24.6.09

Histórias de um passado extraordinário

Este é o subtítulo da coletânea Steampunk na qual vai ser publicada a noveleta "Cidade Phantástica". A previsão da editora, que é a Tarja, é que o livro esteja pronto até o final de julho, a tempo de ser lançado durante o próximo Fantasticon, no último final de semana do próximo mês.

Em meu blog mais velho, o TerrorCon, estou postando algumas informações em um especial apenas com imagens de inspiração fantástica. Entre elas, está a figura abaixo, o protagonista de uma outra noveleta da antologia - "Música das esferas" - feita pelo meu caro beta reader Alexandre Soares, do blog Maximum Cosmo.



Quando eu tiver mais informações, postarei aqui e lá.

17.6.09

Cidade Phantástica aprovada

Como estou sem computador em casa, vai ter que ser um post rápido. A minha noveleta foi aprovada pelos editores e vai ser publicada na coletânea steampunk que está sendo organizada.

Só posso agradecer a meus beta-readers.

Ludimila Hashimoto
Giseli Ramos
Maria Helena Bandeira
Alexandre Soares
Fábio Fernandes
Lúcio Manfredi
Tibor Moricz
Clinton Davisson
Carlos Orsi

Abraço a todos!

11.6.09

Alan Moore e o Steampunk

Um texto imperdível no sempre ótimo site do Conselho Steampunk de São Paulo traz um depoimento de Alan Moore sobre os conceitos do steampunk. Trata-se de um artigo da Steampunk Magazine - publicação que logo vai ganhar versão nacional graças aos membros deste grupo - que foi traduzido e adaptado por Karl para o site e, como enfatiza a chamada, é sobre A Liga dos Cavalheiros Extraordinários "que ajudou a popularizar a estética steampunk talvez mais do que qualquer outro livro".



Talvez nem todos concordem e achem certo exagero na afirmação. Mas eu assino embaixo. Desde que li a primeira parte da série, no final dos anos 90, as ideias presentes na Liga me fascinaram e, conforme aumenta a complexidade da trama, esta vem se firmando uma de minhas obras favoritas da carreira do quadrinista inglês.

O artigo é muito interessante por revelar de onde partiu o conceito inicial para a primeira minissérie - Moore já trabalhava, com a atual esposa, em sua série pornográfica Lost Girls, quando imaginou levar o conceito de crossovers entre personagens de diferentes universos ficcionais para uma mesma realidade. Ele enfatiza também a importância do artista de série, Kevin O'Neill, que deu uma visão criativa para as tecnologias e para a arquitetura fantásticas mostradas nos quadrinhos. E, ainda, comenta quando se deu conta do grau de complexidade daquilo que estava criando:

Eu acho que foi provavelmente na metade da primeira edição quando eu me toquei que havia feito o Sr. Hyde de Stevenson assassinar Nana de Emile Zola na Rua Morgue de Edgar Alan Poe, que eu percebi que havia uma possibilidade fantástica para fazer deste livro algo sem precedentes; se fizéssemos cada personagem do livro um personagem tomado de uma ficção pré-existente, então o livro se tornaria esse amálgama insano de quase todo mundo ficcional que existiu.


Pena que o artigo original não tocou em um tema delicado: as semelhanças entre os quadrinhos de Moore com os livros do seu conterrâneo Kim Newman, a série Anno Dracula, que alguns anos antes do lançamento de A Liga já trabalhava com ideias muito parecidas. A editora paulista Aleph anunciou que em breve vai lançar a edição nacional do primeiro livro da série, publicado originalmente em 1992, dando a oportunidade para que brasileiros façam esta comparação. Mesmo assim, a leitura do depoimento de Alan Moore é mais que recomendável.

7.6.09

Um livro escrito ao vivo

Fãs brasileiros de steampunk têm a oportunidade de acompanhar em tempo real a criação de um romance que mistura o gênero com elementos de fantasia. O escritor José Roberto Vieira está compartilhando com seus leitores a experiência de criar sua obra em público, através das postagens em seu blog Nexus RPG.

Naquele endereço o autor publica trechos do livro, expõe suas dúvidas e compartilha as imagens que garimpa na internet e que lhe servem de inspiração, como o exemplo abaixo, retirado do site The Gatehouse:

A seguir, reproduzo o prelúdio de Baronato de Shoah, desejando a seu criador sucesso com o projeto.


Sob o olhar atento de uma centena de cabeças, o guerreiro entrou pelo arco de pedras.

Leu na placa de boas vindas – Tosten – e não se importou nem um pouco. Aquele nome nada dizia , mesmo que insistisse em fingir ser poderoso. Insignificante, o vilarejo começava a cercá-lo com pequenas casas de madeira e tablados rangentes.

Mais um entre tantos dominados por uma potestade alheia à suas necessidades mais básicas e seus sonhos mais profundos. Caminhava furtivamente pelos cantos da memória, teimando em não ser esquecida. Levianamente, o único pensamento do guerreiro era sair dali o mais rápido possível.

Não que fosse incômoda ou perigosa, nada disso. O que irritava o viajante era o fato dela não-ser. De nem tentar ser. O devir era algo que não fazia parte de seus planos. E o futuro não passava de anseio.

Ao contrário da morada de pescadores, o guerreiro era uma presença nítida e intimidadora. De longos cabelos azeviche, olhos violeta, roupas pretas e uma espada nas costas, além das botas de fivelas, também pretas. Sua pele era da cor da lua e ele carregava um pingente no pescoço. No braço esquerdo da blusa, uma estrela de cinco pontas.

– Bom dia, Capitão. – cumprimentou um cocheiro, enquanto o homem se aproximava da taverna. – Mianeh te abençoe. – tirou o chapéu, em respeito ao viajante. Aqui os dias são longos e as noites perigosas.

– Bom dia, cocheiro – respondeu o militar, acenou imperceptivelmente para as duas moças que passaram entre os dois. Não sorriu nem esboçou qualquer outra reação. Estóico, continuou olhando para o serviçal. Um cavalo relinchou, incomodado com a nova presença.

O cocheiro lançou um olhar significativo para o outro, mas não obteve resposta. – O que nossa cidade pode oferecer ao senhor? A gente tem menos que nada.

O vento soprou dramaticamente, revoando a pelerine do homem de preto.

- Procuro um homem.

- Geralmente procuram mulher – brincou o cocheiro. A sisudez do outro o fez desistir, olhou para o céu, constrangido com a própria idiotice e falou: – Tem poucos homens por estas bandas, a maioria viaja pras cidades e volta uma vez por ano.

3.6.09

And the winner is...

Saiu o resultado da competição que anunciei abaixo. Tom Banwell recebeu ao todo oito contos vindos de cinco países diferentes. O escolhido foi o texto do americano Terry Sofian que pode ser lido aqui.

Mas o organizador da disputa publicou também os demais escritos. Os sete autores mandaram textos do Reino Unido, Canadá, Cingapura e Brasil. Sim, nosso país esteve representado por mim, que enviei um conto que se passa no mesmo universo da noveleta "Cidade Phantástica" - e que contei com a tradução de Ludimila Hashimoto - e por Felipe Vasques, autor de "Eyes in the dark". O material pode ser conferido no blog de Banwell.

E no meu outro blog, o aniversariante Terroristas da Conspiração, os leitores podem conferir o conto "Amazônia underground" em protuguês e em inglês, além de conferir uma lista das referências que foram utilizadas nele.

Boa leitura!