A resposta àquela pergunta surgiu no dia 2 de fevereiro, quando o site da Tarja Editorial lançou a chamada para A fantástica literatura Queer, um livro que será organizado pelos escritores Cristina Lasaitis e Rober Pinheiro. Esta é uma belíssima oportunidade para a comunidade ligada a este gênero literário no país se envolver em um assunto que já é tema de estudos e produção artística em outros mercados. Como eu disse, gostaria aqui de reforçar essa divulgação e faria mesmo se o projeto não estivesse ligado à cultura steampunk. Porém, o fato é que ele está, uma vez que a chamada - destaco que é de longe a mais bem escrita e instigante que já li em relação a coletâneas de FC,F&T - relaciona explicitamente que está aberta para contribuições retrofuturistas:
Os contos deverão se enquadrar dentro da literatura fantástica em sua ampla definição: ficção científica, fantasia e terror (e seus inúmeros subgêneros: ficção científica hard, ficção científica soft, space opera, utopia/distopia, cyberpunk, steampunk, weird fiction, new weird, pós-humanidade, slipstream, história alternativa, ficção alternativa/mashup, horror, terror, fantasia mitológica, fantasia medieval, fantasia urbana, dark fantasy, etc). Sem restrições quanto ao conteúdo erótico.
Então, deixo a dica aos interessados: prestem atenção quanto ao prazo, limites do texto e adequação à temática. E boa sorte.
8 comentários:
Gostei da ideia mesmo :) No aguardo da coletânea então :D
Tô tentando escrever um cyberpunk que: 1. Espero conseguir terminar; 2. Espero que seja aprovado; 3. Espero que você curta ;-)
Tô na torcida para que você termine o conto e que este seja aprovado! :) (e que eu curta também hehe)
Vamos ver como - e se - evolui "Desterro Vinte-Vinte" nos próximos dias ;-)
Essa corre sério risco de ser a antologia temática mais relevante da nova geração da FCB.
DISPARADO.
O povo está fazendo história.
Concordo em gênero, número e grau, Octavio. Acho da maior importância esta iniciativa, espero que dê exemplo a outros projetos assim.
Grata pela divulgação, Romeu!
O estalo veio mesmo naquela tarde twitteira entre arrobas de muito peso. Por unanimidade chegamos à conclusão que agora era a hora mais do que certa para realizar um projeto desse tipo. Guardamos a ideia com carinho e fomos desenvolvendo pelos fins de 2010 e começo de 2011. A repercussão logo nas primeiras semanas da chamada está sendo entusiasmante, tá dando um baita orgulho trabalhar nesse projeto! Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que essa coletânea seja mesmo o marco que todos esperam.
E sobre o steampunk, vamos adorar receber contos que consigam juntar esses dois elementos improváveis: steam+queer. Pode parecer que não tem nada a ver, mas há muito o que ser dito sobre o universo queer na cultura vitoriana, especialmente tendo em vista que na época da Rainha Vitória a "sodomia" dava cadeia, Oscar Wilde, Paul Verlaine e Alan Turing são alguns dos caras que amargaram essa realidade.
O universo gay e lés vitoriano foi retratado em algumas boas obras. Quem se interessar pelo tema pode tirar boas inspirações de O Retrato de Dorian Gray (romance), Oscar Wilde (o filme), Tipping the Velvet (romance & série), Maurice (filme), Eclipse de uma Paixão (filme), Lost Girls (quadrinhos)e Alan Turing - Quebrando Códigos (livro, filme e peça).
Verdade, Cris, seria uma mistura bastante interessante de se ver e há um universo muito rico de referências. Além dos seus exemplos, lembro da trilogia de álbuns de quadrinhos Lost Girls, do Alan Moore. Apesar de situar o trabalho já no século XX, muitos flashbacks lá eram do período vitoriano e há material com todas as variantes imagináveis da sexualidade humana.
De novo, parabéns por levar essa ideia à frente e muito sucesso.
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