11.5.10

E já que o assunto é arte...

... deixem-me pelo menos fazer o registro hoje - já que a perda de conexão ontem tornou isso impossível - da morte de um dos meus ídolos. Frank Frazetta morreu nesta segunda-feira, dia 10 de maio, aos 82 anos, deixando para trás um legado artístico que revolucionou a fantasia e a ficção científica. Se hoje há tamanho interesse por um subgênero como o steampunk, com tanta atenção pela parte estética, visual, muito se deve a pessoas como esse nova-iorquino, criador de mundos e responsável pela popularização de personagens como Conan, criação máxima de Robert E. Howard (1906-1936). Deixo vocês com o início do texto de André Forastieri dedicado a esse artista, publicado hoje de manhã em seu blog no portal R7:


Frank Frazetta era boa pinta como um ator coadjuvante em um policial noir - um italianinho do Brooklyn musculoso, topetudo, com um sorriso canastrão. Era bom no desenho e no baseball - chegou a ser chamado para os New York Giants.

Frank passou a vida dividido entre ser esportista e artista. Malhou a vida toda. Atingiu o melhor equilíbrio. Frank, morto ontem, foi um dos ilustradores mais influentes do século 20 - e suas criações exibem a explosão muscular de um atleta nato. 

Aos 16 anos, 1944, Frank estreou ilustrando quadrinhos. Na década seguinte faria de tudo um pouco, sempre aprendendo, sempre na melhor companhia. Foi, por nove anos, assistente de Al Capp em Ferdinando; publicou na EC Comics, editora dos melhores quadrinhos adultos do período; trabalhou com Harvey Kurtzman no clássico erótico da Playboy, Little Annie Fanny; desenhou de faroestes a Buck Rogers.

Smaller - Reprodução

Foi como ilustrador que deixaria sua maior marca. Primeiro, de pôsteres de cinema. Desenhou 15 pôsteres de 1965 a 1983, de O que é que há, Gatinha a A Festa do Monstro Maluco a Mad Max. Pagava bem melhor que quadrinhos - quatro, cinco mil dólares, o que Frazetta ganhava em um ano. 

Destructeur - Reprodução
  Barbarian - Reprodução
Mais importantes ainda foram suas capas de livro. A partir de 1966, Frazetta passou a ilustrar as capas da série Conan - e simplesmente reinventou a estética da literatura fantástica, disparando uma nova onda de interesse por fantasia e ficção científica e influenciando milhares de ilustradores pelo mundo afora.

Sem Frazetta não existiria a série em quadrinhos de Conan, muito menos os filmes. Suas capas para Tarzan fizeram o homem-macaco popular de novo; as ilustrações para a série John Carter of Mars, de Edgar Rice Burroughs, conectaram fantasia espacial com a nova geração dos 60 - do rock, das drogas, da contracultura.

4 comentários:

Giseli disse...

Uma perda e tanto =( Espero que apareçam outros ilustradores tão bons como ele. Quer dizer, ilustradores bons nós temos, mas cada um tem seu estilo único e inimitável né?

Romeu Martins disse...

E Frazetta era um gênio, Gi. Não dá para imaginar como seria a FC&F hoje sem a influência dele. Muito do olhar que temos hoje para um passado fantástico tem a influência direta do FF.

bibs disse...

poxa, tem gente que devia ser imorrível!
=/

Romeu Martins disse...

E imatável...