27.6.10

Mangá australiano é publicado no Brasil

Entre um gol hermano e outro, da partida entre México e Argentina, fiquei sabendo desta interessante novidade pelo blog de Alexandre Lancaster, um dos contistas de Steampunk - Histórias de um passado extraordinário e um dos maiores especialistas brasileiros nos quadrinhos à moda japonesa. A NewPop vai publicar no Brasil Hollow Fields, um mangá feito por uma autora australiana e com influência steampunk - entre elas, de um livro já resenhado por aqui - como podemos ver nos trechos abaixo:



Mas a chegada de Hollow Fields, da australiana Madeleine Rosca (publicada originalmente pela editora americana Seven Seas), por mais modesta que possa parecer, é importante. Estamos falando da chegada do primeiro time do mangá não-japonês no Brasil – e de uma obra premiada com o reconhecimento do Ministério do Exterior Japonês, através do prêmio Shorei de Excelência para os melhores mangás ao redor do mundo. A série, visualmente influenciada pelo subgênero Steampunk da Ficção Científica, se passa em época e lugar indistintos e conta a história de uma menina chamada Lucy Snow, que por mero acidente, acaba se matriculando na escola que batiza a série – um colégio de cientistas loucos (ou, mais formalmente, "Academia para os Academicamente Superdotados e Eticamente Ilimitados!"), no qual você não apenas pode acabar sendo morto pelo próprio trabalho de aula, mas é sujeito a uma regra cruel: uma vez a cada semana, o aluno com desempenho mais baixo é enviado para detenção em um local conhecido como "o moinho" – de onde ninguém voltou.

É importante apontar que Rosca toma menos como referência outros mangás do que a literatura infanto-juvenil de autores como Lemony Snicket (Desventuras em Série) e Eoin Colfer (Artemis Fowl, Aviador) – e talvez tenha sido este o seu maior trunfo. Ele não é um material de nicho, pelo contrário: é um vislumbre do que o mangá feito fora do Japão pode oferecer no futuro – não a autofagia referencial nem a nostalgia por um Japão aonde o autor jamais viveu, mas um diálogo com as referências próprias da cultura pop que o autor vive (podemos dizer o mesmo de um produto completamente diferente: o Scott Pilgrim de Brian Lee O'Malley). E é esse tipo de abordagem que tem mais chance de ganhar mundo ao longo do tempo. Não foi a toa que no fim das contas, Hollow Fields teve o reconhecimento oficial dos Japoneses. Continua.

Locus premia obras steamers

A Locus Magazine dispensa apresentações, por ser talvez a mais importante revista sobre ficção científica do mundo. Foi nela também que, no final da década de 80, surgiu pela primeira vez o próprio termo steampunk, o que a liga d emodo especial a esse subgênero. A revista também deu origem a uma premiação muito importante para a FC mundial e, este ano, boa parte dos agraciados com o Locus Award são legitimamente produtos steampunkers. Quem chamou a atenção para o fato foi novamente uma das Lojas mais ativas do Conselho Steampunk, a da Paraíba.

Gabriela Barbosa, a bib's, e Bruno Melo, fizeram um post a respeito da premiação concedida aos romances Boneshaker (Melhor Obra de Ficção Científica), Leviathan (Melhor Obra de Ficção Infanto-Juvenil) e The Windup Girl (Melhor Obra de Estreia). Lembrando que o primeiro livro já foi citado neste blog, em uma chamada sobre a resenha feita por Cristina Alves, vou deixá-los abaixo com o início do texto sobre o Locus Award e a tradução feita pela dupla brasileira para a sinopse do romance premiado, torcendo para que as editoras brasileiras apostem na publicação de material como esse em nosso país.


O Locus Award é um prêmio voltado para os gêneros de ficção científica e fantasia. Oriundo da Locus Magazine, revista estadunidense publicada mensalmente desde 1968, foi a partir de 1971 que possibilitou aos seus leitores que votassem nas publicações que considerassem as melhores do ano. A priori surgiu como um vislumbre do Hugo Award*, tomando proporções para que se constituísse como um prêmio em si, ganhando força suficiente para continuar até hoje.

O Locus Award premia pelas seguintes categorias: romance (comumente dividida em ficção científica, fantasia, infanto-juvenil e obra de estréia), contos, antologia, não-ficção, livro de arte, editor, revista, artista.

Atualmente, os vencedores são anunciados num banquete anual que oficializa a entrega dos certificados.

Já foi anunciado o resultado deste ano de 2010, com a presença de obras do gênero steampunk. Como não podia deixar de ser, traremos aqui breves sinopses das obras vencedoras, que mostram que não é só aqui que 2010 será o Ano do Vapor.


Boneshaker
(Lançado em Outubro de 2009 pela editora Tor Books, vencedor do Locus para Melhor Obra de Ficção Científica)


Sinopse: Durante os primórdios da Guerra Civil Americana, rumores sobre a existência de filões de ouro nos vales congelados do Klondike levou hordas de interesseiros ao Noroeste Americano, dando início à corrida do ouro. Ansiosos por tirar proveito das riquezas do lugar, exploradores Russos financiaram o cientista Leviticus Blue, para que ele criasse uma supermáquina capaz de garimpar através das grossas camadas de gelo do Alaska. E assim nasceu o Incredible Bone-Shaking Drill Engine do Dr. Blue, máquina que dá nome ao livro.

Porém, algo saiu terrivelmente errado durante o primeiro teste do Boneshaker, que destruiu vários quarteirões do centro de Seattle e escavou uma veia subterrânea do gás Blight, transformando qualquer um que o inalasse em um morto-vivo sedento por carne humana.

A história se passa dezesseis anos depois, e um enorme muro de concreto foi construído nos arredores para aprisionar o gás e os escombros de uma cidade devastada. Do lado de fora do muro vive a viúva do Dr. Blue, Briar Wilkes. A vida tem sido bastante difícil com uma reputação arruinada e um filho adolescente para criar, mas ela e Ezekiel têm levado como podem. Até que Ezekiel embarca em uma crusada secreta para reescrever a história.

Sua aventura o levará além do muro e dentro de uma cidade burbulhando com mortos-vivos vorazes, piratas dos céus, governantes criminosos e refugiados altamente armados. Apenas Briar pode trazer seu filho de volta com vida. Continua.

Steampunk e fantasia histórica

Na maioria das vezes, steampunk é descrito sucintamente como um subgênero da ficção científica. Porém, como tentei esclarecer na entrevista que dei ao site Contos Fantásticos outros elementos podem entrar em jogo:

Steampunk não necessariamente tem que ser uma história alternativa, nem tem que ser FC. O subgênero parte da premissa de que haja uma tecnologia retrofuturista, que pode ou não ser movida a vapor, em uma ambientação que seja inspirada no século XIX de nosso mundo. Mas não tem que ser necessariamente o nosso mundo, o século XIX, ou FC. Vou dar um exemplo: a animação Avatar que logo deve chegar ao cinema dirigida por M. Night Shyamalan com o nome de Last airbender, para não se confundir com o Titanic 2, do James Cameron. Aquela é uma obra de fantasia de segundo mundo – ou seja, que se passa em um lugar que não é o nosso planeta, apesar de muito inspirado nele, no lado oriental, para ser preciso. No desenho e provavelmente no filme veremos tecnologia retrofuturista da Nação do Fogo que, em minha opinião, é claramente um elemento steampunk. Mesmo assim, não se pode dizer que seja história alternativa, nem FC, certo?

Então, steampunk é um ingrediente, um modelo de ambientação, mas que pode ser usado em outros gêneros do fantástico que não seja a ficção científica, nem que tenha a ver com uma alteração na história real de nosso mundo, caracterizando uma HA. Você pode ter uma história de horror ambientada em outra dimensão e ela ser, mesmo assim, steampunk, desde que haja nela esse elemento de um futuro do pretérito contido na narrativa. Claro que, outros autores, críticos e afins, podem dar uma visão diferente, fazendo questão que a trama seja ambientada em cenário vitoriano legítimo, para merecer o carimbo steamer. Não é meu caso, mas respeito quem pense assim.

Um outro exemplo, além do que citei, de obras que misturam fantasia com ambientação steamer pode ser o da trilogia Fronteiras do Universo, de Philip Pullman, cujo primeiro livro, A Bússola Dourada, foi adaptado para o cinema. Sendo assim, a mistura do elemento fantástico com a estética típica steampunk tornaria a obra em questão um exemplar da chamada fantasia histórica. E eu chamo a atenção para um texto de Ana Cristina Rodrigues que levanta importantes questões e dá dicas de como se escrever dentro de tal gênero.

Tendo formação em História e sendo um dos nomes mais conhecidos da ficção especulativa brasileira, ela é a pessoa mais indicada para falar sobre o tema. O gancho para aquele texto foi a apresentação de um conto seu chamado "Maria e a fada" para uma coletânea já comentada aqui, o terceiro volume da Imaginários, que, como vimos, também vai trazer uma história steampunk, de Douglas MCT. Não é o caso do de Ana Cristina, ambientado na Idade Média, sua especialidade como pesquisadora, contudo as dicas certamente podem ser muito úteis a quem queira se aventurar a misturar magia e vapor. Seguem as quatro primeiras dicas da escritora e historiadora, abaixo da capa do livro, a ser lançado em breve, pela editora Draco:


1- Escolha bem o seu plot para evitar anacronismos. É muito comum, por exemplo, ao querer trabalhar com bruxaria escolher falar da Inquisição na Idade Média. A Inquisição Medieval é muito mais preocupada com a caça aos hereges como os albigenses do que com bruxas e feiticeiras.

2- Após definir o periodo e o local em que sua história vai se passar, é hora de aprofundar a pesquisa. Você pode pensar que jogar no google e ler a wikipedia por alto pode ser suficiente, porém o diabo mora nos detalhes e em ficção histórica os detalhes são os que dão a atmosfera. Caça às bruxas, por exemplo, é muito mais forte nos países protestantes do que nos católicos.

3- Essa questão dos detalhes é importantíssima ao se escrever ficção histórica, sendo fantasia ou não. Mais do que veracidade, o ponto é a verossimilhança – o seu leitor tem que identificar o período histórico sendo retratado.

4- Equilibre as informações que você está compartilhando, sabe como é chato ler ‘Senhor dos Aneis’ quando o Tolkien começa a despejar nomes de reis, batalhas e etc.? Não é por serem reis, batalhas e etc. reais que fica legal. Se duvidar é até mais chato, fica com cara de livro paradidático oficial. Continua

24.6.10

Mais carvão na caldeira

Um novo espaço para os fãs do steampunk: por inciativa de um membro da Loja da Paraíba foi criada uma comunidade na rede social literária Skoob dedicada ao subgênero. Um post de nossa comentarista mais frequente, a bib's, deu a notícia por lá:

O Skoob é uma rede social que vem crescendo muito nos últimos meses. Uma espécie de orkut literário, o Skoob oferece um espaço para você dizer o que está lendo, o que leu e o que quer ler, assim como os livros que possui, os que deseja e os que quer trocar.

E como toda rede social que se preze, no Skoob você pode fazer novos amigos, que tenham um gosto por livros semelhante com o seu. Além disso, você ainda tem a possibilidade de fazer resenhas sobre os livros, e cadastrá-los, caso não os encontre já registrados no Skoob.

Semelhante às comunidades no orkut, no Skoob os usuários podem fazer grupos dos mais variados possíveis. E um de nossos confrades, o Bruno Melo, recém chegado à Loja PB, providenciou um grupo específico para Steampunk. Já estamos cadastrando livros e autores. Não obstante, também é possível criar tópicos de discussão no grupo.


E entre os livros já presentes naquela comunidade, está a coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário com duas resenhas já feitas.

22.6.10

Sobre o RPGCON 2010

Fico sabendo pelo site da Loja São Paulo do Conselho Steampunk que o subgênero movido a vapor vai ter bastante gente envolvida no maior evento nacional dedicado aos jogos de representação. Em 2009, membros do Conselho foram convidados a participar da primeira edição do encontro, que reuniu em torno de 2.800 pessoas na capital paulista para jogar, conhecer e debater o universo do RPG e dos cardgames. Para este ano, a previsão é que o segundo RPGCON, que está marcado para os dias 3 e 4 de julho, no Colégio Notre Dame, no bairro do Sumaré, tenha um público até 40% maior. A programação ligada ao steampunk promete responder à altura, com vários convidados de peso, todos já citados por aqui ao menos uma vez, como podemos ver abaixo:


13h00 às 14h00 – Sábado – Mini auditório – debate aberto:
Literatura Fantástica e Ficção Científica, com enfoque no Gênero Steampunk.

Estarão presentes:

Cristina Lasaitis – Autora do livro Fabulas do Tempo e da Eternidade, e co-autora nas coletâneas Visões de São Paulo, FC do B, Scarium, e Paradigmas.

Douglas MCT - Autor do livro Necropolis e roteirista do Mangá Steampunk Hansel & Gretel (que sairá em breve)

Eric Novello – Autor dos romances Dante, o Guardião, e Histórias da Noite Carioca, e participante da antologia Luso-Brasileira Vaporpunk.

Gianpaolo Celli - Editor da Tarja, co-autor e organizador das coletâneas Histórias de Vampiros, Histórias de Fantasmas, Histórias de Bruxaria e da coletânea Steampunk – Histórias de um passado extraordinário.

José Roberto Vieira – Co-Autor na coletânea Anno Domini, criador dos cenários de RPG Éride e Taenarum, e autor do Romance de Fantasia Steampunk O Baronato de Shoah.

Richard Diegues - Editor da Tarja, e co-autor/organizador das coletâneas Histórias de Vampiros, Histórias de Fantasmas, e Histórias de Bruxaria.

16h00 às 17h30 – Sábado – Sala de Atividade 1 – Mesa de RPG com Castelo Falkenstein.

10h00 às 11h00 – Domingo – Sala de Atividades - Workshop de customização de itens SteamPunks utilizando material reciclado como restos de couro e sucata em geral.

10h00 às 12h30 – Domingo – Sala de Live A- Live Action Steampunk com o grupo MegaCorp.
O Principe Albert é um visionário de sua época. Casado com a Rainha Vitória, ele usa de seu tempo livre em prol da tecnologia. Porém algo terrível esta por acontecer que pode desequilibrar a balança do mundo. Venha participar do mais recente live-action da MegaCorp em parceria com o Conselho Steampunk. Aceita iniciantes: sim. Sistema próprio (Sigrel). 30 vagas

Data e Local

* Dias 3 e 4 de julho de 2010
* Colégio Notre Dame; Rua Alegrete, 168 (próximo ao Metrô Sumaré)

Ingressos:

* Venda Promocional Antecipada na d3store: R$ 10,00 cada ingresso online, até 29/06/2010
* Venda Antecipada: Consulte os pontos de venda em rpgcon.com.br
* Bilheteria (no dia do evento): Inteira R$ 20,00; Estudante R$ 10,00
Para mais detalhes, leia aqui.

21.6.10

A Melhor Coletânea do ano

Foi divulgado ontem com exclusividade pelo blog Criando Testrálios em seu perfil no Twitter o resultado do Prêmio Melhores do Ano, organizado por Ana Cristina Rodrigues. Havia anunciado o início da premiação neste blog no dia primeiro de março. Depois de completada a apuração, numa complexa avaliação que previa a contagem de votos dados por uma comunidade no orkut, nos comentários de um blog e por email, o livro Steampunk - Histórias de um passado extraordinário foi escolhido como a Melhor Coletânea do ano. Outra premiação ligada à obra foi na categoria Melhor Conto, na qual "Uma vida possível atrás das barricadas", de Jacques Barcia, empatou com "O mapa para a terra das fadas", de Ana Cristina Rodrigues.

Muito orgulhoso de ter participado desse livro duplamente premiado, reproduzo a seguir a lista completa dos agraciados, conforme apurada pelo CT neste post:



Romance: Kaori, de Giulia Moon
Antologia: Anacrônicas, de Ana Cristina Rodrigues
Coletânea: Steampunk - Histórias de um passado extraordinário
Conto: "O mapa para a terra das fadas", de Ana Cristina Rodrigues e "Uma vida possível atrás das barricadas", de Jacques Barcia
Não-Ficção: Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica de 2008
Revista: Scarium
E-book: Empadas e morte, de M. D. Amado
E-zine: Black Rocket
Site de Contos: Estronho e Esquésito
Site Informativo: Fantastik e Homem Nerd
Colunista/Resenhista: Eric Novello
Editor: Ademir Pascale
Editora: Draco
Capa: Metamorfose

Encerro o post com as mesmas palavras daquele onde falei do início da premiação: "Parabenizar a incansável Ana Cristina por mais essa iniciativa para fomentar a literatura de gênero brasileira". E agradeço a todos os que votaram na coletânea Steampunk e em mim nas categorias em que concorri.

Upgrade: E o resultado repercutiu internacionalmente. Larry Nollen reproduziu a lista acima em seu blog, lembrando que resenhou a coletânea Steampunk anteriormente.

20.6.10

Football no Império

Já que o Brasil resolveu finalmente estrear em seu segundo jogo na Copa do Mundo, podemos falar um pouco de futebol por aqui? Ou melhor, "football". Tiburcio começou uma nova fase em sua webtira Meu Monarca Favorito em que o Império enfrentará em breve uma disputa do esporte bretão com um país vizinho e rival histórico: a República da Esborávia.


(Fiquei curioso em relação àquela outra república vizinha, a que leva o nome de Verne).

Além das tiras e do mapa acima, o ilustrador já fez posts extras com as bandeiras e os hinos nacionais dos dois contendores. Deverá ser uma partida épica esta que vem se anunciando, talvez ainda mais interessante que a final da Copa real.



Tudo muito a ver com o clima que vivemos nos últimos dias, com três partidas diárias transmitidas lá da África. E vale lembrar que o futebol chegou ao Brasil no século XIX mesmo, pelos pés de Charles Miller (1874 -1953), no ano de 1895, quando se disputou o primeiro jogo no país, no bairro paulistano do Brás - não à toa, um dos homenageados naquele mapa lá de cima. Fica a dica das atualizações semanais no blog do Monarca.

Aproveitando a deixa, já que estou falando do trabalho de Tiburcio: recebi dele uma segunda ilustração para aquele conto steampunk parcialmente publicado neste blog. Já encaminhei o texto e os dois desenhos para a publicação em um novo espaço dedicado à cultura steamer brasileira. Assim que tiver mais detalhes, aviso por aqui. Bom futebol para todo mundo!

Tarja Editorial Mais Cultura

A editora da coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário fechou uma parceria com a rede de livrarias Cultura. Vários dos livros do catálogo da Tarja Editorial agora fazem parte do programa Mais Cultura o que garante duas vantagens aos leitores: um preço mais baixo para cada uma das obras e a entrega mais rápida dos produtos comprados. No caso da coletânea steamer, por exemplo, o preço baixou de R$ 39 para R$ 31,20 e a livraria garante o envio de um volume em até um dia útil, para quem usar cartão de crédito. Seguem o link para a promoção e algumas das obras que fazem parte dessa parceria. Boas compras!

Steampunk  2009
VARIOS AUTORES /
TARJA EDITORIAL

LITERATURA BRASILEIRA - FICÇÃO CIENTÍFICA


Preço R$ 39,00
+cultura R$ 31,20   • participe        





Dias Da Peste, Os   2009
FERNANDES, FABIO
TARJA EDITORIAL

LITERATURA BRASILEIRA - FICÇÃO CIENTÍFICA

Preço R$ 32,00  
+cultura R$ 25,60   • participe    
            


Fabulas Do Tempo E Da Eternidade 2010
LASAITIS, CRISTINA
TARJA EDITORIAL

LITERATURA BRASILEIRA - CONTOS E CRÔNICAS

Preço R$ 32,00 
+cultura R$ 25,60   • participe

Fc Do B - Ficçao Cientifica Brasileira 2009
VARIOS AUTORES
TARJA EDITORIAL

LITERATURA BRASILEIRA - FICÇÃO CIENTÍFICA


Preço R$ 32,00  
+cultura R$ 25,60   • participe   

 


19.6.10

Sobre piqueniques vitorianos

Quem está se mobilizando para organizar o encontro vitoriano de Florianópolis, comentado no post de ontem, é Mme. Mean, que também mantem um blog chamado Sombria Elegância. Simpatizei com o espaço logo pela proposta que aparece abaixo do título: "Moda & Cultura Alternativa. Sem frescura". Nobilíssima proposta.

E é daquele endereço que eu tirei duas amostras para publicar por aqui. A primeira, logo abaixo, é a linda imagem do convite para o evento de 7 de agosto. A segunda, que vem a seguir, é uma pesquisa a respeito da história e da etiqueta dos convescotes da Era Vitoriana. Publico os dois primeiros parágrafos, a íntegra do material pode ser lida .



O que hoje o imaginário coletivo tem com idéia de piquenique é um conceito que evoluiu no Ocidente desde a Idade Média. Podemos encontrar a origem dele nos banquetes que se organizavam em torno das grandes caçadas da nobreza feudal. Nesses eventos serviam-se apresuntados, carnes de vários preparos (lembrando que a carne, especialmente de caça, era por si só um “artigo de luxo alimentar” na Europa Medieval) e várias iguarias à base de massa recheada e frita, doces e salgadas, chamadas genericamente de pastéis. Em sua essência, a idéia de piequenic se resume a uma refeição ao ar livre, geralmente no campo ou em alguma paisagem agradável que lembre o campo, em que se desfruta de boa companhia, boa comida e divertimentos variados. Podemos encontrar traços disso ao longo do Renascimento e me arrisco e dizer que até mesmo nas tradicionais garden parties (festas de jardim) do século XVIII. Mas foi no século XIX mesmo que a coisa tomou a proporção que povoa o nosso imaginário. E agradeçam àquela senhora rechonchuda que todos nós conhecemos: se os piqueniques já eram comuns na Inglaterra, tornaram-se um verdadeira febre durante a Era Vitoriana graças à predileção da Rainha por eles.


Há uma segunda teoria que diz que, a exemplo do que acontecera durante o reinado de Luis XIV na França (1643-1715), as regras de etiqueta para jantares, chás e banquetes haviam se tornado tão complicadas e extenuantes que os piqueniques eram uma espécie de “quebra” ou de “alívio”, uma válvula de escape mesmo. Uma outra leitura pode ver nos piqueniques, geralmente realizados em alguma propriedade rural ou em um parque bem arborizado, uma tendência escapista. Lembremos que a Era Vitoriana corresponde ao boom da Revolução Industrial, do crescimento urbano acelerado e sem planejamento e do êxodo rural, o que resultava basicamente em cidades caóticas (mas não tanto quanto as nossas) e com uma profunda desigualdade social. As descrições de Londres no período não são nada lisonjeiras… Desse modo, podemos tentar compreender este boom dos piqueniques como uma forma de relaxar longe dessa loucura toda. Eles tinham piqueniques – nós temos shoppings e hotéis fazendas como “oásis” no meio do caos. Continua.

18.6.10

Encontro vitoriano em Florianópolis

Neste blog já tive a oportunidade de comentar convescotes inspirados na Era Vitoriana que mobilizaram fãs do steampunk em Curitiba e em São Paulo. Agora, tenho o prazer de anunciar um encontro do gênero que vai acontecer aqui, em Florianópolis. Está marcado para o dia 7 de agosto, a partir das 14h. O local dificilmente poderia ser mais adequado: o Horto Florestal do Córrego Grande, essa beleza que pode ser vista abaixo e que fica bem próxima da Universidade Federal de Santa Catarina. O período histórico que vai inspirar o encontro será o da Restauração à Primeira Guerra Mundial (1815-1914) e iniciativa conta com uma comunidade no Orkut para os interessados tirarem dúvidas e confirmarem a presença.

17.6.10

Vai ter sandalpunk em Brinquedos Mortais

Falei sobre uma coletânea chamada Brinquedos Mortais no dia 7 de janeiro neste blog, como podemos relembrar abaixo:

Quando anunciaram, no início de dezembro, a chamada para a próxima coletânea temática da editora Draco, aparentemente os organizadores iriam deixar de fora o subgênero steampunk, pois estava estabelecido: "O tema será 'Brinquedos do futuro' e o título do livro Brinquedos mortais".

Porém, no fórum do orkut da editora, Tibor Moricz, que escolherá o material com Saint-Clair Stockler, deu mais detalhes, esclarecendo que os autores podem mirar também no passado e não apenas no porvir: "Excessão feita a quem quiser escrever uma história no subgênero Steampunk ou dieselpunk. Nesse caso, aceitaremos qualquer coisa passada em época vitoriana".

Portanto, oficialmente, há mais uma oportunidade aberta para quem desejar escrever algo nesse estilo. Boa sorte aos vitorianos alternativos.



Nem steampunk, nem dieselpunk, mas haverá pelo menos um conto sandalpunk. Explicando: se o steampunk mira o período Vitoriano e o dieselpunk a primeira metade do século XX; o sandalpunk pensa em tecnologias avançadas no período da Antiguidade Clássica, ali entre o século VIII a.C. e a queda do Império Romano em V d.C. Já mencionei o termo por aqui ao apresentar uma versão em inglês para o meu conto "A diabólica comédia", que, na verdade, não chega a ser sandalpunk pela falta de uma retrotecnologia, está mais para... hmmm, sandal & sorcery. Mas, para a coletânea que deverá ser lançada em breve, o escritor Carlos Orsi preparou um material que aparentemente é um exemplar legítimo dessa derivação do subgênero steampunk. Uma das bases para o conto é um personagem real, Heron de Alexandria (10 d.C. - 70 d.C.), um sábio grego que chegou perto de provocar uma revolução em seu tempo. Vou deixá-los com as palavras do próprio escritor, que apresenta uma sinopse de seu trabalho.

O título é "Festa de Todos os Deuses", e gira em torno do funcionamento de um panteão ao estilo dos que havia no Período Helenístico e inspirado nos templos de Alexandria que, segundo a tradição, Heron "envenenava" mecanicamente, com portas que se abriam sozinhas quando as pessoas pisavam na soleira, etc.

O protagonista, Hieron de Zenária, é um personagem que criei muitos anos atrás para protagonizar uma série mezzo fantasia/mezzo sandalpunk. Seria um tipo de "Conan, o Cientista", um filósofo/mago/engenheiro viajando pela minha versão particular de mundo de fantasia -- mais puxado pra Era Hiboriana que pra Terra Média -- e vendendo seus serviços.

A série, claro, nunca se materializou -- creio que cheguei a produzir duas histórias com ele; uma delas, a novela "Flores no Jardim de Balaur", saiu numa edição especial do fanzine Juvenatrix e também ficou um bom tempo online numa das antigas versões do sitre do CLFC, mas acho que hoje em dia não dá mais para encontrá-la em parte alguma.

Torre de Vigia 28

Este mês de junho foi lançado um novo fanzine eletrônico - ou e-zine - que, apesar de seu número de estreia integralmente dedicado aos vampiros, abriu espaço para anunciar a coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário. O livro steamer aparece ao lado da obra de fantasia O caçador, de Ana Lúcia Merege, na seção "Biblioteca" de Fantazine - Revista de FC, Fantasia e Terror. A publicação digital é uma iniciativa dos escritores Alex Bastos e Lucas Rocha que, já nesta primeira edição reuniu um excelente time de colaboradores, como pode ser percebido pela capa abaixo, aproveitando-se de um pôster promocional da série de TV True Blood.


A já citada escritora Ana Lúcia Merege assina uma coluna chamada "Estante Mágica", a respeito das dificuldades da formação de leitores em nosso país. O jornalista Antonio Luiz M C Costa - um dos contistas da coletânea Steampunk - apresenta uma genealogia histórica e literária do mito dos vampiros. A escritora Ana Carolina Silveira analisa méritos e desméritos da saga diabética - sangue com açúcar - Crepúsculo. A entrevista do zine é com uma das mais reconhecidas autoras do gênero vampírico nacional, Giulia Moon. Há ainda contos de Adriana Rodrigues, Cenildon Murad Jr. e Rita Maria Félix, também responsável pela diagramação do material. Vale muito a pena conhecer esse novo espaço para a literatura fantástica do Brasil. FantaZine pode ser baixada gratuitamente, em um arquivo pdf, pelo blog criado pela equipe.

16.6.10

Steampunk na TV 5


Mais uma aparição televisiva de fãs de steampunk. Desta vez, no Paraná, onde, no dia 9 de junho, duas colaboradoras da Loja local do Conselho Steampunk, Anne Chan e Lady Coyote, participaram do programa Destaque, exibido pela Rede Massa filiada ao SBT. Ambas foram entrevistadas pela apresentadora Cloara Pinheiro, juntamente com particpantes de fã-clubes dedicados a Star Trek e Star Wars, em um bloco sobre ficção científica. As steamers falaram um pouco sobre o gênero e apresentaram suas personagens, duas piratas do ar. Os vídeos com o bate-papo podem ser acessados aqui.

14.6.10

E o steampunk encontrou sua musa

Lidia Zuin é o nome dela, estudante de jornalismo paulista, além de ser pesquisadora e escritora do gênero co-irmão, o cyberpunk. Dona do livro virtual Count0Write1 - já comentado e recomendado por aqui - ela participou de um ensaio com temática neovitoriana que deve ser visto em breve, na íntegra, em uma nova publicação steamer. Mas como prévia, divulgou a foto abaixo, tirada por Letícia Tatsch no centro de São Paulo. Fiquemos todos no aguardo de mais flagrantes do ensaio.

Chamada de textos para uma antologia estrangeira



Acabo de saber que o site Hallow's Eve Design está com uma chamada em aberto para textos em inglês para uma antologia steampunk. O prazo de entrega se encerra no dia primeiro de julho e eles pagam US$ 10 para os contos aprovados. Detalhes podem ser obtidos aqui, mas, bem resumidamente, os organizadores querem textos que tenham entre 2 mil e 5 mil palavras, escritos dentro das normas gramaticais (um beta reader que tenha o inglês como língua nativa é bastante recomendável, pelo jeito). Eles aceitam várias submissões de uma mesma pessoa, mas cada texto deve ser enviado exclusivamente para essa iniciativa, pois não serão aceitos contos em avaliação por outros editores. Personagens e universo devem ser criações próprias, nada de fanfics. Pode haver referências a sexo e violência, bem como linguagem adulta, desde que sirvam para "melhorar a história". Por fim, além do pagamento, cópias dos livros estarão disponíveis aos autores pelo preço de atacado mais despesas de transporte.

Algum brasileiro interessado em se arriscar? O contato deles é submissions@hallowsevedesigns.com Boa sorte!

13.6.10

Divulgada imagem de personagem steampunk

José Roberto Vieira divulgou em seu blog uma ilustração de um dos personagens de seu livro O Baronato de Shoah, primeiro romance steampunk nacional com levada de fantasia a ser publicado em breve pela editora Draco. A arte é de Victor Negreiro, o @estivador, no Twitter.

Abaixo, a apresentação que o escritor fez do personagem e a imagem de Dante Wandecliff.


A primeira imagem promociolnal do Baronato de Shoah!

O pirata aéreo Dante Wadencliff!

Para saber mais sobre ele aguarde o lançamento do Baronato de Shoah, em breve!

10.6.10

Vai ter steampunk na Imaginários

Em meu outro blog havia feito um post a respeito do lançamento de uma editora e de uma nova coleção de coletâneas dedicadas ao triunvirato FC, fantasia e horror, como segue abaixo:

A literatura fantástica nacional conta com duas excelentes novidades: uma recém-inaugurada editora a apostar nesse nicho e uma série de coletâneas dedicada ao trio fantasia, FC e horror prestes a ser lançada. Draco, dragão em latim, é o nome da casa editorial e a série foi batizada com o nome que pode ser lido no logotipo abaixo.



A estreia desta boa-nova literária será no dia 28 de novembro, durante uma mesa redonda, seguida de autógrafos, com alguns dos autores participantes - vários deles com textos publicados neste blog. O local do evento, "Falando de Imaginários", é a livraria Cultura do Shopping Market Place, em São Paulo.

Pela lista de escritores - uma seleção de portugueses e de brasileiros, alguns novatos, outros já experientes - e pelo requinte gráfico das capas, esta parece ser uma coleção imperdível para os leitores da literatura de gênero lusófona.


A organização destes dois primeiros volumes ficou a cargo do trio Tibor Moricz, Saint-Clair e Eric Novello. O preço de cada edição está estipulado em R$ 22,90.

Prestes a ir para o terceiro volume, com organização agora de Eric Santos, a coleção Imaginários vai abrir espaço em sua páginas para um obra steampuk. A autoria da noveleta "Bonifrate" é do escritor e quadrinista Douglas MCT, que em breve deve ainda lançar o romance de fantasia Necrópolis pela mesma editora Draco e o mangá steamer Hansel & Gretel pela New Pop. Pedi ao autor que me passasse alguns detalhes dessa novidade e ele me enviou a seguinte sinopse sobre seu trabalho:


"Bonifrate" é uma singela homenagem a Pinóquio, do Collodi.

Concebi a trama usando alguns elementos steampunk e de Fantasia, com um alto grau de estranheza embutidos aqui e ali. A história, por mais que tenha meu estilo, é uma experimentação proposital de narrativa e condução de plot.

Para o clima, me inspirei em alguns conceitos de Matrix e, para elaborar certas cenas e situações, busquei bases em Watchmen. Há ali a essência do Grande Irmão, construtos com coração a vapor, espíritos e uma força maior -- e talvez mecânica -- conduzindo as peças.

É uma ficção alternativa, que brinca com as incógnitas e tenta fazer o leitor se perder em algumas esquinas, num lugar não definido. A ideia ao escrever Bonifrate, era deixar a imaginação de quem lê complementar os espaços vagos de propósito no texto, para chegar ao seu desfecho próprio, único. Quero que essa leitura seja uma experiência para o leitor, como foi para mim ao escrevê-la.

9.6.10

Três anos de Tarja Editorial

A editora que lançou Steampunk - Histórias de um passado extraordinário, a primeira coletânea dedicada ao gênero do Brasil, começou os preparativos para a comemoração de seu terceiro aniversário em atividade. Um dos sócios da Tarja Editorial, Richard Diegues, repassou ontem à noite um email para todos os escritores, artistas gráficos e colaboradores em geral que fizeram algum tipo de parceria com ela neste tempo. Como isso enquadra uma porcentagem bastante significativa dos produtores de literatura fantástica nacional, o tráfego em nossas caixas postais foi intenso nesta última terça-feira. Pedi autorização de Diegues para divulgar a mensagem, que segue abaixo.


Caros amigos (isso não é apenas um jargão),


Essa mensagem está sendo enviada de forma geral para todos os parceiros, artistas e autores publicados pela Tarja Editorial, mas por favor, sintam-se à vontade para retorná-la para um bate-papo, ok? Considerem inclusive isso como sendo um convite, por favor. Ah! E leiam até o final, pois tem muita coisa aí que certamente lhe interessa, rs.


A Tarja Editorial está completando seu terceiro ano como empresa neste mês de julho. E eu queria prestar um agradecimento a cada um de vocês, que com seu talento, esforço e arte, contribuíram com a força necessária para que a empresa ultrapassasse essa barreira fatídica do primeiro triênio. Acreditem, as estatísticas do SEBRAE sobre 70% das empresas não chegarem ao terceiro ano têm muito embasamento! A grande maioria das empresas, ainda mais nesse ramo, dificilmente ultrapassam os primeiros 12 meses... é a vida! Mas nós conseguimos, e com o fôlego aumentando cada vez mais.


Sério! Queria muito contar todas as novidades que estamos preparando, mas preferimos guardar nossos lançamentos a sete chaves (vocês não vão acreditar como tem “zoiúdo” e “mau-caráter” surgindo nessa área... é rasteira pra todo lado, brother!) até que estejam no nível de qualidade que exigimos, com tudo pronto e devidamente acertado. Estamos com 14 novos títulos em fase de preparação (capa, revisão, tradução, etc). Estamos galgando degraus internacionais com quatro deles – isso mesmo, fechamos contratos gringos de ótima qualidade, todos com autores vivos, premiados e produzindo a todo vapor –, trazendo a boa literatura lá de fora para cá. Sim, não vou dar com a língua ainda, mas são ótimas obras.


Dos originais que estão em preparo, bem perto de serem lançados, posso falar os títulos de alguns:


“Cyberpunk – Histórias de um futuro extraordinário”, a coletânea irmã de nossa “Steampunk”, igualmente com nove autores, apenas aguardando o fechamento da capa pra ser impressa;

“Cyber Brasiliana”, um romance de minha autoria, bem no estilo pós-cyber que vocês devem conhecer dos meus contos lançados na Paradigmas, também aguardando só a capa;

“Memórias Desmortas de Brás Cubas”, um romance de Pedro Vieira, baseado nas obras de Machado de Assis, com muito humor e – é claro! – zumbis. Fechando a capa... Acreditem, é muito bom! Guardem o nome;

“Os Anos de Silício”, romance de Fábio Fernandes, continuando o que foi visto no “Os Dias da Peste”, que já está nos ajustes finais;

“Casas de Vampiro”, um romance de Flávio Medeiros, com um terror sutil e pinceladas de ficção na dose certa, seguindo para a revisão;

“Tempos de AlgóriA”, um romance também de minha autoria, com a vertente tendendo para a fantasia, já em processo de revisão;


Bom, esses são os que posso anunciar sem muito compromisso, pois estão em fechamento e se aquecendo para seguir para a gráfica, falta pouquinho. Mas temos muito mais coisas na agulha. Aguardem...


Como podem ver é uma época para se comemorar. Apesar de todas as dificuldades, estamos aí, publicando obras de qualidade, sem dar ouvidos as almas penadas que infestam a internet – êita lugarzinho pra dar voz a quem não devia poder nem mesmo relinchar – e nem as tendências atuais das micro-editoras relâmpago que vem atulhando o mercado com literatura mal preparada, para dizer o mínimo. A vocês, que tem a paciência necessária para enfrentar um duro trabalho editorial, em prol da qualidade final da obra, realmente tenho muito a agradecer. (E pelamordedeus, não caiam nessa de publicar algo a trancos e barrancos, sem que um verdadeiro editor passe as mãos pela coisa!). Pouco a pouco estamos elevando o padrão de nossa literatura fantástica, com os livros da Tarja sendo reconhecidos lá fora, cada vez com mais críticas positivas na mídia. Enfim, vamos lutar para que esse mercado não volte a pender para o ostracismo da literatura de ocasião ou mal escrita. Vamos comemorar a qualidade!


E, nesse espírito de comemoração, gostaria de me reunir para um bate-papo. Uma leva de conversa jogada fora, (des)fiada mesmo, em um clima alegre e festivo, como todos os bons encontros de pessoas inteligentes devem ser. Estou planejando essa comemoração no dia 02/07/2010 (sexta-feira), no nosso recanto de tantas festas, o Bardo Batata (Bela Cintra, 1.333 – Jardins – Sampa), das 18h30 em diante, só pra não perder o costume. É aberto, portanto podem chamar amigos e fins, ok?


Espero que possam comparecer, para darmos boas risadas e planejarmos o que vem por aí. Sim, isso é também um convite explícito para que mandem seus projetos para conversarmos a respeito. Estamos procurando por novos autores, que tenham capacidade crítica e um trabalho que realmente faça a diferença; e é claro que queremos continuar trabalhando com vocês, que já fazem parte da casa, e de nossa carreira de sucesso (se não astronômico, ao menos de sobrevivência ferrenha!). Se você conseguiu chegar a ter seu trabalho conosco, sabe que está em um grupo seleto. Não é qualquer um que consegue se juntar a esse grupo, rs. A Tarja Editorial está querendo formar um time vencedor com vocês, nossos autores, nossos amigos. E com isso esperamos que continuem a trabalhar conosco. Acreditem na gente, pois nós acreditamos em vocês e queremos comemorar muitos outros triênios, publicando seus trabalhos, em uma parceria realmente amiga. Suor e tinta a todos!


Grande abraço,


Richard Diegues
www.tarjaeditorial.com.br

Twitter: @richarddiegues
Fone: (11) 9547.2520

Em minha resposta, comentei que vai ser bem difícil poder aparecer no evento, mas também escrevi o seguinte: "Três anos são mais de mil dias, uma marca e tanto, digna de ser comemorada mesmo. Só posso dizer que me sinto honrado em fazer parte de um grupo que é, sim, vencedor. Nunca tive pretensão de ser escritor de ficção e, por resolver apostar e levar uma aposta, respectivamente, na e da Tarja, já tenho participação em dois livros bem reconhecidos pelo público e pela crítica." Reforço aqui o quanto foi uma experiência mais que gratificante ter participado do volume que abriu a coleção Paradigmas, com o conto "A teoria na prática", e na já citada coletânea Steampunk, com "Cidade Phantástica". Desejo à Tarja Editorial cada vez mais sucesso nas novas empreitadas.

8.6.10

Me empresta um Verne?



Uma nota - duplo sentido, por favor - muito interessante no blog de Frederico Jácome. Uma empresa suíça chamada KBA-Giori imprimiu em 2005, quando se rememorava o centenário da morte do escritor, cédulas de dinheiro com a efígie de Jules Verne, como esta que pode ser vista acima, no detalhe. Ainda que, obviamente, sem valor monetário, os modelos são fielmente semelhantes a dinheiro de verdade, impressas em papel moeda e tudo. Um colecionador chamado Valdemar Pereira entrou em contato com nosso amigo português para deixar à disposição dos interessados algumas notas para a venda. Se algum leitor quiser fazer uma proposta, pode entrar em contato com Jácome pelo email: jverne@portugalmail.pt

O Monarca contra o frio

Quem me conhece sabe que se tem uma coisa que eu odeio é o frio. E para quem começa a conhecer a cultura steampunk a primeira coisa que chama a atenção são as roupas que os seus cultuadores costumam utilizar em eventos do gênero - basta perceber a curiosidade a respeito do assunto que aparece nos vídeos postados abaixo. Tenho a oportunidade de unir uma coisa à outra com esta nota, para chamar a atenção para um bela iniciativa do nosso colega Tiburcio. O cartunista utilizou seu personagem mais conhecido, o Imperador da webtira Meu Monarca Favorito, para conscientizar seus leitores da necessidade de doar roupas nesta época mais enregelada do ano. Abaixo, reproduzo a ilustração que ele fez, originalmente para seu blog, e lembro que em Santa Catarina a RBS está coordenando uma campanha regional de coleta de agasalhos. É isso, parabéns ao Tiburcio, viva a solidariedade e abaixo o frio!

4.6.10

Cavalheiros do Inferno 2

Falei de Kim Newman e de sua obra mais prestigiada tempos atrás neste blog, como podemos relembrar a seguir:

Anno Dracula ganhou uma versão muito caprichada da editora paulista, 17 anos após ter sido publicado originalmente na Inglaterra (em outra resenha postada neste blog comentei como esse tipo de atraso infelizmente é comum em nosso mercado editorial). A tradução competente é de Susana Alexandria que, além de verter as palavras para o português, ainda compilou uma muito bem-vinda (mesmo que, como dificilmente deixaria de ser, incompleta) lista com 104 personagens históricos e fictícios retrabalhados pelo jornalista, crítico e escritor Kim Newman (foto ao lado). Como fica claro pelo título da obra, que parodia a expressão latina Anno Domini – “ano do Senhor”, a data que marca o nascimento de Jesus Cristo dividindo o Calendário em duas eras – a principal referência é a mais famosa criação do irlandês Bran Stoker (1847-1912), o romance símbolo do vampirismo, Drácula, de 1897.

Agora, acaba de ser publicada uma entrevista semificcional com este autor inglês em um projeto do qual sou um dos colaboradores eventuais - não foi o caso dessa primeira amostra. O responsável pela ideia é o escritor e publicitário Tibor Moricz, que em breve deve lançar seu primeiro romance steampunk, O peregrino, pela Editora Draco. Na verdade, trata-se de um desdobramento de entrevistas semelhantes que esse paulistano vem fazendo desde o ano passado em seu blog, chamadas de "De bar em bar". Agora em uma versão internacional, com o nome de "From bar to bar", o alvo serão convidados internacionais ligados à ficção científica, à fantasia e ao horror. O autor de Anno Dracula abriu os trabalhos em uma conversa que ocorre em um pub do século XIX, no tristemente famoso bairro londrino de Whitechapel. O resultado você pode conferir aqui.

Steampunk na TV 4

Também no mês passado e, se não me engano, exatamente no dia em que fiquei sabendo da matéria comentada no post anterior, ouvi falar de um especial sobre steampunk produzido pela equipe de TV da Universidade Bandeirantes, a notória Uniban. Pelos mesmo problemas técnicos comentados anteriormente, só pude conferir o material esta manhã e me surpreendi com o que é um verdadeiro documentário sobre o tema. Com mais que o dobro do tempo da reportagem veiculada no Programa Banca de Quadrinhos, este vídeo confere a opinião de sete pessoas sobre a cultura steamer - novamente está lá Lord Fire, acompanhado de Cândido Ruiz, Maycon Mioto, José Roberto Vieira, Jéssica Soares Nascimento, Silvia Tasca e Lindinalva Angélica de Oliveira.



Com muitos recursos técnicos - em vários momentos a captação de imagens dos entrevistados é feita usando duas câmeras simultaneamente, em ângulos diferentes, por exemplo - e com bastante uso de vídeos e fotos de arquivos, a matéria foi produzida para o programa P2 da TV Uniban. A conversa novamente enfatizou bastante a parte estética, principalmente moda e customização de aparelhos contemporâneos para ficarem com aparência vitoriana. Porém, dessa vez houve também espaço para discussões literárias, não apenas das obras estrangeiras que inspiram os brasileiros, como também para o romance Baronato de Shoah, a ser lançado em breve, pela editora Draco, cujo autor é o mencionado José Roberto Vieira. O vídeo pode ser visto pela página do Conselho Steampunk no Vimeo. Recomendo, mesmo com o atraso de três semanas nesta dica.

Steampunk na TV 3

Fiquei sabendo da notícia mês passado, mas como até recentemente meu computador estava mudo - ou seja, não saia som nem pelas caixas nem pelo fone de ouvido - só pude assistir ao vídeo direito neste feriadão. Mas, antes tarde do que nunca, comento por aqui que confrades da Loja São Paulo do Conselho Steampunk podem ser vistos em mais uma aparição cinedaguerreotípica. Cassia, Karl Felippe e Lord Fire deram entrevista sobre o gênero para o programa Banca de Quadrinhos, exibido pela BlueTV (18-TVA-São Paulo/Rio de Janeiro), nas quartas-feiras às 20h30. Felizmente, para quem não é de nenhuma das duas cidades, a equipe deixa disponível a íntegra do material neste site. O episódio em questão é o de número 60, assim descrito:


A edição 60 da Banca de Quadrinhos traz uma matéria apresentando o movimento “retrofuturista” STEAMPUNK. No estúdio recebemos dois quadrinhistas do Quarto Mundo: o roteirista Daniel Esteves, da série Nanquim Descartável, e o desenhista Will, criador do Sideralman e um dos artistas envolvidos no novo álbum MSP + 50, que vai trazer mais cinquenta artistas contando suas próprias histórias em diferentes traços e estilos com os personagens da Turma da Mônica. No segundo bloco, além de mais papo de quadrinhos, mostramos dois trailers de novas adaptações de quadrinhos para o cinema: Jonnah Hex e Scott Pilgrim contra o mundo. Scott Pilgrim, aliás, é a HQTEMA desta edição da Banca. O outro tema da semana é a ausência do Carlão, que ficou uma semana desaparecido após a derrota do time de futebol dele. Mistério...

Na segunda metada do Bloco 1, podemos ver o repórter do programa, com um exemplar da coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário em mãos, se preparando para conversar com seus entrevistados em um bar de visual antigo na cidade de São Paulo. Apesar dessa citação incidental à literatura e outras à música e ao cinema, o tema da matéria foram mesmo os costumes vitorianos usados pelos steamers e, como não poderia deixar de ser, os quadrinhos inspirados pelo gênero. Foram comentadas algumas criações de Mike Mignola, como a graphic novel Gotham by gaslight, a série Hellboy e, o ainda inédito no Brasil, The amazing screw-on head. Nos mangás, destaque para Fullmetal Alchemist, obra de Hiromu Arakawa, que apesar de não ser propriamente steampunk reúne alguns elementos do estilo. No bloco seguinte, o programa ainda exibiu o trailer do filme que adapta os quadrinhos de Jonnah Hex, película que promete situar o personagem em uma ambientação do punk a vapor.

2.6.10

Biblioteca aoLimiar

Havia relembrado no post anterior a última matéria que publiquei por aqui em 2009. Volto a fazer isso, para tocar em outro assunto:


Para início de conversa, 2010 deve ver a consolidação do projeto mais ambicioso do grupo que foi fundamental para a realidade que o steampunk assumiu em nosso país. Da mesma forma que eles deram o pontapé inicial neste nicho que se tornou tão importante para a FC nacional, agora é a oportunidade de vermos acontecer o mesmo com o gênero como um todo. A novidade foi anunciada em primeira mão na entrevista que um dos fundadores do Conselho Steampunk , Bruno Accioly, me concedeu em nome do Overmundo e que reproduzi também neste blog:



Tenho conhecido muita gente interessante e importante no meio, o que me fez perceber que o Conselho SteamPunk pode retribuir o carinho da comunidade de produção literária de Ficção Científica através das ferramentas que vem desenvolvendo para promoção do sub-gênero que tanto estimamos.
A nova iniciativa do Conselho SteamPunk, como resultado, não será endereçada a entusiastas de nicho, mas a toda comunidade de escritores e leitores de literatura fantástica.
O que ninguém ouviu até agora é o nome desta iniciativa, que foi batizada por nós de: aoLimiar.

Recentemente, em seu blog pessoal, o empresário deu mais detalhes do projeto:


O aoLimiar é uma iniciativa do Conselho SteamPunk, tem apoio de cada uma das Lojas regionais do conselho, tem sua infra-estrutura gerida pela dot . digital oriented technologies e conta com uma equipe competente e multidisciplinar que pretende tornar cada uma das transições completamente integradas com o uso cotidiano da Rede Social, entretanto não pretendemos que o aoLimiar pare por aí.

Sim, aoLimiar é um projeto que está cada vez mais consolidado, contribuindo com fóruns e comunidades para debater a situação da literatura fantástica no país em vários segmentos. Gostaria de ressaltar aqui uma particularidade dessa rede social a que acabei de me juntar por convite de Bruno Accioly: os livros e revistas virtuais que a iniciativa permite a cada um dos usuários criar. No meu caso, ontem inaugurei um espaço por lá com o livro Terroristas da Conspiração, no qual pretendo republicar os contos que escrevi para um universo ficcional criado juntamente com um outro blog. O texto que abriu os trabalhos foi justamente "A teoria na prática", minha primeira tentativa ficcional - sem contar com redações escolares, claro - que deu origem ao universo daqueles personages e que já foi publicado em forma impressa na coletânea que abriu a coleção Paradigmas, da Tarja Editorial, mesma editora de Steampunk - Histórias de um passado extraordinário.



Ao longo das próximas semanas devo ir republicando cada um dos contos daquele universo, que está aberto para outros escritores interessados em escrever suas próprias histórias nele, como já fizeram, por exemplo, Alexandre Lancaster e Rafael Lupo. Mas quero ressaltar que meu livro é apenas uma parte de uma verdadeira biblioteca virtual. No diretório de aoLimiar, os leitores podem encontrar mais de 20 opções de obras sendo produzidas. Algumas delas já comentadas por aqui, como o romance de pirataria e steampunk de Pablo Frazão Mensagens na Garrafa, sobre o qual falei no primeiro post da série Steampunk feito no Brasil. Ou então, Mitopoese, de Antonio Luiz M.C. Costa, comentado no post mais recente daquela mesma seção. O próprio Bruno Accioly participa com mais de uma publicação on-line: são dele Sistema Sol: crônicas, criado orignalmente como base de um sistema de RPG; Futuro do Pretérito, com as criações steamers do empresário; e LustCraft, com textos eróticos não recomendados para menores de idade.

Destaco ainda os textos de humor refinado do livro Arquivo de Esquecimento, de Karl Felippe; As Crônicas de Zafirina, paródias de clássicos da fantasia por Eric Novello, Count0Write1, cybercontos de Lidia Zuin; e Ficção Científica e Afins, espaço para artigos e resenhas de Ana Cristina Rodrigues e convidados. Uma grande variedade de títulos e de temáticas à disposição de todos os interessados em literatura fantástica nacional.