejam de sua escolha (no passado, no presente ou mesmo no futuro). Nós não estamos prioritariamente interessados em histórias de guerra, apesar de não as deixarmos totalmente de fora. Não estamos interessados em histórias sobre um Homem Branco que aprenda com os erros de suas escolhas; nem em parábolas sobre contato com alienígenas em que os seres humanos são brancos anglófonos e os ETs apenas analogias para outras raças. Queremos histórias contadas dos povos colonizados, com personagens que não necessariamente falem inglês, de autores que tenham experiência do mundo além do Primeiro Mundo."

Essa é a intenção manifestada para a obra, a ser publicada pela The Future Fire, uma editora independente (na verdade, revista independente) especializada em ciberficção sócio-política e especulativa. Para viabilizar o projeto, a equipe responsável está angariando recursos no melhor estilo participativo de crowdfuding. Neste endereço você pode acessar mais detalhes desta ideia inovadora e contribuir para que sejam arrecadados os três mil dólares previstos para remuneração dos contistas, capista e outros custos, que não incluem a parte editorial, cedida voluntariamente pelos organizadores.

9.4.12

Mais estronhices em Floripa

A editora Estronho em parceria com a Sociedade Histórica Desterrense organiza mais um evento de lançamentos literários em Florianópolis.


Com direito a brindes, super descontos, parcelamentos camaradas e a presença de quatro autores publicados pela editora autografando seus livros: o casal Estronho M. D. Amado e Celly Borges, a estreante Pauline Kisner que lança seu conto presente na série História Fantástica do Brasil sobre a Guerra dos Farrapos e este blogueiro que vos escreve. O dia é 26 de abril, o local é o tradicional ponto de encontro reconstrucionista do Café Cultura, ao lado da Praça XV. Venham todos os camaradas!

8.4.12

Sherlock à escocesa

Faz tempo que não apareço por aqui, tanto que o blogger até pediu confirmação extra para a minha senha. Este ano está sendo mais conturbado que a média, vamos ver se será possível voltar a fazer algumas postagens e continuar acompanhando o cenário steampunk no Brasil. Um exemplo de que o assunto continua em voga em nosso país me chegou por comentário vindo de Rommel Werneck, um entusiasta do tradicional traje escocês conhecido como kilt.

O paulista compôs um visual inspirado por um dos personagens favoritos deste blog para comparecer ao IV Picnic Steampunk realizado na capital de São Paulo. Registrado em sua página dedicada ao uso do kilt, podemos conferir tanto este inusitado Sherlock Holmes à escocesa como as indumentárias de outros participantes do convescote steamer.