7.11.11

Steampunk: o presente visita o passado

No início de setembro fui contatado por email pela jornalista Luma Pereira para dar uma entrevista a respeito da cultura steampunk que servisse de subsídio para matéria que ela iria escrever para o site da Saraiva. A matéria acabou saindo no início do mês seguinte, em outubro, mas só pude conferir o resultado agora, um mês depois da publicação e dois do convite para a entrevista. Deixo os leitores com um trecho do material, que pode ser lido na íntegra aqui, e no próximo post publico as perguntas e respostas completas que dei à jornalista.



Eles se vestem com roupas de época e se comportam como pessoas do século XIX – especificamente da Era Vitoriana. As mulheres se caracterizam com saia e espartilho. Os homens usam chapéu e gravata. Porém, o século é o XXI e todos têm celulares e computadores. Isso é Steampunk, sub-gênero da ficção científica que ambienta as obras no passado, mas inclui tecnologias do presente. “Voltamos àquele tempo e fazemos uma releitura do que seria o futuro para alguém da época”, define Bruno Accioly, um dos fundadores do Conselho SteamPunk no Brasil.
O termo surgiu no fim da década de 1980, quando os escritores norte-americanos Bruce Sterling e William Gibson lançaram livros ambientados no século XIX. Escreviam histórias de ficção científica que se passavam na Era Vitoriana e incluíam tecnologias atuais, criando uma realidade retrofuturista.
Accioly explica que, como todos os termos, esse surgiu para nomear algo anterior à sua criação, como o gênero dos livros de Mary Shelley, autora de Frankenstein (1818), e de Júlio Verne, autor de Viagem ao Centro da Terra (1864).
Máquina do tempo
O SteamPunk se manifesta em qualquer tipo de arte: literatura, ilustração, fotografia, moda. “É uma verdadeira cultura”, afirma Romeu Martins, jornalista catarinense de 35 anos.
Accioly acredita que o movimento é uma ferramenta de resgate do passado recente do Brasil, cuja história é fascinante – cheia de intrigas e covardia, mas também com muita virtude e heroísmo. “Não há, necessariamente, exaltação do passado.
Existem obras de denúncia, que têm por objetivo criticar o presente”, diz. Gabriela Barbosa, historiadora paraibana de 23 anos, comenta que, para ser Steampunk, não é preciso apenas vestir trajes do século XIX, mas ter esse saudosismo e essa inventividade característicos do movimento. “Não é apenas roupa ou trejeitos Vitorianos, mas muita leitura e pesquisa sobre esses temas”, enfatiza a historiadora.

Continua

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