24.2.09

Steampunk made in Brazil (in English)

E atenção para uma ótima notícia. O escritor, jornalista, editor, tradutor, professor, blogueiro e longa lista afim (além de beta reader do "Cidade Phatástica") Fábio Fernandes abriu mais uma vereda para os autores nacionais interessados neste instigante subgênero da FC que é o steampunk.

No último dia 23 de fevereiro, em pleno feriado de Carnaval, este carioca residente em São Paulo, que já havia sido lido em Portugal e na Romênia, publicou seu primeiro conto no mais que concorrido e exigente mercado americano. Para ser exato, ele emplacou a flash fiction do dia (categoria de textos com até mil palavras) no site Everyday Weirdness. O conto foi batizado The Boulton-Watt-Frankenstein Company, mesmo nome da empresa que, ao reunir em uma parceria os empresários reais Mattew Boulton (1728–1809) e James Watt (1736-1819) - sócios de fato no "nosso mundo" - com o fictício Viktor Frankenstein (publicado originalmente em 1818), deu origem ao ponto de divergência de um novo universo.

Sem entregar spoilers e atrapalhar o prazer da leitura, Fernandes introduz uma inovação no ano da graça de 1822 que aos poucos vai modificando a história conhecida e as relações trabalhistas, até chegar a um final apoteótico na virada do século XIX para o XX. Uma autêntica Vitoriana Alternativa movida a vapor que mistura história alternativa e ficção alternativa, portanto.

Não é a primeira vez que o autor se inspira na obra de Mary Shelley (1797-1851), a mãe da Ficção Científica, e deriva uma bifurcação para Frankenstein, ou o moderno Prometeu. Nos anos 90, para a revista especializada em RPG Dragão Brasil, ele já havia escrito um impressionante conto chamado "Para nunca mais ter medo" que republiquei com a autorização dele em meu outro blog. Em seu novo trabalho, agora escrito diretamente em inglês, Fábio Fernandes mostrou que aquela história de quase 200 anos ainda tem vitalidade o suficiente para novas interpretações. Com isso, ele ainda mostrou o caminho das pedras para que outros escritores brasileiros também se aventurem em novas praças.


Nenhum comentário: