20.4.10

Eyjafjallajökull e a cultura steamer

Fábio Fernandes, escritor, especialista em cybercultura e um dos contistas presentes na coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário, deixou para os leitores de seu blog, o Pós-estranho, uma reflexão sobre os motivos para o atual interesse mundial em torno da cultura steamer. O mote para a reflexão foi a atual sucessão de tragédias naturais, das quais a erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull é apenas a mais recente de um ano que está sendo marcado por sucessivos terremotos e por chuvas muito acima das médias históricas. Abaixo, deixo vocês com o trecho inicial do artigo dele, que pode ser lido aqui, e com uma foto daquele vulcão que me foi enviada por Giseli Ramos e que pode ser vista aqui:


É um pensamento que me ocorreu há algum tempo (na verdade, depois dos terremotos do Haiti e do Chile) e que agora, com a erupção do vulcão Eyjafjallajökull, me instiga ainda mais: será que o interesse pela cultura steamer não traduz, em vez de um desejo ou de uma mera brincadeira estética, uma preocupação inconsciente com o retorno a uma era tecnológica menos avançada -- ou um momento tecnológico de virada em que nos são apresentadas alternativas para nossa vida neste momento? Será que o movimento steampunk não é uma maneira que a espécie, culturalmente falando, encontrou para apresentar essas alternativas?

Colin Wilson, em O Oculto (salvo engano) disse que nós somos as partes visíveis de Deus. Se você acredita ou não num ser superior, não faz diferença, não é esta a questão; um bom steamer ateu diria que somos todos engrenagens de uma Grande Máquina. Será que a Grande Máquina não está dando um jeito de nos programar para, como espécie (nem que seja apenas como subcultura), pensarmos em alternativas viáveis para um possível dia em que as catástrofes naturais nos impeçam de usar a tecnologia do século vinte e um?

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