O título acima é o mesmo da matéria principal da maior e mais tradicional revista de divulgação científica nacional, que reservou sua capa e oito páginas para tratar de ficção científica. Fred Furtado é o autor do material publicado na edição 279 da
Ciência Hoje, um verdadeiro dossiê sobre como surgiu e evoluiu o gênero literário que toma a ciência & tecnologia como inspiração. A revista oferece aos leitores um retrospecto bem amplo da história da FC, desde o pioneirismo de Mary Shelley (1797-1851), passando pelas vertentes muitas vezes complementares de Jules Verne (1828-1905) e H.G. Wells (1866-1946), chegando a autores contemporâneos. Entre os especialistas entrevistados por Furtado, estão escritores e pesquisadores frequentemente citados por este blog, como Fábio Fernandes, Gerson Lodi-Ribeiro e Roberto de Sousa Causo, três autores ligados ao subgênero steampunk. Aliás, este último trouxe a conversa para este rumo, ao responder um interessante questionamento do jornalista: "Em uma sociedade onde a ciência e seus frutos tecnológicos são tão abrangentes e familiares ainda há espaço para um gênero de literatura que se baseia na extrapolação das suas conquistas?"
Vou citar o parágrafo em que se dá resposta à pergunta, que pode ser lido tanto na edição impressa como
no arquivo em pdf disponível no site da publicação:
Aparentemente, sim – sempre haverá questões a abordar e desdobramentos a discutir. De acordo com Causo, a ficção científica sempre irá explorar as consequências do desenvolvimento científico-tecnológico em nossas vidas. “Se não no futuro próximo, por causa de uma suposta presença excessiva da ciência e tecnologia no cotidiano, então no futuro distante”, afirma, acrescentando que esse talvez seja o apelo da new space opera, subgênero que recupera uma ficção científica de aventura espacial, ou do steampunk, que extrapola para o passado, imaginando tecnologias de um século 19 ou começo do século 20 que nunca existiram.
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