23.5.12

Pulp fiction lusa

Estreei ontem como resenhista em um novo site, o excelente Nível Épico, de Alan Barcelos, onde serei colega de página de meu camarada Rafael Lupo. No primeiro texto, escrevo sobre uma surpreendente coletânea portuguesa que fez a mais pós-moderna homenagem a ficção do estilo pulp que eu já vi em nossa língua. Um livro organizado por Luis Filipe Silva para a editora Saída de Emergência e que conta com a participação do brasileiro Marcelo Augusto Galvão. Segue abaixo o início da crítica:



Não é segredo para ninguém que acompanha as histórias em quadrinhos que aquela mídia teve como antecedente os contos aventurescos publicados em revistas impressas em papel barato, feito com a parte menos nobre da madeira, a polpa. Se pensarmos que as tiras de jornais seriam a mãe, a chamada literatura pulp fiction ocuparia o lugar de avó das HQs.
 E o desenvolvimento desse tipo de ficção ocorreu principalmente no mercado dos EUA, nos anos que se seguiram à Depressão da década de 30, dando origem a uma indústria que repercute ainda nos dias de hoje em todo o mundo.
 Mas e o que aconteceria se essa fonte inesgotável de ideias também houvesse ocorrido com igual força em outros mercados? E se, por exemplo, em Portugal ocorresse um período áureo de produção e de consumo daquela literatura escrita e pensada na língua que temos em comum?
Uma resposta possível aparece de forma intricadamente elaborada no livro Os Anos de Ouro da Pulp Fiction Portuguesa: Os Melhores Contos do Século XX (2011), publicado em Portugal pela Saída de Emergência , que não se contentou apenas em reunir 13 textos recentes escritos naquele estilo literário; também recriou a própria história do país europeu e de sua relação com a literatura de entretenimento.

Continua