12.7.11

Resenha de Cursed City

O editor da minha primeira publicação on line do ano resenha o meu primeiro livro publicado em 2011. Júnior Cazeri, do blog Café de Ontem e da revista eletrônica 1000 Universos - por onde saiu, na edição de estreia, meu miniconto "Amazônia Underground" - publicou ontem uma resenha de Cursed City - Onde as almas não têm valor - livro com meu conto "Domingo, Sangrento Domingo". Fiquei muito feliz com o retorno, afinal de contas esta foi minha primeira tentativa em um gênero complicado de se escrever algo novo e interessante, o vampirismo. Como de hábito, republicarei aqui a introdução do texto e o trecho em que fala de meu conto, deixando os leitores com um link ao final para a análise completa:



Cursed City – Onde As Almas Não Têm Valor é uma antologia de contos temáticos lançada pela Editora Estronho, oferecendo como cenário a cidade de Golden Valley, mais conhecida como a Cursed City do título, devido a uma série de acontecimentos sobrenaturais que rondam o lugar e atormentam a vida de seus moradores. O desafio aos escritores, convidados e selecionados, foi o de compor histórias ambientadas nesta cidade e ainda utilizar alguns personagens chave como coadjuvantes na trama, o que rendeu 20 contos publicados no livro.
Com a tradicional qualidade editorial do Estronho, o livro vem muito bem apresentado, com papel que remete às revistas pulp que traziam histórias variadas de cavaleiros no oeste bravio. Um buraco de bala atravessa toda a obra, dando um charme particular ao acabamento. Algumas pessoas reclamaram de margens internas muito estreitas e alegaram que estas prejudicavam a leitura, o que é um grande exagero, mesmo elas sendo um pouco mais justas que o padrão, em nada atrapalham.
Com um brevíssimo prefácio de Adriano Siqueira e uma bem vinda apresentação do cenário oferecido aos autores, a obra se inicia. Entre os contos publicados, acredito que acertaram no alvo, sem desperdiçar munição, os autores que brincaram com os clichês do oeste e adicionaram uma pitada de originalidade na questão sobrenatural, propiciando aventuras divertidas e instigantes. Tiveram que efetuar disparos a mais os que levaram o oeste muito a sério e produziram trabalhos onde o desenvolvimento se dá de forma mais lenta, ou então, deixaram se limitar pelo cenário da trama e acabaram se enclausurando em poucas locações. E, infelizmente, perderam o duelo os que se excederam e não sacaram rápido o bastante as duas armas oferecidas.
Começando pelos melhores trabalhos: Cirilo S. Lemos exibe o melhor do estranho oeste em uma perfeita ambientação e narrativa não linear em seu Por um Punhado de Almas. Seus personagens são marcantes e a narrativa cinematográfica colabora e muito na composição de mais um ótimo trabalho na saga deste jovem escritor. André Bozzetto Jr. retrata de forma crua e divertida como uma dívida é cobrada em Cursed City em A Balada do Coyote, com direito a referências musicais e sangue espalhado pelas páginas. Tânia Souzaaposta em uma personagem feminina forte e que não deixa nada a dever aos valentões do livro em seuDemônios da Escuridão, um conto de vingança recheado de mistérios que evoluíam durante alguns anos.Georgette Silen cria um personagem extremamente carismático, brinca com o steampuk, oferece sensualidade e faz bonito com A Mão Esquerda da MorteM. D. Amado, que também é organizador da obra, mostra que entende do assunto com Nem Sempre A Fé Te Salvará, entre tiros, idas e vindas e algumas alfinetadas escondidas entre suas palavras. Ana Cristina Rodrigues vai fundo da imoralidade e ganância dos moradores com Aquele Que Vendia Almas, um conto que flui bem e surpreende no final. Carolina Mancinitambém investe em uma charmosa personagem que vive uma noite dos diabos na cidade em Número 37, e mostra uma prosa ágil e cheia de energia. Verônica Freitas mostra que não há escapatória de horrores, sobrenaturais ou não, em Cursed City e mostra violência em uma narrativa bastante direta em Deixe-me EntrarRomeu Martins constrói uma história claustrofóbica e revela segredos ocultos em Domingo, Sangrento Domingo, que mesmo tendo um diálogo como fio condutor, não perde em agilidade.

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