Quase ao final do texto, Andrezinho toca num ponto que deu origem a uma reflexão interessante. Para explicar o atual sucesso de material que escolhe explorar o passado no lugar do futuro, ele usa a obra-prima de Alan Moore, citada no título deste post.
Minha humilde teoria quanto ao insucesso do Cyberpunk e o cada vez mais exorbitante viés para o passado, é chamada de "síndrome de Watchmen". Na aclamada graphic novel de Alan Moore e Dave Gibbons, lançada entre 1986 r 1987 em um mundo alternativo em que super-heróis existem de fato, a mitologia super-heróica estaria longe dos quadrinhos, tema já saturado pela imprensa e temores populares, o tema da mídia popular desviaria-se para outros mitos, estes longe do cotidiano, como por exemplo, histórias de piratas.
Assumindo que estamos caminhando por vielas ornadas com tecnologias de facíl acesso, pavimentadas sobre a dignidade humana, cujos cacos desta são pisados pelas botas do corporativismo ou mesmo por nações, a balsa de fuga que a maioria necessita está sob águas longínquas, as perguntas “e agora? o que vem depois?” podem ter cansado. O cyberpunk nasceu como a profecia de um “futuro terrível, porém provável”, coisa que, FM-2030 não nos avisou, após ter nos tirado o benefício da novidade e adentramos em sua época sem surpresas e receios, não há por que buscarmos dar asas aos futuros que já perderam este status de "futuro". Quem sabe tenha chegado a hora de engendrar perscrutações maiores aos passado que poderiam ter sido, largar o presente como alegoria, ou ficar especulando continuamente em sensatos e empolgantes exercícios de futurologia, afinal, só o passado é certo, ao tempo que o futuro, e estas palavras, são apenas mais especulação. Mas tenho esperança de que a anarquia seja certa.
Para ler o texto completo, acesse aqui.
2 comentários:
achei interessante esse ponto de vista dele.
só sei que depois que entrei no curso de história percebi que nem o passado é tão "concreto" assim huhauauah
Ah, basta comparar o currículo de história do meu tempo com o que é dado hoje que já dá pra perceber a falta de concretude ;-)
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