Logo abaixo, trechos da entrevista que focam o mundo steamer, sendo que a íntegra pode ser conferida aqui:
Phil Souza: E quanto ao Lancaster fora do Maximum Cosmo? O que ele gosta de fazer? Ler, Escutar...
Alexandre Lancaster: Eu? Gosto essencialmente de rock, mas varia de acordo com o dia – tem momentos que eu me sinto pós-punk, tem dias que eu me sinto mais hard rock, tem dias que eu me sinto altamente contemporâneo, tem dias que eu estou nos anos 70. Tudo é estado de espírito. Em termos de atividades, estou desenvolvendo meu projeto de quadrinhos, que retomei e estou levando a sério. Escrevi alguns contos de ficção científica e estou com um deles na antologia Steampunk: Histórias de um Passado Extraordinário, da editora Tarja, que saiu ano passado e se passa no universo da minha série de HQ. Leio muita não-ficção, acredito que a leitura da história e de livros jornalísticos são essenciais até para minha visão de ficção. O último que li foi o Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória. Procuro ler os jornais. Um homem não pode ficar longe do mundo em que vive. E se pensarmos bem, até os mangás são o que são por não ficarem longe do mundo em que seus leitores vivem, mesmo o mais fantasioso deles.
Phil Souza: Sua série de HQ? Você pode falar um pouco dela?
Alexandre Lancaster: O nome dela é Expresso! – ele surgiu de um conceito que eu pensava quando tinha uns doze, treze anos de idade, e ficou adormecido, em parte por eu ter passado a ler quadrinhos Marvel/DC por um bom período da minha vida. Mas ele só foi tomar forma uns seis anos atrás mais ou menos. A história tem um protagonista brasileiro, Adriano, um garoto inventor que quer deixar uma marca no mundo – mas vai encontrar muitas pedras no caminho. É uma série steampunk, mas não quero fazer dela uma dessas "terras paralelas" – eu queria sugerir que aquele poderia ser realmente o nosso mundo, em nosso passado, apesar de suas máquinas fantásticas.
Phil Souza: Você é dono do roteiro e desenha também?
Alexandre Lancaster: Sim.
Phil Souza: O Steampunk está sendo muito falado ultimamente. Esse subgênero sempre te atraiu?
Alexandre Lancaster: Acho que eu sou um dos fãs de primeira hora do gênero. Ele tem um apelo meio nostálgico, dos filmes antigos que eu via quando era garoto, das adaptações para cinema do Jules Verne, e até um pouco dos velhos animes que passavam no SBT. Eu cheguei a ver o Sherlock Hound do Miyazaki em velhas fitas vhs há mais de dez anos e adorei. Eu pessoalmente tenho alguma reserva quanto a uma certa incorporação que o gótico fez no steampunk, mas não vou me amolar por isso.Minha visão é luminosa, um pouco mais colorida. Não imagino o começo do Século XX em preto, branco e sépia.
Phil Souza: E quando veremos essa HQ nas bancas? Tem previsão?
Alexandre Lancaster: Espero que esse ano. Estou trabalhando nisso, faz parte de um projeto maior. Mas o primeiro conto ambientado na série está no livro da Tarja, e convido a todos para que dêem uma olhada no que vem sendo feito no cenário de ficção científica aqui no Brasil.
2 comentários:
Obrigado por repassar, Romeu. :)
O prazer foi meu, bela entrevista. Parabéns a você e ao pessoal do Ambrosia :-)
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