22.7.09

Sobre a coletânea Vaporpunk

Como a chamada que eu fiz sobre a coletânea Vaporpunk gerou algumas dúvidas nos comentários, convidei o responsável pela parte brasileira do projeto para responder aos leitores do blog. Gerson Lodi-Ribeiro aceitou o convite e comentou no mesmo espaço. Para dar a suas respostas a mesma visibilidade que a nota que gerou o assunto, republicarei aqui suas palavras.

A ideia de fazer uma antologia temática de história alternativa dentro do subgênero steampunk surgiu de um papo com o Gian Celli da Tarja no ambiente alegre e barulhento de uma danceteria em outubro de 2008, por ocasião do lançamento nacional do Taikodom em São Paulo.

Nas semanas que se seguiram, ao longo das discussões para decidirmos como seria nossa antologia steampunk, eu, o Gian e o Richard Diegues acabamos percebendo que tínhamos concepções divergentes e irreconciliáveis quanto à melhor estratégia para organizar e montar a obra. Daí, a separação amigável com um bônus adicional para os leitores lusófonos: em vez de uma, teremos duas antologias steampunks, cada qual com sua filosofia de trabalho.

Parte do meu plano consistia em montar uma antologia luso-brasileira, pois esse caminho multiplicaria por dois as chances de publicação em papel. Para tanto, convidei para me ajudar na tarefa árdua de edição o amigo de longa data Luís Filipe Silva, autor e editor de ficção científica português, cuja obra e reputação dispensam maiores apresentações.

O plano inicial da Vaporpunk é reunir de dez a catorze noveletas (cinco a sete trabalhos de autores brasileiros e outro tanto de autores portugueses). Um livro com algo em torno de 80.000 a 100.000 palavras.

Dividimos nossa labuta de editores por nacionalidade: o Luís cuida das submissões dos autores portugueses e eu cuido das submissões dos autores brasileiros. No entanto, cada trabalho precisará do aval de ambos para ser incluído na Vaporpunk.

Dentro dessa divisão, cada co-editor é livre para estabelecer seus próprios critérios para a seleção do material a ser submetido.

Deste lado do Atlântico, enviei nossas guidelines para alguns autores com os quais já trabalhei antes como editor. Autores que, tanto pela análise do conjunto de suas obras anteriores quanto pela confiança mútua no trato pessoal, julgo capazes de produzir noveletas efetivas dentro do subgênero steampunk. Deste modo, a submissão dos autores brasileiros deu-se por convite.

Em Portugal, o Luís adotou estratégia diversa. Após avaliar que não conseguiria obter as cinco ou sete submissões com o padrão de qualidade almejado através do simples convite, ele decidiu publicar nossas guidelines sob forma de um edital lato sensu, solicitando submissões de autores portugueses.

Naturalmente, em virtude dessa divergência de critérios, vários autores brasileiros só acabaram sabendo da existência do esforço para produzir a Vaporpunk a partir de sites e fóruns portugueses.

A partir do conhecimento da existência de uma antologia temática com submissões tecnicamente em aberto, passamos a receber submissões não solicitadas de autores brasileiros.

Como iremos proceder a partir do imbróglio resumido acima?

É simples.

Todos os autores brasileiros que, convidados ou não, submeterem seus trabalhos até a deadline proposta (31 de julho de 2009), sob os ditames das guidelines estabelecidas, terão suas noveletas avaliadas em primeira instância por mim e, se aprovadas, também e obrigatoriamente, pelo Luís Filipe Silva.

Autores brasileiros que receberam convites no início de 2009 e que já vêm trabalhando em suas noveletas desde então também deverão se ater em princípio à deadline referida. Contudo, a meu critério, na dependência do andamento dos trabalhos desses autores convidados e de entendimentos prévios entre autores e editor, poderei estender um pouco esse prazo.

Não se justificam as queixas por parte dos autores brasileiros de que não foram avisados das guidelines e do edital da Vaporpunk, ou que apenas souberam dos mesmos em cima da hora, tendo em vista que os critérios de seleção deste lado do Atlântico não envolveram solicitação pública de submissão de trabalhos.

Espero ter esclarecido os colegas e amigos acima.

Gerson Lodi-Ribeiro, editor brasileiro da VAPORPUNK.

3 comentários:

Eric disse...

Me senti meio intruder agora mandando sem convite :) Por outro lado, como disse aos amigos no msn, ser lido pelo Gerson é sempre um prazer. Abss!

Romeu Martins disse...

Bem, fica meu desejo de boa sorte, Eric. Quem sabe essa nova divulgação sirva para fortalecer e ampliar o projeto? Seria uma ótima consequência. Faço meus votos.

Gerson Lodi-Ribeiro disse...

Não se sinta assim, Eric.

Ainda não tive tempo de analisar seu trabalho, mas assim que o fizer te dou um retorno.

Abs.,
Gerson.