20.9.11

R.I.P. - Read In Peace

A única  certeza que tenho sobre 2012 é que não terei como superar ou mesmo igualar minha produção editorial deste ano, seja em papel ou no mundo virtual. E acaba de sair mais uma publicação em bytes para se juntar à verdadeira biblioteca da qual tive o prazer de participar nos últimos meses - a saber, 1000 Universos, Vapor Marginal e Hyperpulp. A mais recente da lista, ao contrário das anteriores, não é uma edição de estreia, mas sim de consolidação e de retomada de um projeto. R.I.P. 7 é a edição comemorativa dos quinze anos do site Estronho e Esquésito, um pioneiro da internet desenvolvido pelo mesmo M.D. Amado que criou a editora Estronho pela qual lançou também em 2011 as coletâneas Cursed City - Onde as almas não têm valor e Deus Ex Machina - Anjos e Demônios na Era do Vapor que contam com histórias minhas (além de Steampink, livro que tive o prazer de prefaciar). A capa pode ser vista abaixo:



Para o ezine comemorativo escrevi um depoimento breve que, ao lado de outras figuras de peso do fandom nacional, enfatizam a importância daquele site para nosso país:

Quinze anos? Em idade de cachorro isso dá mais de um século e em tempo de internet, quanto é? Respondo: é praticamente a eternidade. Sim, porque o site Estronho e Esquésito tem quase o mesmo tempo de existência da internet comercial no mundo. Quando ele estreou, em setembro de 1996, poucas eram as pessoas no Brasil que acessavam a rede com alguma regularidade, o assunto ainda era quase ficção científica. E o Estronho já estava lá, divulgando e fomentando a FC propriamente dita, o horror e a fantasia em nosso país. Desde sempre. Que seja imortal e para sempre dure. Parabéns, M. D. Amado, é uma honra ter você como editor.
Uma outra colaboração minha naquelas páginas virtuais é um artigo sobre retrofuturismo, dando espaço não apenas ao steampunk mas a outras formas de contar futuros que deixaram de acontecer em diferentes períodos do tempo. O texto é a adaptação especialmente feita para aquela revista de um post dos mais acessados deste blog, material que serviu de base para a palestra que Fábio Fernandes e eu demos na edição deste ano da HQCon. Fora isso, R.I.P. 7 traz diversas outras atrações, como o resultado de um concurso de nano e minicontos que teve como tema baile de debutantes; contos de literatura fantástica voltados ao universo infanto-juvenil, lançamento de um concurso (com direito a prêmios) para a escolha de um novo mascote para o site e muito mais. O destaque fica por conta do projeto gráfico extremamente ousado que M.D. Amado fez para a revista, usando todos os recursos que a publicação on-line permite (a começar pelo número de páginas ímpar, 59, uma impossibilidade no mundo físico). Notem o uso de cor e imaginem o que seria possível fazer no papel se os custos fossem menores. O material, bem como edições anteriores do zine, pode - e deve, claro - ser baixado aqui.

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