Neste blog costumo abordar apenas material steampunk que tenha sido produzido no Brasil ou que esteja disponível em versão nacional. Não é o caso deste post em que vou falar de uma matéria veiculada em inglês no site da revista Time. O motivo é que gostei muito da abordagem do texto que levou o título "Steampunk: Reclaiming Tech for the Masses" (algo como Recuperando a tecnologia para as massas), ele sintetiza vários dos elementos que, na minha opinião, tornam este gênero da ficção fantástica tão atrativo em termos estéticos-formais e de conteúdo.
Repito o aviso agora, pois uma nova reportagem veio me chamar a atenção, graças a uma dica via Twitter do escritor Eric Novello. A matéria dessa vez foi publicada no site de El País, maior e mais respeitado jornal da Espanha. "Victorianos amantes de la retrotecnologia" é o artigo que tem o subtítulo: "Las obras de H. G. Wells o Julio Verne inspiran el movimiento steampunk". A motivação para o texto de Xavi Sancho foi a constatação de que tal movimento, surgido nos EUA há um par de décadas, viu sua relevância, popularidade e projeção social darem um passo gigante nos últimos três anos.
Abaixo, traduzo um trecho da reportagem de estilo, que pode ser lida integralmente aqui, e reproduzo ao lado uma das fotos que ilustram a matéria, um flagrante do designer e cultuador steamer Jake Von Slatter:
A meio caminho entre o romantismo, a nostalgia, a estética vitoriana e a tecnologia - não só como um meio ou fim, mas também como um complemento estético - o Steampunk pode ser entendido através das criações de H.G. Wells ou Julio Verne, o escapismo de Harry Houdini e a inventividade de Nikola Tesla. De alguma forma, o movimento é um elogio de como era um futuro de um passado que oferece expressões éticas e estéticas muito mais satisfatórias do que as do tempo atual. Os seguidores se distinguem por suas roupas vitorianas e eduardianas, suas palavras corteses, seus apelidos que parecem ter sido tirados da lista de membros da Câmara dos Lordes e, sobretudo, pela interação ativa com este movimento, fazendo seus próprios artigos e vestuário.
"A era vitoriana é a última época em que um menino em idade escolar podia ter suficiente conhecimento científico para compreender as complexidades da tecnologia de sua época. Um aficionado podia ainda contribuir para o progresso tecnológico. Além disso, como costumavam ser de boas famílias, incluíam seus valores estéticos em todas as suas criações", comenta o americano Jake Von Slatter, cérebro por trás do Steampunk Workshop, um seminário para a construção de dispositivos neste estilo - modifica telefones celulares, computadores ou iPods para a estética vitoriana - e uma das figuras mais importantes dentro desta subcultura que em alguns países, como os EUA, está se tornando uma forma de vida. Ainda não conseguiu encontrar seu tom, mas já tem a sua imagem e até seus dilemas de identidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário