Talvez nem todos concordem e achem certo exagero na afirmação. Mas eu assino embaixo. Desde que li a primeira parte da série, no final dos anos 90, as ideias presentes na Liga me fascinaram e, conforme aumenta a complexidade da trama, esta vem se firmando uma de minhas obras favoritas da carreira do quadrinista inglês.
O artigo é muito interessante por revelar de onde partiu o conceito inicial para a primeira minissérie - Moore já trabalhava, com a atual esposa, em sua série pornográfica Lost Girls, quando imaginou levar o conceito de crossovers entre personagens de diferentes universos ficcionais para uma mesma realidade. Ele enfatiza também a importância do artista de série, Kevin O'Neill, que deu uma visão criativa para as tecnologias e para a arquitetura fantásticas mostradas nos quadrinhos. E, ainda, comenta quando se deu conta do grau de complexidade daquilo que estava criando:
Eu acho que foi provavelmente na metade da primeira edição quando eu me toquei que havia feito o Sr. Hyde de Stevenson assassinar Nana de Emile Zola na Rua Morgue de Edgar Alan Poe, que eu percebi que havia uma possibilidade fantástica para fazer deste livro algo sem precedentes; se fizéssemos cada personagem do livro um personagem tomado de uma ficção pré-existente, então o livro se tornaria esse amálgama insano de quase todo mundo ficcional que existiu.
Pena que o artigo original não tocou em um tema delicado: as semelhanças entre os quadrinhos de Moore com os livros do seu conterrâneo Kim Newman, a série Anno Dracula, que alguns anos antes do lançamento de A Liga já trabalhava com ideias muito parecidas. A editora paulista Aleph anunciou que em breve vai lançar a edição nacional do primeiro livro da série, publicado originalmente em 1992, dando a oportunidade para que brasileiros façam esta comparação. Mesmo assim, a leitura do depoimento de Alan Moore é mais que recomendável.
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