Quando assumi o cargo de co-blogueira (o qual, faço mea-culpa, não tenho levado a cabo com o impeto que o blog merece), combinei com o Romeu que começaríamos a abrir um pouco o leque de gêneros, sem deixar de atentar para a característica principal do blog, o retrofuturismo. Um dos novos gêneros (ou subgêneros) a ser incorporado seria o da Fantasia Urbana, que vem começando a chamar a atenção no Brasil com o boom do seu irmão mais açucarado, o Romance Sobrenatural.
Bom, eu tenho o orgulho de ser a editora da primeira coleção de histórias de Fantasia Urbana do nosso mercado editorial, além de participar com um conto. Certo, é perigoso falar em primazias e etc, mas nunca antes se pensou em uma coletânea de Fantasia Urbana de forma consciente e dirigida. As histórias reunidas por Nelson de Oliveira e Fábio Fernandes em 'As Cidades Indizíveis' fogem um pouco ao que vemos nos romances de F.U. que nos chegam do exterior como Frente de Tempestade ou a série Instrumentos Mortais. Provavelmente porque somos brasileiros e isso se mostra no que escrevemos sem ter que pintar a capa de verde-amarelo...
Mas tergiverso.
Parte do combinado foi que faríamos uma torre de vigia similar à que o Romeu tem mantido para a coletânea 'Steampunk'. Infelizmente, quando acertei isso com ele já tinham saído duas excelentes resenhas do Lucas Rocha e do Josué de Oliveira. Então começamos a contar a partir de agora, certo?
O blogueiro P.M Zancan do Noites Malditas fez um belo comentário conto a conto do livro, sem spoilers e com uns insights bem bacanas sobre os contos. Como de costume, o apanhado geral e o que ele falou do meu conto.
"As Cidades Indizíveis" (antologia organizada por Fábio Fernandes e Nelson de Oliveira) é um livro que li com atenção especial, não só por ter sido presente de uma pessoa muito especial (um suvenir trazido para mim em meio às aventuras dela na XV Bienal do Livro do Rio), mas por englobar dois de meus assuntos preferidos: ficção-científica (Sci-Fi) e fantasia. É um livro com narrativas muito variadas, das mais simples às mais complexas, da linguagem mais trabalhada a mais coloquial, onde o único elemento em comum é a importância da cidade. Devido à sua variedade, pode ser difícil para um leitor se identificar com toda esta obra, mas, para aqueles que, como eu, gostam de Sci-Fi e/ou fantasia, é uma opção de leitura agradável.
(...)
O LONGO CAMINHO DE VOLTA
de Ana Cristina Rodrigues
Neste conto, Clio retorna de seu exílio para Biblos, a cidade biblioteca. Esta é uma cidade única devido à sua função de armazenamento central do conhecimento humano, à magia utilizada para proteger seus preciosos livros e às leis que regem seus habitantes. A autora trata muito bem do conflito entre os paradigmas tradicionais e idéias revolucionárias, principalmente com relação à crueldade decorrente dos medos da mudança e do desconhecido.
Mais você lê aqui.
De resto, só posso agradecer ao resenhista pelo belo comentário e pelo elogio ao meu conto, pois era justamente o que eu queria passar!
Um comentário:
É bom ver nosso mercado editorial se expandido para outros gêneros literários
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