31.1.11

Space Opera - a coletânea

O futuro não é bem o negócio deste blog, ele está mais para o retrofuturismo mesmo, focando o século retrasado ou ainda mais para o passado. Mas vale a pena fazer algumas exceções e este é o caso do assunto agora. A editora Draco vai lançar uma nova coletânea dedicada a um subgênero que é sinônimo de FC para muita gente, com suas batalhas espaciais e conquistas interplanetárias. Space Opera - Odisséias fantásticas além da fronteira final vai trazer contos de Gerson Lodi-Ribeiro, Clinton Davisson, Maria Helena Bandeira, Jorge Luiz Calife, Letícia Velásquez, Marcelo Jacinto Ribeiro, Flávio Medeiros Jr. e da dupla de organizadores Larissa Caruso e Hugo Vera, com prefácio de Fábio Fernandes. Abaixo vocês podem conferir a capa, de autoria de Hugo Vera e neste endereço, além de mais informações sobre o livro, ainda podem ver um book trailer com as naves em ação.

30.1.11

Steampunk culture

Débora Aquino, a mesma que me deu a dica daqueles corsets de origami (por sinal, um dos posts mais acessados deste blog) voltou à estética do século XIX revisitado agora em seu novo blog. Agora ela dedicou uma postagem para apresentar a seus leitores várias abordagens da cultura steampunk, como reproduzo abaixo:

Steampunk é um sub-gênero da fantasia e da ficção especulativa que entrou em destaque na década de 1980 e início de 1990. O termo designa obras ambientados em uma época ou em um mundo onde o poder do vapor é ainda amplamente utilizado. Normalmente, o século 19, e muitas vezes era vitoriana da Inglaterra, mas com elementos de destaque de uma ficção científica ou fantasia.



Steampunk  agora é uma corrente crescente de muitas pessoas que querem criar uma cultura intacta aos ideais vitorianos e modos de vida. Estes indivíduos recriam um mundo de fantasia de computadores a vapor de gerência, relógios, guitarras, máquinas fotográficas, óculos, veículos e qualquer outra coisa relacionada com tecnologia que pode ser alimentado pelo vapor.





Continua

28.1.11

1000 Universos - Primeira resenha

Comecei o mês com um post sobre o ebook que publicou meu primeiro conto em 2011:

Saudações, amigos da Malta do Vapor. Primeiro post do ano, primeira publicação do ano. Junior Cazeri, do blog Café de Ontem, deu início nesta segunda-feira a um projeto muito interessante. Ele vai organizar periodicamente uma série de antologias de ficção fantástica virtuais, reunindo em um mesmo espaço autores de FC, fantasia e horror. A edição de estreia de 1000 Universos é esta que vocês podem ver abaixo (arte de um quase xará, Rodrigo Martins), seguida do prefácio escritro pelo criador da empreitada:



Eis então que percebi ontem que já saiu a primeira resenha da publicação (que pode ser baixada aqui) no blog do Absurdo Fantástico, do paulista Amadeus Paes. Alertando desde já que o texto dele apresenta alguns spoilers (por isso recomendaria ler a 1000 Universos antes), vou republicar abaixo o início da análise do blogueiro, o trecho em que ele comenta meu miniconto e o encerramento. Para ler a íntegra, basta clicar aqui:

Iniciativa do blog Café de Ontem, com apoio incondicional do blog Absurdo Fantástico, pensando pelo lado comercial, é ótimo que incentivamos e consumamos a literatura fantástica, quanto mais portas melhor e assim devagarzinho nós vamos conhecendo novos autores e novas possibilidades.


O número 1 da revista 1001 universos tem 112 páginas e é distribuído gratuitamente, o link está no final do post, inclusive estão abertas as inscrições para o nº 2. Temos as seguintes histórias e autores:

(...)Amazonia Underground – Romeu Martins

É um pequeno conto steampunk com nuanças de Arthur C. Doley e Julio Verne, o autor explica os detalhes de suas personagens, eu percebi estas nuanças antes de ler as explicações.

É a história de um aventureiro inglês que se embrenha na floresta amazônica, ainda na época do império e que está metido numa enrascada da qual ele precisa achar uma solução para salvar a sua pele.

O conto é bem simples, mas vale à pena a leitura para se familiarizar com o universo steampunk.

*Steampunk: Existem algumas definições para este gênero: Mas eu creio que a mais certa seja histórias com tecnologias avançadas movidas a motores a vapor, causando uma distopia na sociedade. (...)

1001 Universos

Gostei da iniciativa, o numero de páginas está bom, está bem legal pra ler no netbook, notbook e i-pad, aguardo ansiosamente pelo número 2.

Ótima Obra.

Para Baixar e participar do nº 2:

http://cafedeontem.wordpress.com/2011/01/03/1000-universos-01/#more-1081

27.1.11

The Windup Girl vai sair no país

Mais um romance steampunk vai ganhar edição nacional. Depois do anúncio de Boneshaker e Mortal Engines, agora é a vez do multipremiado The Windup Girl, de Paolo Bacigalupi, que vai sair no Brasil pela editora Devir. Uma nota a respeito pode ser lida no blog de Ana Cristina Rodrigues:

The Windup Girl (ainda sem título em português), de Paolo Bacigalupi. O romance ganhador dos Prêmios Hugo, Nebula e Locus de 2009, é um dos mais premiados livros de estréia de um autor de ficção científica, comparável apenas a Neuromancer (1984), de William Gibson.

  E uma resenha da obra pode ser conferida na página de Cris Alves:



The Windup Girl é a primeira história longa de Paolo Bacigalupi, um autor conhecido pelos contos em mundos arrasados por desastres ecológicos. Nomeado para os prémios Hugo e Nebula, a história ocorre num mundo futuro de recursos esgotados, em que os combustíveis fósseis foram substituídos pela força motriz de seres humanos ou animais, acumulada em baterias especiais. Para além dos recursos energéticos, também a maioria dos espécies animais e vegetais se extinguiram, devido a alterações climáticas e pragas dizimadoras, que atingiram os seres humanos sob a forma de doenças hemorrágicas de rápida propagação.

26.1.11

Uma década de malaquice

Uma rápida sessão nostalgia. Meus caros cúmplices no crime Gabriel Rocha e Fabrício Rodrigues criaram um Tumblr (como se pronuncia isso, eu me pergunto) para relembrar nossa primeira experiência internética em um mundo pré-blogs: o e-zine O Malaco! que estaria completando dez anos se vivo fosse. Hospedado na época em um condomínio virtual chamado HPg - cuja existência deve ter sido apagada da memória coletiva, sem deixar rastros na rede - aquela publicação pode ser considerada um antepassado de diversas iniciativas que seus criadores foram lançando por aí. Sim, isso certamente inclui este blog, se querem um exemplo, o nome daquela publicação era inspirada no zine criado por Legs McNeil e que serviu para batizar todo um movimento cultural: Punk!

Então, para comemorar a volta dos arquivos que pareciam condenados a uma existência off-line, deixo vocês com o link para o tumblr (não quero me imaginar falando isso com farofa na boca) e com o editorial escrito para marcar o retorno da malaquice antes da era do vapor:



Cem anos em dez

O Malaco! foi uma aberração. Primeiro, porque foi feito pra web mas era lançado como revista (ou zine) em formato de edição fechada. Segundo, porque só depois de criado notamos que poderia ser um trabalho de conclusão de curso. Terceiro, porque teimava em tratar de cinema, música e quadrinhos numa cidade que praticamente não tinha nada disso. E ainda por cima tinha uma exclamação no título.

Contra todos os prognósticos, O Malaco! durou. Em dois anos e meio de trabalho 100% no amor, foram 14 edições, muitos colaboradores e várias histórias bizarras – como a edição nº 7, que já podia ser lida quando acessada em São Paulo mas que, em vários computadores de Florianópolis, só aparecia a edição nº 6, o que mostra que até no acesso a protocolos de internet nossa sede estava ridiculamente atrasada.

O site se resumia na vontade de um grupo de meia dúzia de jornalistas (metade recém-formada outra metade na finaleira do curso), e vários amigos colaboradores, de criar um fanzine/revista udigrudi com base naquilo que formou nosso interesse por cultura pop (das revistas da Circo aos zines de colegas de curso que ousavam e avacalhavam com o jornalismo) adaptado às condições do ano 2000: formato impresso inviável e ultrapassado, web a custos ínfimos e com possibilidades mil de difusão, blá blá blá… O Malaco!, a aberração, foi também uma escola. Dava pra testar tudo aquilo que não tinha cabimento no dia a dia de nossos empregos formais, além de mandar às favas muito conceitinho idiota da ‘acadimia’.

Mas estes dez anos que marcam a estreia do site, em janeiro de 2001, hoje parecem cem, em termos de web. Os arquivos cabiam em um disquete, a atualização era feita em conexão discada, nossas fontes de informação eram revistas, livros ou geralmente a própria memória, ‘blog’ era só uma onomatopéia e sites de relacionamento eram coisa proibida para menores de idade – o que dirá You Tube, Twitter e o escambau. Naquele tempo, as pessoas até acreditavam naquilo que a gente escrevia.

E pra marcar o revival d’O Malaco!, ressuscitamos de nossos arquivos a resenha do cavalar show que Neil Young e o Crazy Horse fizeram no dia 20 de janeiro de 2001, no encerramento do penúltimo dia do Rock In Rio III. Porque o Véio personifica, e engrandece, o malaco way of life. Pegue sua naftalina e dê uma sacada no que vem por aí…



EQUIPE O MALACO!


Em 2001, a equipe grã-malaca irresponsável pelo site era: Fabrício Rodrigues, Frederico Carvalho, Gabriel Rocha, Giuliano Ventura, Ramiro Pissetti e Romeu Martins (mais um catatau de cúmplices e colaboradores…)

25.1.11

As vilãs brasileiras de Sherlock Holmes

Vai haver um texto de brasileiro na edição de inverno de um dos periódicos mais renomados quanto à divulgação e ao estudo da obra de Arthur Conan Doyle (1859-1930). Carlos Orsi, jornalista especializado em C&T e um dos melhores escritores de FC do país, é o articulista que teve um texto aprovado pelos Baker Street Irregulars para figurar no The Baker Street Journal. O tema do artigo do paulista é, como vai se ver, do meu maior interesse: The Brazilian Villainesses  of the Canon ("As Vilãs Brasileiras do Cânone"). O Cânone, no caso, são as histórias escritas pelo criador do detetive mais famoso da literarura. A análise de Orsi foi sobre a vilã descrita desta forma pelo inseparável Watson:



Apresentava um ar tão brejeiro, tão fora do comum, exibindo ali diante de nós seu sorriso de desafio, que me pareceu que, de todos os criminosos de Holmes, era aquele o que ele acharia mais difícil de enfrentar.

Vou citar o próprio Orsi em seu novo blog, dedicado principalmente à divulgação científica:

Meu artigo faz parte daquilo que os aficionados por Holmes chamam de "O Grande Jogo" -- uma espécie de Role Playing Game acadêmico onde os autores fingem que os 56 contos e quatro romances estrelados por Holmes não são fruto da imaginação de Sir Arthur Conan Doyle, mas sim fragmentos das memórias de um homem real, o médico John H. Watson, a respeito de outro ser humano de carne e osso, o Sr. Sherlock Holmes.

O que torna o "jogo" divertido é o fato de os textos de Doyle estarem repletos de contradições, erros e imprecisões. O ferimento à bala sofrido por Watson durante a guerra no Afeganistão, por exemplo, aparece às vezes no braço, às vezes  na perna; Holmes diz ter escapado da morte em 1891 usando uma arte marcial que só foi inventada em 1898;  as regras do turfe usadas no conto Estrela de Prata simplesmente não são as regras verdadeiras das corridas de cavalo; e assim por diante.

(Meu artigo trata de demonstrar, entre outras coisas, como Isadora Klein, a vilã brasileira de As Três Empenas, pode ser membro de uma família "de conquistadores espanhóis que são líderes de Pernambuco há séculos".)

Uma curiosidade para os leitores brasileiros é que, se dependesse apenas da tradução mais conhecida do conto por aqui, não seria possível saber que a personagem em questão é nossa conterrânea. Tudo por conta da intenção de corrigir aquela informação que virou tema do paper de Orsi. Se não, vejamos, no original está escrito:

Exactly! But does the name Isadora Klein convey nothing to you? She was, of course, the celebrated beauty. There was never a woman to touch her. She is pure Spanish, the real blood of the masterfui Conquistadors, and her people have been leaders in Pernambuco for generations. She married the aged German sugar king, Klein, and presently found herself the richest as well as the most lovely widow upon earth. Then there was an interval of adventure when she pleased her own tastes. She had several lovers, and Douglas Maberley, one of the most striking men in London, was one of them.

na tradução de Hamílcar de Garcia ficou assim:

Sem tirar nem pôr. Mas o nome de Isadora Klein não lhe sugere nada? Ela foi sem dúvida uma famosa beldade. Não havia mulher que com ela competisse. É espanhola da gema, do sangue real dos poderosos conquistadores que dominaram as Américas durante várias gerações. Isadora desposou o idoso alemão Klein, rei do açúcar, e pouco depois era, ao mesmo tempo, a mais rica e a mais linda viúva da terra. Houve então um intervalo de aventura durante o qual ela satisfazia todos os seus gostos. Teve vários amantes, e um deles foi Douglas Maberley, um dos homens mais belos de Londres.

Então, o artigo de Carlos Orsi  pode ter essa dupla função: apresentar a muitos leitores de Sherlock Holmes a verdadeira nacionalidade de uma personagem que o preciosismo editorial brasileiro ocultou e ainda dar uma explicação possível para um aparente erro de Conan Doyle. Por isso mesmo, ele merece parabéns duplos! Mas como falei no começo do post, este é um assunto que me interessa há tempos. O que pode ser demonstrado por este tópico no Orkut em que discutimos o tema em novembro de 2006. Foi exatamente ali que tive meu primeiro contato com os escritores brasileiros de ficção científica e, como deve notar quem leu a noveleta, foi onde surgiu pela primeira vez o embrião de "Cidade Phantástica", na qual me apropriei de outra brasileira criada pelo pai de Sherlock Holmes.

24.1.11

Vem um RPG steampunk nacional por aí?

Encontrei a informação no blog do escritor Heitor Serpa: ele e seu colega Douglas Vermento estariam preparando um RPG de inspiração steamer. Segue abaixo o trecho em que é dada a notícia, no meio deste post:

Agora uma notícia de algo que ainda está para acontecer. Lembram do Douglas Vermento, que eu indiquei lá em cima? Pois é, resolvi me juntar a ele e ao Enrico - um de meus primeiros leitores, e que agora mostra bastante talento pra coisa - para pensar num cenário de punk a vapor contendo elementos de fantasia. Difícil? Bastante, se você considerar a existência do RPG "Reinos de Ferro", por exemplo, além dos lançamentos envolvendo o gênero pipocando de todos os lados. Ainda assim, está sendo um exercício muito bom. Estabelecemos uma idéia central, sem dar muitos nomes aos bois, e cada um está se dedicando a um conto para firmar a base. Eu já comecei o meu... Daqui a pouco deverão surgir mais novidades.

Torço mesmo por mais novidades desse projeto.

22.1.11

Mortal Engines vai ser publicado no Brasil

Bruno Accioly, um dos fundadores do Conselho Steampunk deu a notícia em seu site cultural Outra Coisa: o primeiro romance da tetrologia "Crônicas das Cidades Famintas" vai ganhar edição nacional. O livro que também vai ser adaptado brevemente para os cinemas por Peter Jackson, o mesmo responsável pelos filmes de O Senhor dos Anéis, é mais uma obra com características steampunk, apesar de ser futurista, a chegar ao nosso mercado. Abaixo, o trecho inicial da matéria:



Prestes a ser lançado pela Editora Novo Século no Brasil, “Mortal Engines” (website) é uma obra literária distópica, passada em um mundo pós-apocalíptico cujos recursos naturais eram cada vez mais rarefeitos e no qual a maior parte das conquistas tecnológico-científicas da humanidade se perdera após a já distante “Guerra de 60 Minutos”.


Nesta realidade não mais existe o Estado Nacional e cidades inteiras acabaram sendo transformadas em veículos – as Cidades-Tração – que ainda exploram os recursos naturais continentais e consomem-se umas às outras sempre que tem a oportunidade, muito embora o planeta já tenha estabilizado seus ciclos e esta solução, agora, mais prejudique leve em direção à alguma solução.

Na obra de Philip Reeve (website) um grupo denominado a Liga Anti-Tração, trabalha para parar as cidades, acabando com o consumo excessivo de recurso por parte das Cidades Estado e com o “Darwinismo Municipal”, conceito que deu origem às metrópoles em movimento.

O romance apresenta Londres como a principal Cidade-Tração, uma sociedade dividida numerosas Guildas, das quais as mais importantes são a dos Engenheiros, dos Historiadores, dos Navegadores e dos Mercadores.

Continua

20.1.11

Sou um sobrevivente de Cursed City!

Ótimas notícias, caros amigos da Malta do Vapor! Quando postei no dia 10 de novembro a respeito da coletânea de Weird West da editora Estronho, não estava em meus planos participar da seleção de contos, apesar de adorar as duas vertentes ali reunidas, a ficção fantástica e o faroeste (afinal, fui criado lendo Jules Verne e pulps de bangue-bangue). Mas eis que me surgiu uma ideia inusitada para o tema e não resisti. Escrevi quase no limite do prazo "Domingo, Sangrento Domingo", contei com a colaboração dos beta leitores Giseli Ramos, Edgard Refinetti, Tatiana Ruiz e Débora Aquino - registro meus agradecimentos ao quarteto pelas dicas, sugestões e correções - e enviei o dito cujo. O resultado saiu hoje, como pode ser lido no site da editora, nas palavras de M. D. Amado:



Muitos textos encaminhados para a seleção de Cursed City surpreenderam pela qualidade e por isso mesmo foi difícil chegar a seleção final. No final das contas, fui obrigado a subir a quantidade de contos a serem publicados, de 15 para 20 e ainda assim algumas boas escritas ficaram de fora. Espero sinceramente que os espíritos de Cursed City não achem que eu fui injusto nesta seleção, senão eu estou f...

Sendo assim, eis os sobreviventes da cidade amaldiçoada:

Xerife prefaciador: Adriano Siqueira


Bandido Convidado: André Bozzetto Jr. (A balada do coyote)


Os Procurados: Alfer Medeiros (O gigante, a curandeira e a lutadora de kung-fu), Alliah (Just like Jesse James), Ana Cristina Rodrigues (Aquele que vendia vidas), Carolina Mancini (Número 37), Chico Pascoal (Duas lendas), Cirilo S. Lemos (Por um punhado de almas), Davi M. Gonzales (Ainda dói?), Ghad Arddhu (Oricvolver), Georgette Silen (A mão esquerda da morte), Jota Marques (As desventuras do pequeno Roy), Lucas Rocha (O fantasma de Franklin Stuart), M. D. Amado (Nem sempre a fé te salvará), Marcel Breton (Sombras), Romeu Martins (Domingo, sangrento domingo), Tânia Souza (Demônios da escuridão),  Valentina Silva Ferreira (Sally), Verônica Freitas (Deixe-me entrar), Yvis Tomazini (Só o dinheiro dos mortos) e Zenon (Descanse em paz).

Então, podem avaliar como estou feliz!  O meu texto trata de um certo tipo de monstro mitológico sobre o qual eu nunca imaginava escrever... Mas raios, até meados de 2008 eu jamais esperava escrever ficção mesmo. E como eu disse para o Fábio Fernandes no Twitter, agora aprendi a nunca dizer deste sangue não chuparei. "Domingo, Sangrento Domingo" não é exatamente um conto steampunk, apesar de se passar no século XIX - no dia 6 de junho de 1866, uma quarta-feira, se você fizer questão de exatidão - e de ter uma tecnologia bem exótica ao final. Mas espero que agrade também aos meus caros confrades steamers.

Reunião da Sociedade Histórica Desterrense

No próximo sábado, às 16h, vai haver uma reunião da Sociedade Histórica Desterrense para acertar detalhes do evento programado para 23 de março, "Olhares sobre a História". O local do encontro é o mesmo onde houve o primeiro evento vitoriano de Florianópolis e onde foi feito o sorteio do Mini-João Fumaça, o Café Cultura, ao lado da Catedral da capital catarinense.

19.1.11

Steampunk made in Brazil 5

E Hoje quem destaca a participação internacional de brasileiros é Jeff VanderMeer. Em um post rápido em seu blog, ele comenta algumas das atrações que estarão presentes na coletânea que organizou, a Steampunk Reloaded. O escritor e editor lembrou que aquele livro foi a força que permitiu a divulgação das traduções para o inglês dos contos da antologia lusobrasileira Vaporpunk - agradecendo pelo feito Fábio Fernandes, Larry Nolen e o Beyond Victoriana - e também pelo conto do citado no post anterior Jacques Barcia no site da Tachyon. As duas notícias já haviam sido dadas por aqui, mas sem dúvida vale o repeteco pelo destaque dado por Jeff VanderMeer à produção nacional.

18.1.11

Steampunk made in Brazil 4

O escritor pernambucano Jacques Barcia, um dos contistas da coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário, acaba de anunciar em seu blog que vai estar presente em mais um livro internacional com um texto escrito originalmente em inglês. Ele está confirmado na antologia Immersion Book of Steampunk, da Immersion Press, com a história de longo título "The Siege of Dr. Vikare Blisset As Reported By Detective Carlos Verke". Segue abaixo a lista dos demais autores que farão parte da coletânea, que deverá ser lançada em meados de abril:


GD Falksen

James Targett

Anatoly Belilovski

James Johnson

Dan L Hollifield

Jacques Barcia

Toby Frost

Chris Butler

Paul di Filippo

Parabéns a nosso compatriota que leva mais uma vez o Brazilian Steampunk ao mercado mundial!

Agradecimentos

Antes de voltar às atividades normais, quero deixar registrado os agradecimentos ao M.D. Amado e à Celly Borges, respectivamente pelas homenagens ao Cidade Phantástica em seus blogs Estronho e Esquésito e Mundo de Fantas no Mundo dos Livros. Muitíssimo obrigado, meus caros!

17.1.11

Feliz aniversário, Envelheço na cidade 2

No dia 17 de janeiro de 2009, esta página entrava no ar com o trecho inicial da noveleta que lhe emprestou o nome e que acabou sendo publicada na coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário da Tarja Editorial. No mesmo dia e mês do ano seguinte, publiquei o início de uma outra noveleta, ainda inédita mas que deverá sair em uma coletânea de outra editora. Hoje, para comemorar o segundo aniversário deste blog, aqui vai o começo do conto "Conquista dos mares", a ser publicado em breve na coletânea Deus Ex-Machina - Anjos e Demônios na Era do Vapor, da editora Estronho - cujo dono, o incasável M. D. Amado, também completa anos hoje, por uma grande coincidência.

Eu havia falado do convite para participar daquele livro em dezembro, mas ainda não comentei nada sobre o conto. Este, ao contrário dos outros textos steampunks que cometi, não é protagonizado pelo agente da Polícia dos Caminhos de Ferro, João Fumaça. Como a proposta da coletânea, organizada pelos confrades Cândido e Tatiana Ruiz, envolvia o combate entre anjos e demônios, resolvi escrever uma continuação do meu miniconto de fantasia "A diabólica comédia". Em "Conquista dos mares", vamos ver alguma das consequências do golpe de estado que mudou o poder no Inferno e como o novo regente se comporta na guerra contra antigos aliados, tudo isso envolvido com elementos steamers. Como aconteceu com o primeiro conto, inspirado em "Ave, Lúcifer", dos Mutantes, este também partiu de uma inspiração musical, como fica claro pela citação inicial. Espero que gostem da amostra, agradeço a leitura em mais este ano de atividade do blog e deixo meu parabéns para o Cidade Phantástica e para o meu novo editor.




A Diabólica Comédia – A conquista dos mares

Oh, in the war is common cry
Pick up you swords and fly
The sky is filled with good
And bad that mortals never know

“The Battle of Evermore”, Led Zepellin

A bocarra se arreganha ao despontar sobre as águas que o monstro atravessa como se fosse uma serpente prestes a dar o bote. Seu corpanzil negro vem logo atrás; metade submersa, metade para fora dos vagalhões que sua passagem provoca. Entre as duas fileiras de dentes, posicionados num cortejo de lâminas afiadas, a fera regurgita faíscas incandescentes. É possível ver as chamas arderem lá dentro, irrompendo vez por outra feito o magma dos vulcões, expelidas como o veneno encarnado de suas peçonhas. Em momentos assim, o brilho do fogo se reflete nas grossas escamas que protegem cada parte de sua forma bestial. Das narinas do monstro, dois buracos que se assemelham a crateras lunares, são liberadas nuvens negras e ondulantes, empesteando os céus da mesma forma que sua simples presença conspurga o oceano de onde acabou de brotar.

Este é Raab, “O Arremetedor”, a encouraçada nau-capitânea submergível da frota dos infernos. Ela segue seu rumo com as caldeiras exigidas ao máximo para produção do vapor que impulsiona a ela e à sua tripulação sempre em frente, ao encontro do inimigo nestes tempos de guerra. Assim que emerge, aquilo que seria o dorso da criatura reptiliana que ela representa se abre, dando à máquina bélica uma configuração de navio, e expondo parte dos tripulantes aos ares oceânicos.

Nesta noite de trevas tão densas que obrigam a luz dos olhos da figura de proa a brilhar como sóis, o comandante da nave aproxima-se de seu novo rei. O primeiro enverga a pesada armadura que o consagrou, feita de placas metálicas negras, formando uma carapaça sólida. O segundo veste as roupas cerimoniais herdadas do antigo ocupante do cargo que, por ora, assumiu como seu.

16.1.11

Novo projeto de HQ steampunk 4

Na segunda metade do ano passado, fiz vários posts para anunciar uma nova proposta de história em quadrinhos steampunk. O último havia sido este, do dia 10 de setembro:

Não perca as contas. Primeiro, apresentei o projeto de Estevão Ribeiro e Dandi, de uma nova obra em quadrinhos steamer, com o esboço da personagem Nicolette Thierry, uma francesa; depois foi a vez da irlandesa Theodora McCann. Agora, vou mostrar o trabalho da ilustradora com outra protagonista, esta uma compatriota nossa. Abaixo, além do desenho de Dandi, alguns novos detalhes da série, que temporariamente atende pela misteriosa sigla D.S.X.A.G., e de seus bastidores descritos por Estevão Ribeiro.

Ontem mesmo vi uma página inteira do projeto finalizada, com direito a cores e letreiramento. Só que ainda não é possível mostrar nada com tal fase de acabamento, para não prejudicar o andamento do material. Posso não só garantir que está ficando muito bacana como também mostrar pelo menos mais uma arte conceitual, conforme foi apresentada pela própria desenhista em seu blog. Desta vez, trata-se do esboço de um robô, provavelmente movido a vapor:


Antes de encerrar, um lembrete: amanhã esta página completa dois anos de atividade. Não percam o post especial desta segunda-feira, com o trecho inicial do meu conto que será publicado na coletânea Deus Ex Machina - Anjos e Demônios na Era do Vapor.

15.1.11

Luis Filipe Silva também fala sobre Vaporpunk

Na postagem anterior, destaquei uma entrevista em que um dos organizadores da coletânea Vaporpunk, Gerson Lodi-Ribeiro, comentava sobre os bastidores daquele livro. Acabo de encontrar na rede algo semelhante feito pelo outro organizador da obra, o português Luis Filipe Silva, em uma nota em seu blog Efeitos Secundários. Em uma retrospectiva dos lançamentos do mercado de ficção fantástica realizados no ano passado, o escritor e editor abriu 2011 relembrando os passos que levaram à produção daquele projeto binacional:

Surpreendendo pela forma como se tornaria em objecto de interesse internacional, o projecto de escrita de noveletas steampunk ambientadas em cenários históricos luso-brasileiros que veio a constituir a antologia Vaporpunk começou de uma forma relativamente discreta. 

A iniciativa partiu do Gerson Lodi-Ribeiro, conhecido autor, editor e antologista brasileiro, que tivera oportunidade de discorrer sobre o género steampunk com bastante detalhe no seu ebook Ensaios de História Alternativa. Aparentemente, tendo surgido a oportunidade conjunta de publicar-se pela primeira vez uma antologia de contos steampunk brasileiros, surgiu uma diferença de opiniões entre os participantes, sendo que o Gerson defendia que o steampunk é irmão do ramo da história alternativa, e logo apenas o formato noveleta, com a maior capacidade de elaboração, lhe poderia fazer justiça - poder pintar-se numa tela mais vasta, por assim dizer, do que na imagem concentrada, de postal, do conto.

Essa diferença tornar-se-ia irreconciliável e logo Gerson abandonaria amigavelmente o projecto inicial (que resultaria mais tarde em Steampunk - Histórias de um Passado Extraordinário, organizado por Gianpaolo Celli e publicado pela Tarja Editorial), para dar início a uma outra iniciativa - que não só pretendia oferecer aos autores a dimensão necessária para construirem universos paralelos, como a possibilidade «de receber trabalhos steampunks cujos enredos dissessem respeito, directa ou indirectamente, às culturas brasileira e/ou portuguesa, mostrando o impacto social do avanço tecnológico precoce na história dessa(s) cultura(s). Vaporpunks, por assim dizer. [...] Em resumo, [...] enredos que mostrem o impacto social do emprego amplo e precoce de avanços tecnológicos nas culturas portuguesa e/ou brasileira. Tais enredos podem se constituir em passados alternativos ou em presentes alternativos.»

Complementarmente, a intenção do Gerson era de abrir convite às participações portuguesas, precisando para tal de um coordenador além-Atlântico. Foi aí que me envolvi no projecto.

Mais à frente, ao analisar as diferenças entre os nossos dois mercados na produção de FC, ele se mostrou otimista quanto ao modo de nossos países abordarem a cultura steamer e ainda fez referência a este blog:


Ou seja, resumindo, a conclusão que penso se possa tirar é que, se não conseguimos até hoje edificar uma Ficção Científica assumidamente portuguesa, nem capacidade para a identificar que características a definiriam, existe uma forte probabilidade de desenvolvermos um Steampunk em língua portuguesa.
A isto não será obviamente alheio o nosso pendor cultural (dos dois países) para tudo o que sejam questões históricas.

Se tal não ocorrer atempadamente em Portugal, sem dúvida que o Brasil conseguirá. Não só o fenómeno steampunk tem sido seguido e debatido desde há uns anos (caso contrário não se teria chegado a uma sofisticação do debate literário que conduzisse à criação simultânea de duas antologias de inéditos) como tem estado a impor-se como movimento artístico, a par do interesse internacional, com o surgimento de eventos sociais subordinados à temática e à estética dos ditos «mecanismos de mola e óculos de aviador», e sítios Web como a Cidade Phantastica e o Conselho Steampunk com «lojas» em algumas cidades brasileiras - entre outros.

14.1.11

Gerson Lodi-Ribeiro fala sobre Vaporpunk

Como eu tinha dito nos posts recentes sobre as novidades da editora Draco, nesta quinta-feira aconteceu um evento na livraria carioca Blooks para marcar o lançamento naquela cidade dos livros Vaporpunk e Xochiquetzal. O escritor e organizador Gerson Lodi-Ribeiro foi uma das presenças naquele encontro e foi entrevistado pela equipe do site da livraria para, entre outros assuntos, falar sobre a coletânea steampunk da editora Draco. Segue o trecho:





Os ventos do Spaceblooks sopram mais uma vez na Blooks, com a antologia Vapor Punk, organizada por Gerson Lodi-Ribeiro e Luis Felipe Filho e do romance de história alternativa Xochiquetzal – uma princesa asteca entre os incas, também do Gerson; ambos da Editora Draco. Aproveitamos o lançamento dos dois livros na blooks e conversamos com o Gerson Lodi-Ribeiro. Aqui vai a breve, mas muito interessante, entrevista com o Gerson.

Gerson, tivemos o lançamento da antologia Vapor Punk, editada pela Draco, com organização sua e do Luis Felipe Filho… Você poderia falar um pouco sobre a edição? Como foi prepará-la?

Gerson Lodi-Ribeiro: Levamos quase um ano e meio preparando a antologia, desde a ideia inicial em outubro de 2008 até o fechamento da edição, lá por março ou abril do ano passado. Deu certo trabalho prepará-la. Em primeiro lugar, convencer os autores a escrever algo legal dentro da temática steampunk. Em segundo lugar, peneirar os trabalhos para aprovar os melhores.

Às vezes publicações como Vapor Punk parecem destinadas a um público bem específico. sabemos que isso não é de todo verdade. como o público em geral pode se interessar por esse tipo de temática?

Gerson Lodi-Ribeiro: Por sua própria natureza, a temática steampunk que permeia toda a antologia Vaporpunk transcende os gêneros da ficçãocientífica e da história alternativa. Neste sentido, creio que a Vaporpunk possui potencial de fascinar todos os leitoresinteressados em inovações tecnológicas, na perspectiva de avanços técnicos precoces e na possibilidade da história da civilização ocidental ter ocorrido de forma diferente e um pouco mais “punk” do que de fato aconteceu. No fundo, é um universo de leitores mais amplo do que os públicos cativos da FC e da história alternativa.

Continua

Upgrade: Em seu blog, o escritor e editor dá mais detalhes sobre o evento. 

Vamos ajudar

O Cidade Phantástica entra na corrente iniciada pelos sites SouAvaiano, Carnavalesco SC e Foto-Flagrante de divulgação da campanha da Cruz Vermelha Brasileira para ajudar as vítimas das enxurradas e desmoronamentos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Aqui em Florianópolis, os interessados em contribuir podem levar seus donativos na sede da Cruz Vermelha que fica localizada na rua Santos Saraiva, 821, no Estreito. Veja a localização no mapa.


Exibir mapa ampliado

A Cruz Vermelha pede os seguintes donativos:

- Arroz
- Feijão
- Macarrão
- Café
- Leite
- Açúcar
- Enlatados (milho, sardinha, atum)
- Bolacha
- Farinha de trigo
- Alimento infantil (mingau e papas prontas)
- Sabão em barra
- Sabão em pó
- Detergente para louça
- Sapólio
- Água sanitária
- Balde
- Vassoura
- Pano de chão
- Sabonete
- Pasta de dente
- Desodorante
- Papel higiênico
- Fralda descartável
- Absorvente
- Roupa de cama (lençol e fronha em bom estado e limpos)
- Cobertores e mantas (em bom estado e limpos)
- Toalha de banho
- Toalha de rosto
- Colchões (em bom estado e limpos)
- Roupas adulto e infantil (em bom estado e limpos)

Para ver o endereço da Cruz Vermelha no seu estado, acesse o site oficial da entidade no Brasil.

13.1.11

Steamers na piauí

Está disponível na net uma matéria da revista piauí (assim, com inicial minúscula) sobre os encontros promovidos pelos vários membros do Conselho Steampunk. Escrita pelo repórter Bruno Moreschi, "Movidos a vapor" traz declarações de vários personagens conhecidos deste blog, como Cândido Ruiz, citado no post anterior, e Bruno Accioly. Seguem a ilustração da matéria e o trecho inicial:


O grupo de dezoito pessoas achava muito pertinente que o primeiro encontro oficial de steampunks brasileiros tivesse se realizado no Memorial do Imigrante, em São Paulo. De fato, estava-se à vontade naquele prédio antigo, entre milhares de documentos sobre a imigração para o Brasil no século XIX. O problema era o calor daquele sábado. Vestidos com dois ternos, perneiras, chapéus e gravatas apertadas, os homens suavam. As mulheres, com até três saias e os devidos espartilhos, pareciam a ponto de desmaiar como moças de antigamente. Todavia, apesar do bafo, a conclusão era uma só: o sarau estava supimpa, daqui, ó.

O primeiro foi em 2008. De lá para cá, houve outras quinze reuniões no Memorial. Nem todo mundo gosta: “Não temos nada contra eles”, diz o segurança José Guimarães, “mas que eles são estranhos, são. O dia de entrada gratuita mudou de sábado para domingo, mas não adiantou. Eles passaram a vir no domingo.”

Steampunk na sala de aula

Como eu comentei uns posts atrás, fiquei alguns dias sem computador e por isso estava meio desatualizado com o que andava acontecendo nos meandros steampunks. Por isso, assim que meu PC foi consertado, voltei a fazer algo após um longo tempo de abstinência: consultei o oráculo atrás de novidades na área. Foi assim que encontrei a coluna de Hermano Vianna citada no post anterior e que acabo de encontrar um blog que não é tão novidade assim, já que foi criado em agosto do ano que acabou de acabar. Mas mesmo assim, vale a pena registrar, pois trata-se de um trabalho de alunos de uma escola paulista, a Nova Lourenço Castanho, que pesquisaram como tema de alguma disciplina justamente a cultura steamer.

O resultado foi parar neste endereço, no qual os estudantes reuniram informações e links sobre várias vertentes do subgênero, da literatura ao cinema, passando por moda, customização, eventos. No blog eles também postaram entrevistas que fizeram com participantes do RPG Con, realizado em julho na capital paulista. Entre os entrevistados, meu caro confrade Cândido Ruiz, do Conselho Paulista, cuja fala foi parcialmente transcrita naquela página. E para minha honra, faz uma citação bastante inesperada a este blogueiro na sexta e última pergunta:

6- Você tem algum ídolo do gênero? Quem?

Dentro da literatura o autor Romeu Martins tem produzido diversos contos nos últimos dois anos. Já com produção de Gadgets Jack von Slatt autor do blog Steampunk Workshop (http://www.steampunk.com.br/registro-steampunk/) me faz acreditar em realidades steampunk's.


 Uau! Ser citado como ídolo ao lado do Van Slatt! Só posso agradecer a meu camarada pelo exagero, além de torcer para que a garotada tenha levado uma boa nota (apesar de citarem Jules Verne como um autor steampunk, algo de que discordo).

12.1.11

Grande Hermano!

Quando resolvi escrever uma série sobre a ficção científica nacional - com resenhas de livros e entrevistas com seus autores - publiquei o material no site colaborativo Overmundo em um projeto que batizei de Ponto de Convergência. Por trás daquele portal, que reúne divulgadores culturais de todo o país, estava um nome que é praticamente consenso na nada consensual área de arte & cultura nacional: Hermano Vianna. O que eu não sabia na época - mas vim a descobrir aos poucos, com os vários comentários que ele fazia em meus textos e pesquisando a respeito - é que ele era um entusiasta do gênero, com muito conhecimento sobre o que se produzia no Brasil e no mundo a respeito.

Por isso mesmo, o único ponto que não foi surpresa para mim em um texto de meu overeditor que acabei de ler foi sua erudição e conhecimento de causa ao comentar diversos aspectos da carreira de William Gibson, a partir do gancho da recente publicação do último livro do escritor americano, Zero history.  Mas o que realmente me pegou de surpresa foi o trecho em que Vianna me citou, ao falar sobre a participação de Mr. Gibson na cultura steamer. Convenhamos, ser chamado de "um dos maiores conhecedores e divulgadores da produção de ficção científica brasileira" por Hermano Vianna é para deixar melhor o dia de qualquer um. Segue a parte final do artigo, publicado originalmente na coluna que o autor mantém no "Segundo Caderno" do jornal O Globo, no dia 8 de outubro do ano passado, e postado também no blog de Vianna no dia 8 deste mês:

Gibson é um dos maiores responsáveis pela popularização da onda steampunk, tendo publicado o livro “The difference engine” – uma parceria com Bruce Sterling – em 1990. Os enredos steampunks acontecem num passado alternativo, geralmente era vitoriana que já inventara computador a vapor ou tecnologia semelhante. Esse subgênero de literatura tem cada vez mais adeptos, incluindo leitores que frequentam simpósios onde muitos comparecem com fantasias de época e adereços retrofuturistas. Romeu Martins, um dos maiores conhecedores e divulgadores da produção de ficção científica brasileira, tem um bom texto no Overmundo sobre o steampunk nacional, organizado sobretudo em torno do site Conselho Steampunk. Talvez, porque o futuro e o presente já nascem datados, seja mais fácil encontrar horizontes futuristas no passado.

11.1.11

Novo selo editorial quer novelas e romances a vapor

Passei por uns problemas técnicos com meu computador nestes últimos dias. Vamos voltando aos poucos, tentando me inteirar se houve alguma novidade no mundo da cultura steamer. Por enquanto, deixem-me dar boas-vindas ao selo Llyr Editorial, um braço especificamente voltado para a ficção fantástica da editora carioca Vermelho Marinho que será coordenado por uma conhecida deste blog, volta e meia citada por aqui: Ana Cristina Rodrigues. Desta forma, os escritores brasileiros de FC, fantasia e terror passam a contar com editoras com projetos sérios de publicação em praticamente toda a região Sudeste do país, contando com as paulistas Tarja e Draco e as mineiras Estronho e UnderWorld, para ficar entre as mais destacadas nesta página. Uma excelente notícia, sem dúvida.

Abaixo, destaco a política de recebimento de originais na qual é dito que o subgênero steampunk faz parte daquilo que vai merecer atenção especial da Llyr Editorial:


Llyr Editorial é um selo voltado exclusivamente para a literatura especulativa em suas mais diversas variantes. Já estamos recebendo originais para avaliação.

Envie seu original para o email llyreditorial@gmail.com , usando o título do seu livro como assunto. No corpo da mensagem, deixe seu nome completo, data de nascimento e telefone para contato. Se tiver blog, perfil em redes sociais – como Orkut, Twitter, Facebook – ou qualquer link relevante, não esqueça de inclui-lo aqui.

EM ANEXO, envie:

- Um pequeno curriculo seu, com informações relevantes à sua carreira como escritor. Não esqueça de incluir as referências dos seus trabalhos já publicados.

- Uma carta de apresentação.

- Uma sinopse, em até 1000 palavras, do seu livro. Atenção: não se preocupe em não revelar surpresas. Esse texto deve ser o mais completo possível em relação à trama central do livro.

- As primeiras 30 páginas do seu original. ATENÇÃO: NÃO ENVIE SEU ORIGINAL COMPLETO SEM SER SOLICITADO.

Os anexos devem estar em formato .doc ou .rtf, Times New Roman, com espaçamento 1,5.

O que estamos procurando?
Novelas e romances (ou seja, textos a partir de 30.000 palavras) de ficção especulativa em todos os seus subgêneros. Porém, temos especial interesse em Terror, Romance Sobrenatural, Steampunk e em trabalhos que apresentam a cultura tradicional brasileira. Não temos restrição de idade, aceitando textos voltados para jovens leitores.

ATENÇÃO: NÃO IREMOS ACEITAR ORIGINAIS COM CONTEÚDO  RACISTA, PRECONCEITUOSO, QUE INCITE O ÓDIO OU O CRIME.

Se ficou com alguma dúvida, entre em contato por email ou aqui.

6.1.11

Steampunk para as garotas

E hoje foi o dia das capas! No final desta produtiva quinta-feira, M.D. Amado da editora Estronho liberou a imagem definitiva da coletânea Steampink e uma excelente novidade. A capa é a que vai abaixo:



E esta é a imagem provisória da quarta capa, sendo que aquele papel em branco vai ser mais tarde substituído pela foto de uma cosplay em trajes steamers, escolhida em um concurso cujas regras ainda virão a público.



No mais, quanto à polêmica envolvendo o nome do livro, que foi tachado de machista e depreciativo em alguns comentários, vou lembrar apenas de um exemplo no qual o mesmo termo foi utilizado internacionalmente, durante a Steampink Week do ano passado. No mais, devo dizer que estou muito orgulhoso de ser o prefaciador de mais este projeto e de ter feito a sugestão que o batizou. Às caldeiras, meninas!

Novidades da Draco 2

Um outro lançamento steampunk da Draco que cria expectativas desde 2009 também teve a capa divulgada nesta quinta-feira. O Baronato de Shoah, de autoria do escritor José Roberto Vieira, vai chegar às livrarias com a seguinte embalagem:


O autor de mais esta bela peça gráfica é o dono da editora, Erick Santos Cardoso, também conhecido como Ericksama. O prefácio vai ser escrito por este blogueiro que vos posta.

Novidades da Draco

A editora Draco, que até o momento vem sendo a que mais investe na cultura steamer nacional, começa o ano com algumas ótimas novidades. Uma delas é o anúncio de um lançamento que estava sendo aguardado desde 2009, que deveria ter sido em 2010, mas que acaba se ser confirmado para este ano. O Peregrino, romance de weird west de Tibor Moricz, com fartas doses de elementos steampunk, está agendado para o dia 15 de março com o selo do dragão. O autor liberou uma amostra da capa em seu blog deste livro do qual fui um dos beta readers:



Outra novidade da editora é um evento que vai ocorrer no Rio de Janeiro no próximo dia 13 às 18h30. Na conhecida livraria Blooks vão ocorrer os lançamentos cariocas de dois livros já resenhados por mim: a coletânea Vaporpunk e o romance Xochiquetzal – Uma princesa asteca entre os incas. Gerson Lodi-Ribeiro, organizador do primeiro e autor do segundo, é presença garantida no evento.

3.1.11

Livro de Jules Verne para leitura gratuita

Uma nota no meu blog favorito sobre meu autor clássico de FC favorito merece ser reproduzida aqui. Afinal, o livro em questão foi a principal inspiração para a noveleta que empresta o nome a este endereço:

O portal Biblioteca Júlio Verne disponibilizou mais uma obra de J. Verne, que se encontra em domínio público, para leitura online.

Desta vez, trata-se de "Da Terra à Lua" (1862), obra cujos primeiros capítulos já se encontram disponíveis no portal desde o dia 2 do corrente mês. Os capítulos serão disponibilizados diariamente às 9h00, hora local (Brasil).



Sinopse: A obra conta a saga do "Gun Club", uma organização americana especializada em armas de fogo, canhões e balística em geral e da ideia de seus membros em construir um enorme canhão para arremessar um objecto à Lua. Um aventureiro francês, Michel Ardan, propõe que o bólido lançado seja tripulado e se apresenta como candidato à "astronauta". Dois americanos se juntam a ele, Micholl e Barbicane, se são lançados para o astro num "vagão-projéctil" de alumínio, impelido por um gigantesco canhão enterrado no solo, o Columbiad.

É relevante e surpreendente que o autor citasse neste livro detalhes técnicos que somente seriam criados pela humanidade quase 100 anos depois, como o uso de retrofoguetes para manobrar a nave e a descrição do módulo com 3 astronautas.

Há ainda outras coincidências surpreendentes: o telescópio nas montanhas rochosas na obra tem 5 metros de diâmetro, o actual telescópio, que foi feito muitos anos mais tarde, tem exactamente o mesmo diâmetro; o local da partida da nave em Tampa, nos EUA, apenas a 30 km longe de onde realmente sairia a Apollo 11, 100 anos depois; o nome de alguns astronautas como Michel é semelhante a Michael (de Michael Collins) e Ardan (do Edwin Aldrin), o tempo da chegada à Lua (4 dias), etc...

A adaptação está a cargo de Velton Clarindo, um dos responsáveis do Biblioteca Júlio Verne.
Depois da leitura não se esqueça de deixar a sua opinião acerca da obra.

Para começar 2011 com estilo

Saudações, amigos da Malta do Vapor. Primeiro post do ano, primeira publicação do ano. Junior Cazeri, do blog Café de Ontem, deu início nesta segunda-feira a um projeto muito interessante. Ele vai organizar periodicamente uma série de antologias de ficção fantástica virtuais, reunindo em um mesmo espaço autores de FC, fantasia e horror. A edição de estreia de 1000 Universos é esta que vocês podem ver abaixo (arte de um quase xará, Rodrigo Martins), seguida do prefácio escritro pelo criador da empreitada:



O que é o fantástico? Mundos, criaturas e aventuras que estão além do nosso cotidiano modesto? O calafrio do horror, o encanto diante da fantasia e o assombro contemplando um futuro distante?

Definir o fantástico é aprisioná-lo. E isso é um tanto injusto, dadas as possibilidades infinitas que ele nos oferece. Eu descobri o fantástico nos desenhos animados, depois nos quadrinhos, cinema e literatura. Como em uma viagem sem fim, estou sempre a redescobri-lo, em palavras e imagens.

Hoje, eu lhe convido a participar desta busca, deixando-se guiar pelas palavras hábeis e imaginação fértil dos escritores aqui presentes que, tão gentilmente, cederam seus trabalhos para que nós, juntos, pudéssemos mais uma vez descobrir o fantástico e suas vastidões. São universos sem fim, arrepiantes, encantadores e
assombrosos. Sente-se confortavelmente, tome fôlego, relaxe e aprecie. Permita-se sonhar e, sonhando, crie o seu próprio universo.

E entre as mais de 100 páginas eletrônicas deste ebook, estou lá com uma versão atualizada do primeiro miniconto steampunk que escrevi. "Amazônia Underground" agora faz parte oficialmente do mesmo universo da noveleta homônima deste blog, além de outros dois trabalhos ainda inéditos, "Tridente de Cristo" e "Modelo B". Com as mudanças feitas no miniconto, ele passa a ter as mesmas características dos demais textos: o protagonista João Fumaça interage nessas histórias apenas com outros personages ficcionais, retirados das obras dos mais diversos escritores, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Um lista de referência ao final vai ajudar a situar os leitores.

Para baixar esta edição inaugural de 1000 Universos, que traz ainda colaborações de Georgette Silen, Marcelo Paschoalin, Miguel Carqueija, Ana Cristina Rodrigues, M.D. Amado, Marcelo Galvão e Ana Lúcia Merege, basta visitar o endereço do blog de Junior Cazeri. Agradeço a ele pela oportunidade e dou os parabéns aos colegas que vou ter o prazer de ler nos próximos dias.