Demorou um tanto a mais do que eu esperava, mas saiu pela NewPOP Editora o segundo e penúltimo número do mangá Hollow Fields, cuja edição de estreia resenhei por aqui em agosto. Relembrando: é uma série criada pela australiana Madeleine Rosca e premiada no país inventor do estilo que ela emulou com muita competência - chega a ser difícil acreditar que não estamos diante de um autêntico exemplar de gibi nipônico. Nessa série, acompanhamos a trajetória de Lucy Snow, uma garotinha de nove anos e meio com seu pequeno dinossauro de brinquedo, na escola para jovens supervilões do título. Se na primeira edição éramos apresentados aos poucos à protagonista, ao ambiente escolar com suas exóticas disciplinas e aos vários estudantes e professores que circulam por aqueles corredores, aqui temos detalhes mais aprofundados de alguns personagens. É o caso da diretora de Hollow Fields, a senhora Weaver, que surge logo nas primeiras páginas em um flashback de oitenta anos do passado, mostrando as origens daquela academia e da exótica tecnologia entre o clockpunk e o steampunk que movimenta, no presente, a ela e a muitos dos seus comandados.
Nesta parte intermediária da trama, também vemos um pouco mais da personalidade da protagonista: ela deixa de ser apenas a menina assustada do número anterior para tentar se impor naquele ambiente cercado de vapor e engrenagens. O desafio de Lucy é sobreviver em uma instituição onde ser o aluno menos capacitado significa uma misteriosa punição que pode ser fatal; porém, onde se destacar demais é a certeza de atrair o ódio de colegas invejosos e não menos mortais. Entre uma lição de destruição e outra, a garotinha sem vocação para o mal deve encontrar quem possa ser seus aliados para descobrir os segredos de Hollow Fields e do misterioso moinho para onde são levadas todas as semanas pelo menos uma criança daquela escola, como castigo por não se dedicar o suficiente aos estudos.
O destaque continua a ser a arte extremamente dinânica de Madeleine Rosca e, como curiosidade, o leitor pode acompanhar um tanto da evolução dela até chegar ao estilo adotado na HQ. Entre os extras desta segunda edição, há no final toda uma sequência alternativa ao comentado flashback que abre a história, feito com desenhos bem mais estáticos que os oficiais (uma outra curiosidade é que a revisão do texto por parte da editora errou a conjugação do verbo "ver" na versão oficial e acertou na alternativa). Muito interessantes também são as tirinhas verticais com um clima mais ameno e humorístico das desventuras de Lucy Snow, também entre os extras. Um alívio e tanto para a cena de tensão no ponto em que a história se encerra nesta edição e que deixa um belo gancho para a conclusão da série - espero que não atrase muito desta vez.
6 comentários:
Sua resenha me motivou a dar uma caçada neste "mangá ocidental". Eu já tinha achado interessante pelo plot, simplista e ao mesmo tempo chamativo, mas agora tenho vontade de ver a qualidade do texto da australiana. ^^
Olha, os diálogos poderiam ser bem melhores, menos prolixos, com mais definição da personalidade dos personagens... Não sei se é problema da autora ou da tradução. Mas a história é bem simpática.
Talvez a culpa seja da carga que o gênero traz, que eu considero um erro ser padronizada.
Por isso eu prefiro experiências que se inspirem nos mangás mas que não levem tudo tão ao pé da letra, como Scott Pilgrim ou Ronin, do Frank Miller
ainda não consegui ler esse mangá, não achei por aqui... vou caçar pelo pai google mesmo xD
*voltando a ativa*
Bem-vinda de volta, bibs ;-)
Aqui em SC também não é todas as bancas que se encontra o dito cujo, só vi em uma que recebe todas as revistas em quadrinhos em circulação...
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