24.9.12

Um novo Ano Um

Minha nova coluna no site da HQCon traz o início de uma parceria da qual estou gostando muito. Bolei um uniforme com detalhes mais realistas para um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos e ele ganhou uma versão pintada em estilo ultrarrealista por um artista plástico de minha cidade, Angelo de Capua. Essa ideia inicial deu origem a um projeto bem interessante: na próxima edição da HQCon, agora em outubro, vamos ter uma exposição dos trabalhos de Angelo baseados nessas minhas novas versões para antigos personagens.

Aqui embaixo, vocês podem ver meu rascunho para o uniforme de Batman, mas para ver como ficou nos pinceis e tinta profissionais, só clicando aqui.


Eu na EuroSteamCon

Portugal vai realizar sua primeira convenção steampunk no último final de semana de setembro e eu estarei lá, ao menos virtualmente. O convite me foi feito pelo escritor e editor Luis Filipe Silva, organizador ao lado de Gerson Lodi-Ribeiro de Vaporpunk e compilador da pós-moderna coletânea Os anos de ouro da Pulp Fiction portuguesa, já resenhados aqui. Ele me deu a oportunidade de, através de um vídeo, comentar o mercado editorial steampunk no Brasil, fazendo um retrospecto do que já saiu por aqui e anunciando oficialmente o que já está certo de ser publicado em nosso país.



Com a inestímavel ajuda de meu colega de Sociedade Histórica Desterrense, Maurice Kisner, gravei de quatro minutos que tenta dar uma panorâmica sobre 11 livros, uma revista digital, seis editoras e aproximadamente 50 autores que se empenham na produção steamer em terras brasileiras. Minha fala vai servir também de base para um artigo para a nova edição da Vapor Marginal, a revista virtual do Conselho Steampunk do Brasil, que já está sendo produzida. Para assistir ao vídeo, é só clicar aqui.


19.9.12

Parceria real

Uma breve busca aqui no blog deixa bem evidente que dois dos quadrinistas dos quais mais comento por aqui são Tiburcio, veterano da Mad e o criador de Meu Monarca Favorito, e André Diniz, de vários projetos baseados em figuras históricas, como Fawcett. Pois só recentemente fiquei sabendo de um trabalho que uniu os dois criadores em uma mesma revista produzida em 2007. "Ponha-se na rua!" une as melhores qualidades da dupla do Rio de Janeiro: quadrinhos com muito humor e com os desenhos estilizados de Tiburcio e roteiro fundamentado em acontecimentos históricos de André Diniz. Publicada na coleção Leitores Jovens da mineira Franco Editora, abaixo vai uma amostra da primeira página, com o uso inteligente de duas cores que caracterizou o miolo da publicação, emprestando um ar de sépia ao material:

O roteiro da HQ é baseado em uma história verdadeira: em 1808, com a vinda da família real portuguesa para esta sua colônia, os membros da corte passaram a buscar as melhores moradias disponíveis para se alojarem com um conforto semelhante ao que dispunham na metrópole. Por isso, as casas que mais agradavam aos duques, condes, barões e assemelhados eram marcadas com um PR. A sigla indicava que aquela residência estava sendo confiscada em nome do Príncipe Regente, mas os cariocas galhofeiros deram um novo sentido às duas letras, aquele que vai no título deste álbum de 28 páginas. Coube a José Fernandes, um dos filhos de Chica da Silva, a dar o troco a um desses nobres abusados que reivindicaram a casa que dividia com sua família.

6.9.12

HQ, Sangrenta HQ no Mágico Vento

Julio Schneider, o responsável pela adaptação de um dos meus fumetti favoritos para as bancas brasileiras, deu mais uma bela canja para o trabalho weird western deste blogueiro. Como ele havia feito na edição 107 da revista do xamã branco, voltou a abrir espaço na seção "O Correio de Poe" para falar das desventuras editoriais de Domingo Ruiz, agora nos quadrinhos:

No Correio da edição no. 107 falávamos de Romeu Martins (São José -SC) e da publicação de uma coletânea nacional do gênero faroeste fantástico, da qual ele fez parte. Mais de um ano depois daquele lançamento, Romeu volta com mais notícias: "Agora estamos preparando um desdobramento do projeto, com a adaptação do meu conto para o formato de um álbum de quadrinhos em parceria com o desenhista Victor Conceição (Victor Vic), também aqui da minha cidade. Como entre as maiores influências nesta transposição está este fumetto do qual sou fã, repasso o link da pequena chamada que fiz em meu blogue com as primeiras páginas deste projeto que, pretendemos, deverá estar pronto até o próximo ano.Um abraço, obrigado por tudo e parabéns pela qualidade constante dos textos da edição brasileira das histórias de Mágico Vento". Ao escrever o conto, Romeu havia esticado o olho para Ken Parker de Berardi e, ao passar o texto para HQ, a mira estava apontada para Gianfranco Manfredi e o seu xamã. Publicamos ao lado uma imagem oficial de divulgação da HQ Cursed City - Domingo, Sangrento Domingo, e apontamos o blogue do Victor Vic, desejando sucesso à iniciativa dos catarinenses.

O que mais posso dizer além de agradecer muitíssimo a esse excelente e generoso profissional que é Júlio Schneider e deixar os leitores deste espaço novamente com a arte do grande Victor.


Café com polêmica e com vapor

O podcast mais polêmico de Santa Catarina me convidou para participar de um de seus programas, regado aos deliciosos sanduíches Vininha, harmonizado com Kaiser Bock. Café com Polêmica, dos camaradas Fabrício Rodrigues, Fernando Pascale e João Paulo Borges, me chamaram para relembrar os tempos de Gritedo do Bugio, o nosso fanzine da época de faculdade, e da militância steampunk: pude lembrar do lançamento da Bíblia Steampunk a ser lançada neste Natal. De quebra, Pascale, que foi o criador da versão minifake de João Fumaça, ainda fez este bacanaço marcador de páginas:


Para ouvir o papo, na edição XV do programa, e tentar entender o que é steampunk - ou, não - é só acessar este link do podcast que mais cresce em Santa Catarina e região.

5.9.12

Lá no Mind Meld

A sincronicidade às vezes me espanta! Fui gentilmente convidado por Fábio Fernandes, coeditor de Underworld of Steampunk - para participar de uma das seções do prestigiado SF Signal, o Mind Meld, no qual uma pergunta é respondida por vários autores de FC simultaneamente. A questão da vez é a seguinte:

Você acha que as indicações para os Hugo Awards têm pouca representação de escritores não-anglo-americanos? Você acha que isso é importante? Se acha, o que poderia ser feito para mudar essa situação?
Pois bem, o material foi ao ar hoje e estou lá, ao lado de um time de escritores de diversos países, e adivinhem qual foi a ilustração que o editor escolheu para minha participação? Para nossa surpresa, de Fábio Fernandes e minha, a capa anunciada na véspera de nossa coletânea já estava lá, como podem conferir neste endereço.

Logo abaixo, vocês podem conferir o que respondi em português:

Acredito firmemente na importância da ficção científica como sendo o gênero literário que, por excelência, nos faz despertar o imaginário para além de todas as amarras que o cotidiano nos impõe. É no espaço privilegiado da FC que podemos transcender quaisquer limitações de tempo, espaço, gênero, nas; mais diversas probabilidades estatísticas envolvidas: das representações geográficas mais locais aos mais distantes pontos neste e em outros universos; do presente mais nowpunk a épocas aquém e além em calendários inimagináveis; do demasiado humano de homens, mulheres, gays, lésbicas, transgêneros a transhumanos. Exatamente por isso, a escolha do que de melhor e mais representativo existe em um gênero com tamanha gama de pontos de reflexão a oferecer não deveria ficar restrita a apenas uma visão cultura, por mais abrangente que essa cultura possa ser. Os prêmios que buscam dar distinção a enormidade da produção de FC, como o Hugo e o Nebula, deveriam ter a oportunidade de analisar o que de fato vem sendo pensado, escrito e editado em outros pontos do mundo que não têm o inglês como sua língua base.
Para que se ofereça aos votantes e juízes de tais prêmios uma oportunidade dessas, seria mesmo necessário que esforços fossem desenvolvidos pelas organizações de escritores e de editores dos mais diversos países não-anglófonos para oferecer traduções de sua produção de FC local. Somente dinâmicas unindo autores e tradutores profissionalmente capacitados para tanto é que se poderia promover a oferta, em igualdade de condições, de um conjunto de novas abordagens, novos pontos de vistas, novos modo de abordagem ao público que escolhe os textos que irão perdurar na história deste gênero literário.

Romeu Martins é jornalista brasileiro e escreve FC, fantasia e horror, com especial interesse em novas possibilidades envolvendo o século XIX. Já teve contos publicados em português em seu país natal com narrativas steampunk, de weird western e sobre Sherlock Holmes. Um trecho de sua noveleta "Phantastic City" foi publicado na Steampunk Bible, de Jeff VanderMeer e S. J. Chambers, traduzido para o inglês por Fábio Fernandes.

Sincronicidade não é mesmo uma coisa linda?

4.9.12

Underworld of Steampunk, a capa

Amigos, depois de um longo e tenebroso agosto, como é bom abrir as postagens de setembro apresentando a capa da coletânea que Fabiana Andrade, Fábio Fernandes e eu estamos editando para a Underworld. Underworld of Steampunk, o livro que vai reunir nas mesmas páginas o melhor da produção brasileira e internacional da cultura da ficção científica que mais cresce em todo o mundo. Aguardem!