13.4.10

Torre de Vigia 24

Como havia prometido em um post anterior, eis a resenha de Ana Carolina da Silveira na seção Torre de Vigia. Em seu blog Leitura Escrita, a escritora começou o texto com uma introdução ao livro e passou a resenhar cada uma das noveletas de Steampunk - Histórias de um passado extraordinário. Como de hábito, vou reproduzir o início do post e o comentário dela a meu conto, no qual foi a primeira pessoa a comentar um certo easter egg presente em "Cidade Phantástica". O texto integal pode ser lido aqui.


O Brasil, feliz ou infelizmente, é o “país do futuro”, que jamais chega. Tivemos várias oportunidades históricas de saltos de desenvolvimento, mas acabamos por ficar para trás. Nós, mais do que a grande maioria das nações, temos na pele o sentimento do que poderia ter sido, mas por várias razões não foi. Agora vivemos um período de crescimento e prosperidade, mas estaremos escolhendo os rumos certos? Será que finalmente viraremos o país do presente?

Mas quantos planos não foram frustrados, embriões de bonança abortados, sonhos partidos? Quantos futuros não poderíamos ter tido, não fossem os mais diversos fatores?

O steampunk lida, como já dito antes, com um futuro que não foi. Como nós, brasileiros, enxergaríamos então um passado glorioso que poderia ter sido?

Bom, primeiro é preciso dizer que o steampunk demorou a pegar no Brasil, tendo sido mais divulgado só a partir da segunda metade da década de 2000 (apesar de já existir como gênero desde 1990). Não saíram muitas obras steampunk estrangeiras no Brasil, dá para destacar principalmente o RPG Castelo Falkenstein e os quadrinhos d’A Liga Extraordinária, mas não muito mais do que isso.

O primeiro livro genuinamente nacional a tratar do steampunk foi a coletânea Steampunk: Histórias de um Passado Extraordinário, lançada pela Tarja Editorial em 2009. A Tarja, como quem acompanha o blog já sabe, é uma editora voltada principalmente para a ficção especulativa nacional e vem lançando trabalhos bem interessantes de nossos autores.

A edição é muito bem cuidada, o projeto editorial é bem legal, é um livro bonito de se ter em mãos. Foram convidados para compô-los vários autores, de vários estilos, mostrando sua visão do steampunk.
Interessante perceber também que a coletânea teve repercussão internacional, ganhando resenha do crítico literário estadunidense Larry Nolan, em seu blog, que dá destaque à obra dentro do cenário da ficção especulativa latino-americana (...)
 
Cidade Phantástica, de Romeu Martins
– Uma aventura steampunk no Rio de Janeiro imperial, onde alguns fatos políticos ocorreram de maneira diferente de nossa realidade, como a ausência da Guerra do Paraguai e uma abolição décadas antes da real, além da aparição de personagens ficcionais brasileiros, como o pai da Sinhá Moça, que faz uma participação especial, e certo vilão muito conhecido. Aqui acontece algo inverso ao primeiro conto do livro: o conto tem pegada, tem empatia… mas tem alguns probleminhas de desenvolvimento. A trama é um bocadinho confusa, como se três histórias estivessem fundidas em uma só e fossem contadas em conjunto, mas sem delineamento. Achei uma pena, porque faltou só uma acertadinha de pilares para termos aqui um conto muito bom.

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