29.3.11

Cowboys e aliens

O post não é nem sobre a HQ homônima do título (criada por Scott Mitchell Rosenberg), nem sobre o filme que a adapta (dirigido por Jon Favreau). Esta é apenas uma chamada para uma série de artigos do crítico de ficção especulativa Edgar Indalecio Smaniotto - já citado neste blog por suas resenhas da coletânea Steampunk - Histórias de um passado extraordinário - a respeito de um dos temas que vola e meia surgem por aqui: o Weird West. Em "Extraterrestres e cowboys", Smaniotto se focou no aspecto dos encontros imediatos para analisar três séries de quadrinhos italianos produzidos pela maior editora daquele país, a Bonelli Comics. Tex, Zagor e Mágico Vento - este último já comentado por aqui - foram os fumetti escolhidos pelo crítico para serem abordados em uma série de textos originalmente publicados de setembro a novembro de 2008 no Jornal Graphiq. O link a seguir é para o blog Universo Fantástico que compilou a trilogia em um único post. Sendo assim, vou deixar os leitores aqui apenas com alguns parágrafos de cada uma dessas análises, recomendando a leitura integral aos interessados na mistura de faroeste com ficção científica.



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Parte I: Tex
Em geral podemos identificar um gênero literário pelos ícones que pertencem a este determinado gênero. Se estamos diante de seres com poderes fantásticos é quase certeza que se trata de uma história de super-herói, se falamos de robôs e alienígenas é provável que estamos a ler uma história de ficção científica, mas se nos deparamos com nativos americanos (índios) e cowboys estamos a ler faroeste.


Sou leitor de gibis desde criança, e meu primeiro gibi foi um gibi de faroeste, e também sempre fui leitor de ficção científica, sendo que tenho algumas centenas de livros de FC em minha biblioteca. Como fã destes dois gêneros sempre me chamou à atenção histórias em que estes se misturavam.

Atualmente existe todo um gênero de ficção, conhecido como Steampunk, em que elementos típicos do século XIX, como a tecnologia a vapor, acaba por ter um desenvolvimento para além daquele que realmente teve no século XIX.

Ao mesmo tempo a narrativa incorpora outras tecnologias e elementos  que se tornaram parte de nosso imaginário apenas no século XX. Podemos citar, para ficar apenas nos quadrinhos e no cinema, como obras típicas deste movimento: A Liga Extraordinária de Alan Moore, As loucas aventuras de James West (filme e série), a série O Mundo Perdido, a HQ Rocketeer, o filme Capitão Sky e o Mundo de Amanhã, o desenho animado Steamboy e a HQ Docteur Mystére.

Nos quadrinhos Bonelli (quase um sinónimo para quadrinhos italianos), do qual o mais famoso é TEX, mas também já foram editados no Brasil outros gêneros destes quadrinhos, além de dois outros faroestes que fazem sucesso entre o publico brasileiro: Zagor e Mágico Vento, elementos de steampunk sempre estiveram presente, assim por vezes podemos ver extraterrestres, robôs, naves espaciais e outras coisas impossíveis no século XIX `real’ em meio a histórias de faroeste. (...)

 

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Parte II: Zagor
Zagor é uma mistura de Tarzan ou Fantasma com Tex. Para criar um Zagor basta bater em um liquidificador um cowboy, um aventureiro pulp e um super-herói, e ter o talento de Guido Nolitta (roterista criador do personagem). O nome Zagor é uma abreviação de Za-gor-te-nay, ou seja, “O espírito da machadinha”. Zagor possui extraordinários reflexos e dotes atléticos e é extremamente hábil no uso de sua machadinha. Os seus feitos, além da impressão causada por suas vestes (azul e vermelha, com um símbolo enorme no peito) e por seu grito de guerra (AAHHYAAKK!) o fazem ser considerado pelos índios como uma espécie de semi-deus enviado por Manitú.(...)



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Parte III: Mágico Vento
Mágico Vento é uma das melhores HQs seriadas que já aportou em terras brasileiras. Cada história é mais surpreendente que a outra, sem falar que os roteiros são bastante diversificados, com histórias de faroeste, terror (em geral envolvendo mitologia indígena), misticismo, espionagem, guerra e intrigas políticas. 

Entre tal variedades de temas, certamente não podia faltar uma história de ficção científica. História esta publicado no n.° 41 “Os Replicantes”. Mas antes de comentar esta história em especifico vamos falar um pouco do personagem Mágico Vento.

Mágico Vento é na verdade o nome indígena de Ned Ellis, único soldado sobrevivente de um massacre, ocasião esta em que teve cravado em sua cabeça um estilhaço de metal, este lhe proporcionou o dom de ter visões, mas lhe causou a perda de sua memória. (...)

4 comentários:

Romeu Martins disse...

Recado dado ;-)

Guto Fernandes disse...

Foi uma supresa agradável descobrir que Tex é um quadrinho fantástico. Sempre torci o nariz pra ele porque achava que fosse somente mais uma do gênero de Faroeste. Os outros dois eu realmente não conhecia de maneira alguma e foi também muito instigante para mim esse conceito de Vento Mágico, embora Zargor não me tenha atraído (pelo gráfico principalmente.)

Mas, enfim gostei muito da dica, mesmo tendo recebido-a meio que por engano rs. Abraços Romeu!

Romeu Martins disse...

Opa, Guto, dos três comentados por Smaniotto neste artigo, Tex é de longe o que menos emprega conceitos fantásticos. Mas a depender do roteirista, é possível encontrar aliens, múmias, magos e outros elementos de FC, terror e fantasia.

Zagor é mesmo o que a presensaça desses elementos é mais constante, mas nem sempre as histórias são boas, não. Agora, Mágico Vento fica na posição intermediária neste quesito mas é de longe o que tem mais qualidade nos textos, sempre de autoria do criador do personagem, Gian Manfredi, o que garante uma qualidade autoral acima da dos demais. Abraço!

Leonardo Peixoto disse...

Os três personagens mencionados já se encontraram em uma aventura ?