O Brasil, feliz ou infelizmente, é o “país do futuro”, que jamais chega. Tivemos várias oportunidades históricas de saltos de desenvolvimento, mas acabamos por ficar para trás. Nós, mais do que a grande maioria das nações, temos na pele o sentimento do que poderia ter sido, mas por várias razões não foi. Agora vivemos um período de crescimento e prosperidade, mas estaremos escolhendo os rumos certos? Será que finalmente viraremos o país do presente?
Mas quantos planos não foram frustrados, embriões de bonança abortados, sonhos partidos? Quantos futuros não poderíamos ter tido, não fossem os mais diversos fatores?
O steampunk lida, como já dito antes, com um futuro que não foi. Como nós, brasileiros, enxergaríamos então um passado glorioso que poderia ter sido?
Bom, primeiro é preciso dizer que o steampunk demorou a pegar no Brasil, tendo sido mais divulgado só a partir da segunda metade da década de 2000 (apesar de já existir como gênero desde 1990). Não saíram muitas obras steampunk estrangeiras no Brasil, dá para destacar principalmente o RPG Castelo Falkenstein e os quadrinhos d’A Liga Extraordinária, mas não muito mais do que isso.
O primeiro livro genuinamente nacional a tratar do steampunk foi a coletânea Steampunk: Histórias de um Passado Extraordinário, lançada pela Tarja Editorial em 2009. A Tarja, como quem acompanha o blog já sabe, é uma editora voltada principalmente para a ficção especulativa nacional e vem lançando trabalhos bem interessantes de nossos autores.
A edição é muito bem cuidada, o projeto editorial é bem legal, é um livro bonito de se ter em mãos. Foram convidados para compô-los vários autores, de vários estilos, mostrando sua visão do steampunk.
Interessante perceber também que a coletânea teve repercussão internacional, ganhando resenha do crítico literário estadunidense Larry Nolan, em seu blog, que dá destaque à obra dentro do cenário da ficção especulativa latino-americana (...)
Cidade Phantástica, de Romeu Martins – Uma aventura steampunk no Rio de Janeiro imperial, onde alguns fatos políticos ocorreram de maneira diferente de nossa realidade, como a ausência da Guerra do Paraguai e uma abolição décadas antes da real, além da aparição de personagens ficcionais brasileiros, como o pai da Sinhá Moça, que faz uma participação especial, e certo vilão muito conhecido. Aqui acontece algo inverso ao primeiro conto do livro: o conto tem pegada, tem empatia… mas tem alguns probleminhas de desenvolvimento. A trama é um bocadinho confusa, como se três histórias estivessem fundidas em uma só e fossem contadas em conjunto, mas sem delineamento. Achei uma pena, porque faltou só uma acertadinha de pilares para termos aqui um conto muito bom.
13.4.10
Torre de Vigia 24
Como havia prometido em um post anterior, eis a resenha de Ana Carolina da Silveira na seção Torre de Vigia. Em seu blog Leitura Escrita, a escritora começou o texto com uma introdução ao livro e passou a resenhar cada uma das noveletas de Steampunk - Histórias de um passado extraordinário. Como de hábito, vou reproduzir o início do post e o comentário dela a meu conto, no qual foi a primeira pessoa a comentar um certo easter egg presente em "Cidade Phantástica". O texto integal pode ser lido aqui.
Marcadores:
Notícia,
Resenha,
Steampunk - Histórias de um passado extraordinário
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário